Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Santa Asma
- “Oh Dra. Maria do Carmo, não sei mais que lhe faça. Vai mesmo tomar medicação diária para controlar a sua asma”, disse-lhe ao fim de um estudo mais que completo para aqueles novos sintomas, que agora a afligiam.
- Mas Dr! Eu mesmo assim, tenho períodos de tosse em que não consigo trabalhar”, respondia-me, pouco conformada, -“E nem é a falta de ar, é este incómodo aqui!”, e apontava para o esterno.
Já esgotado de soluções, revi a situação enquanto explanava: - “Essa tosse não tem nada a ver com a sua alergia aos pólenes, porque agora não há pólenes, e não tem nada a ver com outra doença, que está mais que excluída. A Sra. não tem mesmo nada de diferente lá em casa que cheire?”
Rebobinou a vida, respondeu que não, e lá se foi com a receita na mão e com consulta marcada para três meses depois.
Encontro-a, por acaso, na rua, com o ar mais saudável do mundo -“Então! Está melhor ou encontrou alguém, mais expedito, que resolveu o problema?”
-“Oh Dr.! A seguir á consulta, um colega meu do Conservatório de Lisboa, teve um acesso de tosse no meu gabinete e, de imediato, virou-se para um arranjo de flores sintéticas que eu tinha na secretária, e disse: - É isto!, e foi remédio santo. Nunca mais tive tosse! E olhe que tinha sido uma prenda do Pai Natal!”
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