Hoje a principal área de negócio nos USA é a Saúde (afirmação recente do Prof. António Borges). É mais que a construção civil e que o armamento.
A disponibilização da saúde a toda a população e a alta tecnologia possível fizeram com que o seu preço tenha vindo a aumentar exponencialmente.
O doente ao não pagar directamente os cuidados de saúde de que beneficia, tende a desvalorizar os custos. A verba disponibilizada para este sector pelo Governo, é necessariamente limitada face à possibilidade de consumo, e o médico colocado entre o consumidor (doente) e o pagador (SNS, Seguro, …) beneficia do consumo de um e da despesa do outro.
A prática da Medicina é tradicionalmente uma profissão solitária – um médico e um doente, e auditar a qualidade desta relação é difícil.
Há estudos que sugerem que ~ 80% das decisões terapêuticas dos médicos são baseadas numa boa evidência clínica. Mas há falta de evidência na correcção de outros tipos de decisão, como: quando investigar, que tipo de testes usar, quando referenciar, para não falar dos múltiplos e complexos aspectos humanos e sociais desta relação.
Nesta teia de interesses os médicos são PARCEIROS, e têm de se entender com todos os profissionais onde necessariamente estão incluídos os economistas e os políticos, que querem saber como é que se está a gastar o dinheiro que eles lhes disponibilizam.
Assim sendo, é bom ter credibilidade e participar na colheita dos dados que suportam as decisões, pois quem não o fizer irá ser vítima de decisões onde não foi ouvido.
CONCEITOS – GESTÃO
Governação Clínica: O enquadramento através do qual as organizações de Saúde são responsabilizadas pela melhoria contínua da qualidade dos seus serviços e pela criação de um ambiente que promova altos níveis de qualidade dos cuidados.
A forma de atingir este objectivo consiste na responsabilização local das organizações e dos seus profissionais pela qualidade e desempenho clínicos, assegurando a sua implementação, manutenção e monitorização.
Cultura de uma Organização: Sistema de valores e crenças compartilhados que determinam o comportamento da organização. É útil diferenciar «Cultura Patente» (a manifesta, formal, aparente) que corresponde ao polo organizado, como a organização se quer mostrar, da «Cultura Latente» (onde estão as crenças, os impulsos institivos, os desejos não expressos, mas também a criatividade, a capacidade de inovar) que representa o polo organizante
Aprendizagem organizacional: O modo como as organizações constroem e organizam o conhecimento e as suas rotinas e utilizam os recursos dos seus profissionais para melhorar o desempenho da organização
Accountability: É muita vezes traduzida por responsabilização, mas implica também a transparência dos objectivos, processos e resultados para que qualquer pessoa possa avaliar, por si e se assim o desejar, a qualidade dessa organização.
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