Quando há curiosidade, uma descoberta leva a outra e por aí
adiante, que é assim que se vai conhecendo o mundo onde se vive.
No caso presente, tudo começou num podcast, quando o
entrevistado sugeriu o livro “A Invenção da Natureza” de Andrea Wulf, que
basicamente é uma biografia de Alexander Von Humboldt.
Aceitei a sugestão e meti-me nas 454 páginas sobre o primeiro homem a olhar para o mundo na procura de entender a relação entre tudo o que nele existe, desde o clima, os ventos, o mar, os rios, os seres animados e as pedras. Foi o primeiro naturalista, um homem decisivo para o pensamento científico actual, sobre cujos ombros se sentaram homens como Darwin, Júlio Verne e Simão Bolivar.
Humboldt viveu entre 1769 e 1859. Esteve em Paris durante a
Revolução Francesa (1789-1799), no tempo de Napoleão Bonaparte (1769-1821) e
terá industriado Simão Bolivar (1783 – 1830) a revoltar-se contra Espanha e tentar
criar os Estados Unidos da América do Sul.
Revisitei Bonaparte e a Revolução Francesa na Wikipédia, mas Simão Bolivar foi-me trazido por Gabriel de Garcia Marques, em “O General no seu labirinto”, que romanceia os seus últimos dias. É uma “quase biografia” do homem que libertou meio continente do jugo colonial, sonhando criar os Estados Unidos da América do Sul. Li os custos dessa Revolução e a incapacidade em manter a união, depois de afastado o inimigo comum - Espanha. Li o seu estado de espírito final - empobrecido, isolado e amargurado e a pormenorizada descrição da sua saúde nas últimas semanas, que os médicos da época chamaram “lesão pulmonar com origem num catarro mal curado” e que em 2010 a exumação dos seus restos mortais iria provar ser uma tuberculose (o bacilo de Kock só foi descoberto em 1882).
No fim concluí: "Nada une mais as pessoas que um inimigo comum ou um bode expiatório!"
- "25 de Abril Sempre! Fascismo nunca mais!"