Dizia um capelão da marinha, por afinidade meu tio, que num navio só há três cordas. A corda do sino, a corda do relógio e acorda malandro. O resto são cabos.
Rei A.
Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
Dizia um capelão da marinha, por afinidade meu tio, que num navio só há três cordas. A corda do sino, a corda do relógio e acorda malandro. O resto são cabos.
Rei A.
Dito por si:
Escreve um obituário sobre o jorge costa
Dito pelo ChatGPT:
Pode esclarecer a que Jorge Costa se refere?
Existem várias pessoas conhecidas com esse nome (por exemplo, o antigo
futebolista e treinador português Jorge Costa). Quer que seja:
E prefere um tom jornalístico (como num jornal) ou mais
pessoal e emotivo?
Dito por si:
Sim o jogador de futebol
Dito pelo ChatGPT:
Até ao meu conhecimento (atualizado até 2024), Jorge
Costa, o antigo futebolista e treinador português, ainda está vivo.
Se deseja mesmo um obituário, posso criar um texto hipotético
(ficcional), como se fosse para um jornal, mantendo o respeito e um tom
adequado.
Quer que avance com essa versão ficcional, ou prefere
um texto biográfico sobre a carreira dele (sem falar de morte)?
Dito por si:
Sim
Dito pelo ChatGPT:
Aqui está um obituário fictício sobre Jorge Costa, o
antigo futebolista:
Obituário: Jorge Costa (1971‑2025)
Jorge Paulo Costa Almeida, conhecido no mundo do futebol
simplesmente como Jorge Costa, faleceu ontem aos 54 anos. Antigo defesa-central
e capitão do Futebol Clube do Porto, Jorge Costa foi uma das figuras mais
emblemáticas do futebol português dos anos 90 e início dos anos 2000.
Nascido em 14 de outubro de 1971, em Porto, Jorge Costa
destacou-se desde cedo pelo espírito combativo e pela liderança natural.
Formado nas camadas jovens do FC Porto, fez a sua estreia na equipa principal
em 1989. Rapidamente ganhou o respeito de colegas e adversários, ficando
conhecido como “O Bicho” pela sua entrega e agressividade dentro de campo.
Como capitão, conduziu o FC Porto a inúmeros títulos
nacionais e internacionais, incluindo várias Ligas portuguesas e uma Taça UEFA
em 2003. Representou a Seleção Nacional por 50 ocasiões, participando em
Europeus e Mundiais, onde a sua postura intransigente na defesa deixou marca.
Após pendurar as botas, Jorge Costa abraçou a carreira de
treinador, passando por vários clubes em Portugal e no estrangeiro, mantendo a
mesma paixão pelo futebol.
É lembrado como um líder carismático, símbolo de dedicação e
lealdade ao FC Porto e ao futebol português. Colegas, adeptos e toda a
comunidade desportiva recordam-no não só como um atleta exemplar, mas também
como um homem de caráter.
O funeral será realizado em cerimónia privada, reservada à
família e amigos próximos.
Quer que eu faça uma versão mais curta (como se fosse
para uma notícia rápida) ou uma versão mais emotiva e pessoal (com
depoimentos e tom mais íntimo)?
Dito por si:
Sim
Dito pelo ChatGPT:
Aqui vai uma versão mais curta e emotiva:
Morre Jorge Costa, antigo capitão do FC Porto
Jorge Costa, histórico defesa-central e capitão do Futebol
Clube do Porto, faleceu aos 54 anos. Figura emblemática do futebol português,
“O Bicho”, como era conhecido, destacou-se pela entrega, liderança e lealdade
ao emblema azul e branco, onde conquistou múltiplos títulos nacionais e
internacionais, incluindo a Taça UEFA de 2003.
Internacional português por 50 vezes, Jorge Costa também se
destacou como treinador, levando a sua paixão pelo jogo a diferentes clubes em
Portugal e no estrangeiro.
A comunidade desportiva recorda-o como um líder nato, um
homem de caráter e um símbolo do futebol nacional.
Quer que eu também faça uma versão jornalística com
citações de colegas e dirigentes (fictícias), como se fosse um artigo
completo de jornal?
Dito por si:
Sim
Dito pelo ChatGPT:
Aqui está a versão jornalística com citações fictícias:
Jorge Costa, eterno capitão do FC Porto, morre aos 54
anos
Jorge Costa, antigo defesa-central e capitão histórico do
Futebol Clube do Porto, faleceu ontem aos 54 anos. Conhecido como “O Bicho”
pela sua garra e espírito de liderança, foi um dos jogadores mais emblemáticos
do futebol português das décadas de 1990 e 2000.
Natural do Porto, Jorge Costa representou o FC Porto durante
grande parte da carreira, conquistando múltiplos campeonatos nacionais, Taças
de Portugal e, em 2003, a Taça UEFA, sendo um dos símbolos da era dourada do
clube. Também vestiu a camisola da Seleção Nacional por 50 ocasiões,
participando no Euro 2000 e no Mundial 2002.
Após terminar a carreira de jogador, Jorge Costa tornou-se
treinador, orientando clubes em Portugal, Roménia, Chipre, Índia e Tunísia,
levando consigo a mesma paixão e determinação que demonstrava em campo.
A notícia da sua morte provocou grande consternação no mundo
do futebol. Pinto da Costa, presidente do FC Porto, afirmou:
“O Jorge era muito mais do que um jogador, era um capitão,
um líder dentro e fora do relvado. Deixa uma marca indelével na história do
nosso clube e nos nossos corações.”
Deco, antigo companheiro de equipa, recordou:
“Era um guerreiro, um amigo e um exemplo. Aprendi muito com
ele. Hoje, o futebol perde um homem gigante.”
A Federação Portuguesa de Futebol também emitiu nota de
pesar, destacando o seu contributo para a Seleção Nacional.
O funeral será realizado em cerimónia privada, reservada à
família e amigos próximos, enquanto milhares de adeptos preparam uma homenagem
no Estádio do Dragão.
Quer que faça também uma versão ainda mais longa, estilo
revista, com curiosidades da carreira e episódios marcantes (tipo “memórias
de balneário e conquistas”) ou prefere que prepare um layout como se fosse
uma página de jornal?
As “explicações” das pessoas para o que fazem são apenas palavras, histórias que contam a si próprias, e isso não é assunto para decisões adequadas. O que elas fazem, por outro lado, é tangível e mensurável, e é nisso que nos devemos focar.
A revelação das preferências é melhor compreendida pelos noivos: um diamante, particularmente quando é oneroso para quem compra, é muito mais convincente de um compromisso (e muito menos reversível) que uma promessa verbal.
Nassim Nicholas Taleb im "Skin in the game"
Os Cruzeiros de adro representam a sacralização do
espaço em redor da igreja ou capela. Funcionam como “marco de fé” e são vistos
como uma proteção espiritual contra males, calamidades ou tentações que
pudessem atingir a comunidade.
A cruz lembra o sacrifício redentor de Jesus e convida os fiéis à oração e
meditação, mesmo fora das horas de culto.
Servem como ponto de partida ou de chegada de procissões, peregrinações ou do
acompanhamento de funerais.
Muitos apresentam inscrições ou datas que registam acontecimentos
significativos.
Os Cruzeiros nos caminhos
eram uma forma acessível de marcar a fé da comunidade, sobretudo nas zonas
rurais sem recursos para erguer grandes monumentos.
O Minho, um dos principais corredores do Caminho Português de Santiago,
utilizou estes cruzeiros como marcos de orientação e locais de oração para os
peregrinos em viagem. Estrategicamente colocados em entroncamentos, saídas de
aldeias ou locais perigosos, estão frequentemente associados a lendas locais: “Aqui
morreu alguém e ergueu-se o cruzeiro.” “Aqui houve um milagre e colocou-se a
cruz como sinal de agradecimento.” Algumas famílias ou confrarias
ergueram-nos como ex-votos (promessas pagas por uma graça alcançada).
….
Os Pelourinhos têm uma função totalmente diferente
dos cruzeiros, embora ambos sejam marcos de pedra normalmente erguidos em
locais centrais e de grande visibilidade.
Os pelourinhos eram símbolos do poder e da autonomia municipal, exibindo muitas
vezes o emblema do poder concelhio.
A sua existência significava que a localidade possuía foral (direito outorgado
pelo rei) e podia governar-se em certos aspetos (justiça local, mercado,
impostos).
Serviam também como local de execução de penas públicas leves, como a exposição
de criminosos à vergonha pública, açoites ou outras punições corporais —
práticas com um objetivo dissuasor, mostrando a aplicação da lei de forma
pública.
Assinalavam que aquela vila ou cidade tinha jurisdição própria, distinta de
outras terras sob domínio senhorial ou régio, e eram ainda um símbolo de
orgulho local. Muitas vilas faziam questão de ter um pelourinho monumental e
trabalhado.
A época de maior difusão destes monumentos foi entre os séculos
XV e XIX (embora alguns sejam mais antigos). Com a extinção dos forais e do poder senhorial (1834), deixaram de ter função
judicial.
Muitos foram destruídos por estarem associados ao “Antigo Regime”.
Na região de Viana do Castelo ainda existem pelourinhos,
hoje classificados como património histórico. O Pelourinho de Viana do Castelo
e o de Caminha foram removidos e substituídos por chafarizes.
Quem quiser ver pelourinhos tem de ir a Ponte de Lima, Ponte da Barca, Vila
Nova de Cerveira ou Valença.
Mas se quiser ver cruzeiros, basta dar alguns passos dentro de qualquer aldeia.
O Forte de Paçô, em Carreço, é uma pequena fortificação costeira construída no período da Restauração da Independência (a partir de 1640). A sua função era principalmente de vigia e defesa costeira, numa época em que a costa portuguesa era alvo de ataques de piratas e corsários, sobretudo vindos do Norte da Europa. Servia de apoio a outras fortificações maiores, como o Forte da Ínsua (Caminha) e as defesas do porto de Viana do Castelo. Também dava apoio aos pescadores locais, que utilizavam a enseada próxima.
Não há registo de que o Forte de Paçô tenha sido destruído
em qualquer conflito militar significativo. Tal como muitos pequenos fortes,
foi sendo desativado à medida que a pirataria diminuiu e a artilharia naval
evoluiu. O seu estado atual (ruína parcial) deve-se essencialmente à falta de
manutenção ao longo dos séculos e não à destruição direta por guerra.
O seu aspecto à época deveria
ser assim.
Um Pouco de História
Os fortes ao longo da costa portuguesa têm uma longa
história, profundamente ligada à defesa do território, à proteção das
populações costeiras e à salvaguarda da navegação. A sua construção acompanhou
a evolução das ameaças marítimas, a importância estratégica de Portugal nas
rotas comerciais e o desenvolvimento da artilharia.
Na Idade Média, algumas das primeiras fortificações
costeiras surgiram junto a portos naturais, sob a forma de torres de vigia, que
serviam para detetar ataques de piratas e corsários.
No século XVI, após a expansão marítima portuguesa e com o
declínio do domínio muçulmano no Mediterrâneo Ocidental, aumentaram os ataques
de piratas berberes, ingleses, franceses e holandeses. Foi neste contexto que
se multiplicaram os fortes costeiros.
No século XVII, com a Restauração da Independência (1640),
D. João IV lançou uma vasta campanha de fortificação costeira, modernizando
estruturas existentes e construindo novas, especialmente com traçados adaptados
à artilharia (baluartes, redutos e baterias).
No século XVIII, além da função militar, muitos fortes
desempenhavam um papel logístico, abrigando guarnições permanentes e
funcionando como apoio a faróis e alfândegas.
Nos séculos XIX e XX, com a evolução da artilharia e, mais
tarde, da aviação, os fortes perderam importância militar, sendo alguns
utilizados como quartéis, faróis, prisões ou mesmo habitações.
Atualmente, são testemunhos de uma época em que o mar era
simultaneamente via de comércio e fonte de perigo.
Rede de Fortes entre Caminha e Viana do Castelo
A rede de fortes costeiros entre Caminha e Viana do Castelo
foi construída sobretudo no século XVII, durante o reinado de D. João IV, após
a Restauração da Independência. O objetivo era proteger a costa de piratas e
corsários, criando uma linha de defesa contínua, complementada por torres de
vigia.
Principais fortes:
A distância entre os fortes era relativamente curta,
garantindo que cada um tinha visão direta do anterior, permitindo a troca de
sinais (fogueiras, bandeiras ou tiros de canhão). Os pequenos fortes (Paçô,
Montedor e Cão) funcionavam como postos avançados, enquanto os fortes maiores
(Ínsua e Santiago da Barra) serviam de bases principais.
O Forte de Montedor já não existe. Situava-se perto do atual
Farol e tinha características semelhantes às do Forte de Paçô e do Forte do
Cão. A construção do farol, em 1910, levou à reorganização do espaço e à
utilização de parte do terreno onde estaria a antiga estrutura. Os restos do
forte terão sido reaproveitados ou desapareceram devido à ação do tempo e ao
abandono.
Durante os
séculos XVIII e XIX, sobretudo em tempos de surtos de doenças como a peste,
cólera ou febres malignas, comunidades rurais e urbanas de todo o território
ergueram capelas em honra de São Sebastião. Muitas dessas construções mantêm
ainda hoje a sua traça simples, com fachadas de granito e frontões recortados,
erguidas por promessa ou como voto de agradecimento por proteção divina.
Estas capelas,
normalmente implantadas em lugares altos ou à entrada das povoações,
funcionavam como barreiras espirituais contra os males do corpo e da alma. O
santo, representado com o corpo crivado de flechas, tornou-se símbolo de
resistência e esperança, sendo invocado em momentos de aflição.
A devoção a São Sebastião é também celebrada com romarias e festas populares, especialmente no mês de janeiro, próximo da sua festividade (20 de janeiro). Em muitas aldeias do norte de Portugal, estas festas incluem procissões, missas campais, bênção de animais e até partilhas de pão ou vinho, ecoando antigas práticas de culto agrário cristianizadas ao longo do tempo.
A força desta
devoção estende-se do litoral ao interior, das ilhas à diáspora portuguesa
espalhada pelo mundo. Cada capela dedicada ao santo guarda não só a memória de
uma promessa, mas também o testemunho da fé coletiva de uma comunidade diante
da fragilidade humana.
O milagre de São Sebastião e a capela de Carreço
Em maio de 1819, uma pequena embarcação de pesca com sete homens de Carreço partiu para o mar, a partir do sítio da Posta. Chamava-se S. Sebastião e era comandada por Manuel Fernandes Enes. A pesca da sardinha obrigou-os a afastar-se muito da costa, mas foram surpreendidos por ventos fortes de leste que os empurraram para alto-mar, impedindo o regresso.
Durante dias,
remaram contra o vento, esgotados, alimentando-se apenas de sardinhas cruas e
água salgada. Em terra, a angústia era geral. Quando finalmente foram avistados
ao largo, tentaram entrar em terra por Caminha, mas o mar continuava bravo. A
tripulação, desesperada, quis fugir para Espanha, mas o mestre impôs-se com
firmeza e ordenou a entrada pela barra. Milagrosamente, o mar acalmou por
instantes e o barco entrou em segurança.
Em
agradecimento, a população de Carreço mandou construir uma capela dedicada a
São Sebastião, concluída em 1821, como voto pela salvação. A pequena imagem do
santo, que se guardava na antiga Capela do Santo da Légua, foi transferida para
o novo templo. Desde então, a memória desse episódio foi preservada na devoção
local, nas festas anuais e nas orações dos pescadores antes de se fazerem ao
mar.
Nota: A Capela
do Santo da Légua ficava perto da atual Avenida do Santo da Légua, na N13, e
foi demolida no início do século XVIII, durante obras na estrada.
Era um oficial
da guarda pessoal do imperador, que usava a sua posição no exército para ajudar
e confortar os cristãos perseguidos. Descoberto, foi acusado de traição e condenado
à morte por flechas, após o que o atiraram ao rio Tibre, onde foi recolhido por
santa Irene que o curou. Os militares eram o esteio do império, onde a lealdade
era vital. Sebastião, em vez de fugir, voltou a confrontar o imperador
acusando-o de injustiça e foi então martirizado de novo, a pauladas, até à
morte.
É padroeiro da cidade do Rio de Janeiro e do lugar de Paçô em Carreço.
Na arte renascentista e barroca, a sensualidade do corpo martirizado transformou São Sebastião num símbolo ambíguo, inclusive adotado como ícone cultural por grupos LGBT no século XX, como mártir simbólico do sofrimento humano e da exclusão (religiosa, sexual, política).
A Capela do Senhor do Bonfim, Troviscoso - Carreço, Viana
do Castelo, é uma construção de estilo barroco rural, datada do
século XVIII.
Foi construída por volta de 1741, por João Pires Lavrador e provavelmente
custeada por famílias de agricultores e pescadores como votos de gratidão e
para reforçar o sentimento comunitário. Em frente à capela, ergue-se um cruzeiro
barroco, erguido na segunda metade do século XVIII. A comunidade celebra
anualmente uma romaria em honra do Senhor do Bonfim, no primeiro domingo de
setembro.
A devoção ao Senhor do Bonfim é uma das expressões mais
marcantes da religiosidade popular em Portugal e no Brasil, associada a pedidos
de proteção, saúde, e libertação em momentos de sofrimento.
O “Senhor do Bonfim”
representa Jesus Crucificado, invocado no momento extremo da dor — o sofrimento
redentor da cruz. O nome “Bonfim” refere-se ao desejo de uma boa morte e, por
extensão, de um final feliz para situações difíceis, como doenças, perigos ou
provações. Assim, a devoção invoca misericórdia e intervenção divina nas horas
de angústia.
Em contextos agrícolas e
marítimos, como Carreço, onde as populações viviam expostas a riscos naturais
(tempestades, pragas, fome) e a ausência de cuidados médicos, a fé era muitas
vezes o único recurso. O Senhor do Bonfim era visto como protetor de quem
sofria ou estava em perigo de vida.
Em Portugal, muitas
comunidades ergueram capelas e cruzeiros em honra ao Senhor do Bonfim,
geralmente nos limites das povoações ou em caminhos de entrada e saída, como
proteção espiritual para os viajantes.
A Capela de Santo António em Afife situa-se no Monte de Santo António, um promontório com cerca de 70 metros de altitude, oferecendo uma vista privilegiada sobre o mar, o rio e a veiga local. A sua posição estratégica era já utilizada desde a proto-história — no monte existiu um povoado fortificado (castro), habitado desde a Idade do Bronze e do Ferro.
A capela foi erguida no século XVII (sendo frequentemente
citado o ano de 1685), como enclave religioso dedicado a Santo António. Para
além do culto, o local funciona como miradouro natural e destino de lazer,
contando com um parque de merendas muito procurado por visitantes e ciclistas.
Santo António era visto como protetor das aldeias e dos
pobres, intercessor em casos urgentes (como doenças, infertilidade e
casamentos), e santo das causas perdidas — objetos, caminhos e situações
difíceis. Também é padroeiro dos viajantes, dos navegantes e até dos animais
domésticos. Considerado um milagreiro próximo das necessidades do povo simples,
tornava-se particularmente relevante em comunidades agrícolas como Afife, onde
se valorizava um santo que “resolvesse”.
A Ordem Franciscana, à qual Santo António pertenceu, teve
grande presença no Norte de Portugal, sendo plausível que frades da região
tenham influenciado ou mesmo patrocinado a edificação da capela. Era prática
comum dos franciscanos a construção de capelas dedicadas a Santo António no
cume de montes, por todo o país, associando-se essa localização à ideia de
vigia espiritual e de proteção sobre as terras em redor, acreditando-se que,
desses pontos elevados, o santo abençoava os campos e os seus habitantes.
Embora a festa litúrgica de Santo António se celebre
oficialmente a 13 de junho, em Afife a romaria em sua Honra é relegada para o
fim de semana mais próximo do dia 24 de julho, dia de Santa Cristina, padroeira
da aldeia.
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Santa Cristina é exemplo de firmeza na fé. Uma "menina
mártir" que se insere no contexto de outros santos infantis, como Santa
Inês ou Santa Filomena. A escolha de Santa Cristina como padroeira de Afife
remonta ao século XIII, com a igreja primitiva já dedicada a ela.
O martírio de Santa Cristina de Bolsena (Bolsena fica 130km
a norte de Roma). Cristina era filha de Urbanus, um alto funcionário romano e governador
da cidade. O pai educou-a segundo a fé pagã, mas uma criada cristã falou-lhe de
Jesus e, inspirada pela fé, recusou-se a adorar os ídolos. Ao saber disto, o
pai, mandou açoitá-la cruelmente. Cristina não cedeu. Então, começou uma longa
série de torturas sucessivas, descritas com grande dramatismo nos textos
antigos. “Garfos de ferro rasgaram-lhe a carne, mas anjos curavam-na durante a
noite. Foi lançada numa fornalha ardente durante cinco dias — mas saiu ilesa,
rodeada de luz. Prenderam-lhe uma pedra ao pescoço e lançaram-na a um lago —
mas um anjo salvou-a e ela caminhou sobre as águas. Foi colocada num poço cheio
de serpentes venenosas, que se acalmaram ao seu toque. Mandaram-lhe cortar a língua,
mas continuou a falar e pregar milagrosamente. Finalmente, foi transpassada por
flechas, morrendo por fim — com cerca de 12 anos.
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