Aqui é Portugal
Letra de Mário de Sampayo Ribeiro, Música de Manuel Tino
De Sagres, do Restelo
Partiram caravelas,
Levando a Cruz de Cristo esmaltada em suas velas,
E foram, mar em fora,
A desvendar arcanos
Num esforço indómito, sem par,
Que desbravou os oceanos
Argamassado com sangues generosos,
De missionários, guerreiros valorosos,
Consolidou-se com rapidez
Todo o mundo Português!
Em Goa, como na Beira,
Na Praia ou na Terceira,
Em Díli, Macau, Bolama,
Angola ou no Funchal,
Até mesmo a terra clama
Aqui é Portugal!
1962 – Liceu Alexandre Herculano, aula de Canto Coral – Professor ?, de alcunha “o Pausa”.
O Pausa era um homenzarrão de voz aflautada, que desde o início do ano, se esforçava por pôr aquela turba de garotos irrequietos, a cantar um hino heróico, que lhes incutisse a honra e o desígnio da portugalidade.
Geria-nos com mão de ferro: “Senta aí, e só fala quando eu mandar! Tudo calado! Quem falar vai já para rua!” e a malta calava-se 5 minutos, para lhe dar tempo para nos encher a boca até à garganta com novas músicas.
Geria-nos com mão de ferro: “Senta aí, e só fala quando eu mandar! Tudo calado! Quem falar vai já para rua!” e a malta calava-se 5 minutos, para lhe dar tempo para nos encher a boca até à garganta com novas músicas.
Mas, para essa aula, tinhamos-lhe preparado uma surpresa. Durante a manhã ensaiaramos até à perfeição o último verso, modificado. E, quando no auge da intensidade dramática, se afirma o mais glorioso dos patriotismos e o Pausa como de costume, diz energicamente “PAUSA” a seguir a “Até mesmo a terra clama”, o maralhal de peito cheio, à uma e dentro do tom, em vez do "Aqui é Portugal!" previsto, grita “Aqui ... é Canto Coral!”
«O Pausa» (também conhecido como «O Semifusa») chamava-se Manuel Moreira da Silva, era natural de Vila Real e de lá viera para o «Alexandre Herculano» em 1963. A razão da 1.ª alcunha prende-se com o modo come ensaiava o Hino da Mocidade Portuguesa, a saber:
ResponderEliminar- Lá vamos cantando e rindo (PAUSA !)
Levados (PAUSA ! Xiiiiiiu !)
Levados sim
Pela voz do som tremendo (PAUSA !)
Das tubas (PAUSA ! Xiiiiiiu !)
Clangor sem fim...
Esteve no «Alexandre Herculano» até por volta de 1970 (por esses anos tinha um automóvel SKODA, de fabrico checo), e mais tarde tornou-se professor efectivo da Escola Gomes Teixeira (à Praça da Galiza). Em 1966 regeu o Orfeão do Liceu na «Festa dos Finalistas» (Coliseu do Porto).
Passei pelas suas aulas entre 1963 e 1965. No fim do 2.º destes anos lectivos felicitou a turma: éramos os mais bem comportados ! Razão plausível, segundo ele: íamos para Canto Coral depois da aula de Moral !...
- Os outros, que vêm da Ginástica, todos suados e congestionados, parecem malucos !...
«O Pausa» terá morrido pelos primeiros anos do século XXI.
Com os melhores cumprimentos,
Armando Luís de Carvalho Homem
(Porto)
Obrigado pela correcção e pelo acrescento de informação.
ResponderEliminarSegundo creio, no 3º ciclo, foste da turma de Matemáticas Especiais. Aquela que englobava os melhores alunos e que deu gente sonante da actualidade. Creio que fomos colegas no 4º e 5º anos. Vou confirmar. Um abraço!
Não, de facto não fui da turma das Matemáticas Especiais, mas da turma de «Letras» (turma A), que tinha grande maioria de gente destinada a Direito e 5 ou 6 (no total) a Românicas, Germânicas, História e Filosofia. Fui inicialmente para Direito, mas rapidamente mudei para História, formando-me e fazendo carreira na FL/UP.
ResponderEliminarQuanto aos nomes sonantes desse curso (1960-1967) do LAH, vejamos:
- António Castel-Branco Borges, economista que não carece de apresentações.
- António Restivo, que foi professor do Dep. de Eng.ª Mecânica da FE/UP e morreu em 1993, de doença súbita.
- António Pereira Leite, professor do Dep. de Física da FC/UP:
- António Torres Marques, também professor (e actual Presidente) do Dep. de Eng.ª Mecânica da FE/UP.
- António Fernando Silva, prof. do Dep. de Química da FC/UP e actual Director da Escola.
- António Rui Figueiredo, prof. do Dep. de Eng.ª Mecânica da FCT/UC.
- Armando Pereira Ribeiro, médico- gastrenterologista, exercendo clínica no Porto.
- Mário Júlio Montalvão Machado, que morreu «de doença prolongada» em 1998; era filho de um conhecido advogado do Porto e irmão de outro advogado e dirigente do PSD.
- António José Moreira, professor da Direito da U. Lusíada / Porto.
- Américo Oliveira Santos, também já desaparecido, formado em Direito (UL) e em Românicas (UP), que foi assistente da FL/UP.
- José Rodrigues Gomes Pereira, desembargador do Tribunal da Relação de Coimbra.
- Manuel Ricardo Costa e Silva, que julgo desembargador do Tribunal da Relação do Porto.
- Manuel Inocêncio Pereira da Silva, que foi jornalista do JN e depois foi viver para a Alemanha.
E por aí fora. Puxando pela cabeça e recorrendo a fotografias que tenho, poderei depois ir mais longe.
Para já, um grande abraço,
Armando Luís de Carvalho Homem
(Tlm. 91.970.15.96)