sexta-feira, 25 de julho de 2008

Gut Feeling


As intuições são despertadas por pequenas subtilezas, como uma expressão corporal, um tom de voz ou um facto aparentemente irrelevante, que de um modo súbito, clarificam o nosso olhar e tomam vantagem sobre todos os outros circuitos mentais anteriores.
Quem não tem intuição e decide unicamente de acordo com a razão tende a análises excessivamente complicadas e a não decidir ou decidir tardiamente.

Para que a intuição surja de modo fluente, há que ter um passado de disciplina e de raciocínio. Quanto mais se pensar, analisar, estudar e praticar, mais se interiorizam os fluxos de raciocínio e mais fácil se torna a percepção dos pequenos pormenores que “fazem toda a diferença”.
Para se ser um bom decisor é conveniente acabar com a guerra entre os intestinos e o cérebro e fazê-los cooperar, até porque, algumas vezes o saber menos acerca de um assunto pode ajudar a achar a solução correcta.

1 comentário:

  1. Não sei descrever a intuição racionalmente. Nunca soube.

    Acho o tema fascinante; trocava anos de vida por apurar a minha.

    Não sei dizer o que é, mas sei que ela me assalta e me diz "vai para ali", "vem-te embora daqui", "este, sim", mas "aquilo, já não". Sei que ela me presta um serviço inestimável.

    A minha foi baptizada. Chamo-lhe as minhas campaínhas internas e tem sido muito camarada comigo. De todas as vezes que as coisas correram mal, leia-se com resultados diferentes dos que eu desejava,a culpa foi quase sempre do meu lado racional, mental, intelectual. O lado controlado e controlador. A intuição avisou; eu mandei-a calar.

    Acredito que a maior parte de nós não lhe saiba dar voz, tão embrenhados estamos sempre no conhecimento lógico das coisas.

    O que eu já não tenho a certeza, é se, para se desenvolver a intuição, precisamos de ter pensado, estudado, analisado, etc., e muito, antes.

    Acho que essa análise é importante, interessante; fundamental até para nos tornarmos melhores. Mas é trabalho de cérebro. E é o cérebro que nos faz pesar, repesar, avançar e retroceder, avaliar, medir e comparar até à exaustão.

    A intuição, a tal das pequenas subtilezas, é matéria das tripas, do corpo todo. É no corpo todo que as campaínhas ecoam. E aí nós... ou as ouvimos... ou lhes desligamos o som.

    Estou cada vez mais convencida que aquilo que o corpo não sente, a mente não regista.

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