quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Perfumes





















O nariz tem múltiplas funções: aquecimento, humidificação, filtragem das partículas do ar, caixa de ressonância na linguagem, e identificação das propriedades do ambiente que nos rodeia.

O nosso epitélio olfativo ocupa 10 cm² no cimo da cavidade nasal (no cão 170 cm2) e as células olfativas são as únicas do sistema nervoso que se replicam até à morte. Há cientistas portugueses a estudar esta característica na cicatrização de secções medulares.

Identificamos os maus cheiros, resultantes da decomposição da matéria orgânica, o cheiro a mofo (micotoxinas voláteis) e múltiplos outros que associamos a ambientes a evitar (na idade média entendia-se que eram os maus odores que veiculavam a doença) e identificamos os cheiros agradáveis (perfumes), que associamos a higiene e aos alimentos.

Os perfumes são usados pelo homem desde o início dos tempos em fumigações e unguentos na religião, na saúde e na sedução e foram e são fonte de riqueza de muitos povos.

O alambique (“al ambic”), foi desenvolvido no ano de 800 D.C. pelo alquimista árabe Jabir ibn Hayyan (721–815), e pouco tempo depois, al-Razi (864–930) descreve a destilação do álcool (“al cóhol”) e o seu uso na medicina.

O álcool é o solvente indispensável que vai permitir a Veneza criar no século XVI a perfumaria moderna, associando-lhe frascos coloridos em vidro de Murano.

A indústria da perfumaria nasceu depois da 1ª guerra mundial. É actualmente a 2ª indústria exportadora de França, à frente da indústria automóvel.

As despesas de fabrico repartem-se da seguinte forma: 35% para mão-de-obra e custos industriais, 20% ou mais para o frasco, 15% para o actuador e sistema de vaporização, 10% para a tampa, 8% para a cartonagem e 10% para a fragrância.
O frasco é um elemento fundamental para o sucesso de um perfume.
É boa regra que o custo de fabrico não ultrapasse os 30% do preço do custo do produto final. Os restantes 70% são consagrados ao marketing.
Em França são comercializados todos os anos mais de uma centena de perfumes. Em cada três um dá lucro, um não é rentável e o 3º é deficitário.

A pele de cada ser humano produz um cheiro natural único, que um cão polícia poderá reconhecer entre milhares. A pele reagirá de forma diferente aos componentes de um perfume, pelo que é bom testar na própria pele vários perfumes, antes de optar por um.

O perfume degrada-se com o envelhecimento, principalmente se exposto à luz, ao calor e à humidade. Se o quer proteger, deixe-o na caixa com o cimo para baixo de preferência na gaveta dos legumes do frigorífico. Mas é preferível comprar frascos pequenos e substitui-los.

É aconselhável que pense nas pessoas com quem convive, mantendo descrição e sobriedade no seu uso.

Mas não há nada como o cheiro a lavado. É que há cheiro a suor de fazer arder os olhos!

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