Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
terça-feira, 28 de agosto de 2018
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
Frases da semana - Yurval Harari
Quando mil pessoas acreditam numa história inventada durante um mês, chamamos-lhe "Fake news".
Quando mil milhões acreditam nisso há mil anos, dizemos que é uma Religião.
Se por "livre arbítrio" entendermos a liberdade de fazer o que se deseja - os seres humanos têm livre arbítrio. Mas se "livre arbítrio" significar a liberdade de escolher aquilo que se deseja, então não, os seres humanos não têm "livre arbítrio".
sábado, 11 de agosto de 2018
The road home
https://m4uhd.tv/watch-movie-the-road-home-1999-249504.html
É dos filmes mais bonitos que vi. Um filme inteligente sobre
o amor e sobre o respeito de “valores”.
Um filme (para mim) improvável, por vir da China.
Tem subtítulos em Inglês.
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
Fogos.pt
Começo a ter raiva a quem me entra diariamente em casa a falar dos incêndios e a dizer que é do vento, da falta do
retardante, dos helicópteros Kamov e do SIRESP que
custam milhões, das casas que ardem que são primeira e segunda habitação e as
que estavam, há décadas, desabitadas, e dos milhares de hectares de área
ardida.
Eu quero é saber como se vai acabar com este desbarato de recursos. Quero saber se é possível manter o minifúndio na floresta, onde a maioria dos proprietários são idosos, sem nenhuma vontade de modificar o que quer que seja, e que pensa (e bem) que, se vender, no dia seguinte, o dinheiro que pôs no Banco, começa a desaparecer.
Portugal não tem tradição de associativismo e não é possível gerir uma floresta quando as propriedades têm pouco mais de meio hectare. O que se gasta a apagar fogos não compensa a rentabilidade que de lá se tira e os impostos não podem ser aplicados a alimentar quem faz do fogo negócio, nem políticos temerosos que acções mais enérgicas lhes possam trazer maus resultados eleitorais.
Exige-se frontalidade no impedir que eucaliptos e pinheiros convivam com os aglomerados urbanos, na modernização do cadastro florestal e na implementação de obrigações mínimas de manutenção.
Só assim a floresta atrairá empregos e fixará população, mesmo que os proprietários vivam nas cidades, como os que a vêm apagar.
Já chega de jornalistas a descrever “ad nauseam” os “cenários de guerra”, os “infernos” dantescos, as lágrimas dos desafortunados, as frustrações dos bombeiros, dos políticos, dos comentaristas, enquanto “o touro” investe sobre tudo e todos, sem que um Governo se decida pegá-lo pelos cornos para que, ao menos, se protejam as pessoas e as habitações.
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Carta a Santo Antão
Caro Santo:
Há dois meses me vens ao pensamento, por ter lido coisas que pouco abonam a favor da tua santidade.
Eu só te conhecia de nome. Primeiro, nas aulas de Geografia, eras uma das ilhas de Cabo Verde. Mais tarde, foste uma rua (Rua das Portas de Santo Antão), onde ficava a Casa do Alentejo, um dos meus restaurantes de referência na capital. Depois, no Palácio das Necessidades, identifiquei-te no tríptico de Bosch – As Tentações de Santo Antão, sem nunca me ter dado ao trabalho de estudar a tua biografia.
Só agora, depois de reformado, arranjei tempo para ler sobre o que deve ter sido a tua vida.
Li que foste um cristão egípcio, fervoroso e iletrado, que nasceste em 251 da E.C. (era comum), que no início da vida adulta, abdicaste de significativo património, para te tornares eremita no deserto, à procura de uma confrontação direta com o demónio, por ser essa a sua “morada”. Passados vinte anos de solidão, tornaste-te o mestre de uma horda de monges que, com a justificação de “ajudar cristãos perseguidos”, demoliu templos, profanou estátuas e queimou livros que consideravas “pagãos”, onde vias os tais “demónios”.
Percebeste que homens ofendidos e magoados se podem transformar em combatentes destemidos e obedientes, se lhes for dada uma causa emocionante pela qual possam lutar e, através da religião, visaste o poder e os valores culturais de Roma.
Isso nada tem de religioso. É pura política. Mas foi o teu fanatismo e essa ideia de auto-flagelação que deu início ao imenso retrocesso cultural que havia de pôr fim à civilização greco-romana.
Lembras-me o ISIS (Islamic State of Iraq and Syria) - radicais, a celebrar a ignorância e a destruir os símbolos das outras culturas, para impor uma Sharia ao mundo, recorrendo ao terror, invocando os mesmos demónios. Também eles alegam que o fazem “não por crueldade, mas para orientar os pecadores no caminho da salvação”.
Santo Agostinho (354 – 430) - (também ele oriundo do norte de África), não só deu continuidade ao teu estar, como incendiou ainda mais a fogueira, com “ensinamentos” onde a intolerância era a regra: “Oh! Violência misericordiosa!”, disse quando se chacinavam "pagãos".
Sabes, Antão!: Depois de isto tudo, não te vejo como um santo atormentado por demónios, vejo-te como um perturbado mental, que utilizou o mundo horripilante dos demónios, para se opor a uma aristocracia romana que vivia no meio de uma “indulgência licenciosa” e oportunista, onde muitos morriam à fome. Só que a tua ignorância fez-te ficar por aí. Mediste o todo pela parte, e não consideraste os verdadeiros valores dessa civilização.
A tua história deveria ser reescrita, para que deixasses de ser exemplo a radicalismos que usam essas tretas de “demónios" e outras visões vesgas da sociedade, sem considerarem a repercussão das suas "boas intenções" no contexto de um Mundo plural.