Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
domingo, 26 de janeiro de 2020
São Sebastião
Este fim de semana, aqui na aldeia, foi a "Tradicional festa em Honra do Mártir São Sebastião".
Foi pelas onomatopeias de um clérigo da região do “Grande Porto” que tomei conhecimento do seu sofrimento quando, do púlpito, clamava para os fiéis:
-Atentainde na figura do martel!. Rodeado pelos seus alguoses! Que lhe lançabam as suas frestas! Zeguebum! Zeguebum! Zeguebum! Que se crababam no bandulho do santo!. … E o santo, …jorrando sangue aos gorgotões! Zum! …Zum!... Zum!
… e familiarizei-me com o seu poder mobilizador, nas festas dos pescadores de Matosinhos.
Aqui a festa é mais pequena. O sábado é recatado, mas o domingo é dia de muitos decibéis.
Aqui a festa é mais pequena. O sábado é recatado, mas o domingo é dia de muitos decibéis.
Mesmo bem afastado do centro nevrálgico do evento, os meus cães não ladraram, não comeram e andaram todo o santo dia com o rabo entre as pernas, a esconder-se nos lugares mais recônditos, não com medo das setas que perpassaram o mártir, mas em sobressalto com os bombos, foguetes e o “ai ó larilolela””, que nem a voz melíflua do padre no Sermão em Honra do Mártir (também ele debitado em muitos decibéis) conseguiu serenar.
As lideranças cristãs atuais tendem agora a ver o santo como um mito. Nada contra. Mas se o julgar pelo seu poder sonoro (nas proximidades da capela deve andar pelos 110 decibéis), sou obrigado a considera-lo um sério concorrente a Thor, o deus nórdico dos trovões e das batalhas, e a atribuir-lhe, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um tempo máximo de emissão de 1 (uma) hora. E isto para humanos, pois se o PAN por aqui passar e pesar os efeitos sobre a bicharada doméstica e selvagem das redondezas, talvez lhe proíba este tipo de sonoplastia.
As lideranças cristãs atuais tendem agora a ver o santo como um mito. Nada contra. Mas se o julgar pelo seu poder sonoro (nas proximidades da capela deve andar pelos 110 decibéis), sou obrigado a considera-lo um sério concorrente a Thor, o deus nórdico dos trovões e das batalhas, e a atribuir-lhe, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um tempo máximo de emissão de 1 (uma) hora. E isto para humanos, pois se o PAN por aqui passar e pesar os efeitos sobre a bicharada doméstica e selvagem das redondezas, talvez lhe proíba este tipo de sonoplastia.
Mas cuidado com as penalizações, pois, como ele nos defende das malinas, da peste e da guerra, é bom estar nas suas boas graças e eu sei de quem chamou a atenção a Santiago por ser politicamente incorrecto matar mouros, e ter saído da Catedral de Compostela com uma forte dor de cabeça que só parou à força de comprimidos.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2020
segunda-feira, 13 de janeiro de 2020
Haydée Milanés
Haydée Milanés (n: 1980, em Havana), é filha de Pablo Milanés.
Julieta Venegas (n: 1970) é uma mexicana nascida nos USA.
Omara Portuondo (n: 1930, em Cuba).
domingo, 12 de janeiro de 2020
Caos
Caos - do grego kháos, «abismo», significa em português: desordem; balbúrdia; confusão.
A palavra está na moda. A Saúde está um caos, o Ensino está um caos, os Transportes Públicos estão um caos. Tudo está um caos na boca de quem quer que se altere a relação das forças do jogo político, ignorando as consequências próximas e remotas dessas alterações.
A evolução tecnológica das últimas décadas, que afectou todos os sectores da nossa vida, exige actualizações bem pensadas e não em resposta a uma comunicação social ávida de notícias.
Petronius (27 – 66 AD), num tempo em que a tecnologia andava devagar, escreveu: Treinámos muito ... mas parecia que toda vez que começávamos a formar equipes, seriamos reorganizados. Mais tarde, aprendi que a nossa tendência para enfrentar qualquer nova situação reorganizando, é um método maravilhoso para criar a ilusão de progresso, enquanto se produz confusão, ineficiência e desmoralização.
Quem fala em “caos”, ignora as curvas de aprendizagem. Se estamos sempre a pôr em causa as regras por que uma organização se rege, a sua eficiência tende a diminuir.
Exigem-se "reorganizações" e “dinheiro” a toda a hora, mesmo quando o histórico de muitos dos grandes investimentos nos revela fraca utilidade e cara manutenção.
Na Europa, somos conhecidos como o país onde se fazem mais TACs e se tomam mais comprimidos por habitante.
Dá para pensar.