Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Se os teus olhos forem bons, será bom aquilo que tu vês.
Talvez quem mo tenha dito do melhor modo, tenha sido Rodrigues Lobo (1579-1621) neste soneto.
Fermoso Tejo meu, quão diferente
Te vejo e vi, me vês agora e viste:
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
Claro te vi eu já, tu a mim contente.
A ti foi-te trocando a grossa enchente
A quem teu largo campo não resiste;
A mim trocou-me a vista em que consiste
O meu viver contente ou descontente!
Já que somos no mal participantes,
Sejamo-lo no bem. Oh, quem me dera
Que fôramos em tudo semelhantes!
Mas lá virá a fresca Primavera:
Tu tornarás a ser quem eras dantes,
Eu não sei se serei quem dantes era.
Francisco Rodrigues Lobo (cristão-novo), discípulo de Camões. Morreu afogado numa viagem de barco entre Santarém e Lisboa. Tem uma Praça com estátua em Leiria e dá nome ao Liceu da cidade.
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