Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
sábado, 1 de agosto de 2009
Olhos
Quando olhamos para uma pessoa, mesmo a uma distância considerável, graças ao contraste entre a esclerótica e a íris, podemos ver com nitidez para onde os seus olhos estão a apontar, independentemente do sítio para onde o seu rosto está a virado. De mais perto, podemos ver se os seus olhos estão dilatados, graças ao contraste entre a íris e a pupila. O poder emocional e comunicativo dos olhos é tão grande que lhes chamamos “as janelas da alma”.
Somos a única espécie de primatas que possui janelas através das quais os outros podem olhar. Em todas as outras espécies a esclerótica é pigmentada de modo a fornecer um contraste baixo, e não alto, com a íris e o resto do rosto. Além disso, em comparação com outros primatas, nos seres humanos a porção de olho visível é desproporcionadamente grande e alongada no sentido horizontal. Os gorilas são maiores que nós, mas a porção de olhos exposta é mais pequena, o que faz os seus olhos assemelharem-se a contas. Tendo como única excepção a nossa espécie, os olhos dos primatas evoluíram para serem difíceis de ver, para ocultarem, e não revelarem informação sobre nós próprios – o equivalente natural dos óculos de sol ou das janelas com cortinas corridas.
David Sloan Wilson in “A Evolução para todos”
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