Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
sábado, 30 de abril de 2022
Uma Contadora de Histórias
Até ki encontou uma rã e disse: -Senhora Rã, pode dá-me um abracinho?
E a senhora Rã: - Não! Não!! Estou ocupada. Tenho de saltar pó outro lado!. e a senhora Tartaruga: Outa vez!?, ficou triste.
...
Tóim!...
...
O Corujinha foi e … Pá!... e a Tartaruga disse: Podes dar-me um abOuço?????
E a senhora Corujinha disse: N.Ã.O P.O.S.S.O!!!! ! … E depois tem…
terça-feira, 26 de abril de 2022
Carta aberta a Vladimir Putin
Putin:
Antes de mais quero-te dizer que a tua
opção de iniciar uma guerra com estas proporções contra a Ucrânia baseada na “crescente
hostilidade dos ucranianos contra os russos em Dombass”, não se faz, mesmo que
eles defendam políticas de direita. Razões não faltam para o que quer que seja,
mas tentar resolver problemas à força bruta, reaviva as más memórias, principalmente quando muitos ucranianos ainda falam
do “Holodomor” - a grande fome de 1932-1933, que matou milhares de pessoas e da
repressão dos soviéticos de Estaline sobre a população.
Fosse eu ucraniano e não tinha pegado em armas por saber de
antemão o que me esperava. No boxe um peso Galo (53Kg) não luta com um peso
Pesado (>91Kg), mas na vida real há quem, usando as mesmas armas, se atreva a
esse passo, assumindo as lesões que lhe irão condicionar o futuro, talvez por
causa dessas memórias e pela falta de fé de que a transição energética dos
próximos 10 anos, irá obrigar a tua Rússia a mudar de paradigmas.
Quando o Alqueva estiver coberto de painéis solares e tivermos
eólicas nos cumes de muitos dos nossos montes, mais a fábrica de Hidrogénio em
Sines, Portugal vai exportar energia por esta Europa fora e mandar a tua
Gazprom para a falência (Deus me ouça!), e pôr-te a pensar se não teria sido
melhor teres optado por outra solução que não essa invasão desmesurada a um
país soberano.
Agora dizem que queres tirar o mar à Ucrânia, o que para mim
é o mesmo que conquistares Kiev e até já se fala em entrares pela costa da
Moldávia para ficares senhor da maior parte do Mar Negro.
Eu não sei como a guerra vai acabar, mas sei que não te vão deixar sair vitorioso. O teu encosto à China resolve-te o problema a curto prazo, mas ainda
é o “Ocidente” que faz mover o mundo, pese embora o crescente desenvolvimento dos
países asiáticos.
Hoje vais receber o nosso Guterres que se dá mal com os
pântanos e que quer à viva força que esse conflito não se transfore num outro.
Recebe-o bem. Ouve-o com atenção que ele é sensato e sabe a força da “sociedade
da informação” e da reputação que daí advém. Olha que, quando as energias
renováveis dominarem, o petróleo não vai ser o que ainda é, e a Rússia deixa de ter
o que trocar com a China. Quem vier a seguir a ti, vai ter que se fazer à vida
por outros lados e governar um país muito grande com diferentes memórias e sensibilidades, vai ser cada vez mais difícil, principalmente quando ainda há três décadas a URSS se mostrou incapaz de as gerir.
Ouve o meu conselho, pensa no futuro e deixa-te de merdas.
Passa bem!
Nota: Este vídeo é a versão pró-Rússia dos motivos para a sua "Operação Especial" que, mesmo a conter elementos de verdade, não justifica a opção de iniciar uma guerra com estas dimensões.
domingo, 3 de abril de 2022
sexta-feira, 1 de abril de 2022
Geopolítica
"Tu pensas micro e com os ovários e a questão da Ucrânia tem de se pensar macro e com o cérebro!", e foi assim que a conversa acabou e me fez voltar ao livro de Kissinger.
Pouco ou nada sei de geoestratégia e de direito internacional. Estou formatado para viver numa Europa com valores sociais democratas e custa-me aceitar Estados muito centralizados, mesmo quando eles aparentemente beneficiam as condições dos povos que governam, porque se hoje o fazem, amanhã podem virar essa força em sentido contrário.
Reconheço a vantagem económica das grandes organizações, mas entendo que elas devem ser reguladas de modo a não sufocar todas as pequenas e as médias empresas em redor. Defendo que os Hipermercados os grandes Shopping Centers não deviam estar no interior das cidades, onde só devia haver mercearias, supermercados com o máximo de duas caixas registadoras e pequenos Centros Comerciais obrigados a uma paridade entre as grandes marcas internacionais e empresas regionais com arrendamentos facilitados. Isto no comércio de retalho, pois na indústria, punha um travão a esta globalização que nos levou à China como a fábrica do Mundo.
São linhas que orientam o meu pensamento “micro”. O poder das armas não define o que está certo. Esta coisa do “Might makes Right”, colide com valores que prezo, pois é a reputação interna e externa - o “Soft Power” - que mais importa neste mundo onde a informação, mais tarde ou mais cedo, chega a todo o lado e que é muito diferente do que era há bem poucas décadas.
E é por isso que a Rússia de Putin já perdeu a guerra, mesmo que a ganhe pela força das armas. A URSS ruiu em 1991, por incapacidades acumuladas ao longo de muitas décadas. Querer restaurá-la à força, não me parece boa ideia e creio que irá ter grandes repercussões negativas nos próximos anos, mesmo que se levantem as sanções. Os investimentos internacionais na Rússia, dificilmente voltarão ao que eram e para além disso, as novas tecnologias de aproveitamento da energia solar e eólica, mais a do hidrogénio, irão fazer com que o petróleo deixe de ter a importância que hoje tem.
O problema do “Poder”, talvez não deva ser pensado com os estrogénios no “rosa”, mas “definitely” não pode ser pensado com a testosterona no vermelho, mesmo com um cérebro a funcionar em plenitude.