quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Conta-me como foi!






- Isso foi há mais de 10 anos, mas ainda agora, me dá o nervoso miudinho, quando passo por ele.
- Mas conta lá, que eu componho a coisa, e “tiro-te os suspiros”!
- A frente da minha casa dá para a estrada e, para que a roupa seque melhor, a minha mãe pôs lá um arame. Um dia, por volta do meio-dia, a vizinha viu um sujeito a tirar roupa de lá, mas pensou que era um colega do João. O certo é que o equipamento novo que o meu irmão tinha recebido semanas antes (uns calções, uma camisola, um blusão de estrada e umas luvas) tudo com as cores da equipe e com o nome gravado, “voou”. Até fomos à Polícia, dar conta do roubo.
Passados dias, estava eu ao pé de casa com o meu namorado, quando vejo passar um ciclista que eu não conhecia, com aquele equipamento e com uma bicicleta que não era de corrida. Por sorte o meu irmão estava perto, e foi o tempo de o chamar, metermo-nos no carro e apanhá-lo ao chegar à ponte de Portuzelo.
Ele tentou fugir, mas pusemos-lhe o carro na frente e ele teve que parar. Saí do carro e disse-lhe: “Vais ter de dar essa roupa que não é tua!”. Ele ainda tentou argumentar, mas o meu irmão virou-lhe a camisola e mostrou-lhe o nome marcado “João Pedro”. Quando se viu apanhado, começou a dizer que se estava a sentir muito mal, e atirou-se para o chão “a espumar”, fingindo um “ataque”. Eu vi logo que aquilo era fita, e disse-lhe: “Pára com essas fantochadas!”, mas a namorada do meu irmão, ficou com pena dele e foi ao Café, buscar-lhe um copo de água.
Como a coisa não desatava, liguei para a Polícia. Quando ele topou o que eu estava a fazer, veio ter comigo à pressa, a implorar para eu não dizer nada à Polícia, que me dava a roupa, que a mãe dele morria se soubesse, e coisas assim.
Então, fomos de carro atrás dele até um loteamento que havia ali para os lados do campo de futebol, onde parou e nos disse para esperarmos enquanto ia tirar a roupa a casa e trazer a restante. Nós dissemos “está bem, mas a bicicleta fica aqui!”. Passada meia hora, veio com um saco onde tinha o equipamento todo, tão sujo que metia dó.
O meu irmão então começou a falar com ele, a dizer-lhe que não devia ter feito aquilo, que podia ter-lhe causado problemas, que era ciclista profissional e que aquele equipamento era específico da equipe. Ele respondeu que ao passar tinha-o achado tão bonito, que não tinha resistido. E o meu irmão, cheio de pena dele, porque o pensava um coitado, ainda lhe disse: “Sabes, nós temos equipamentos dos anos anteriores, e se tu tens vindo ao pé de nós, até te dávamos um!”, mal nós sabíamos quem ele era.
Só para aí um ano depois, quando um da equipe teve uma queda para os lados da Areosa e foi parar ao Hospital é que o reconheceu e nos disse.

4 comentários:

  1. esta história é conhecida em Viana mas que importa se ninguém põe cobro a isto
    A reacção é:
    «Coitado que é tolo»
    Ah! Ah! como é tolo quem o diz...se soubessem como ele se fica a rir deles

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  2. Lá esta o Sr. a bater no mesmo!
    O Sr. tem jeito para fazer histórias, e como lhe reconheço o jeito, vou dar-lhe um tema, para ver como se sai.
    -Dia da semana – quintas-feiras.
    -Cirurgião, de serviço em presença física, numa Urgência Medico Cirúrgica.
    - Durante as horas de serviço dá consultas e realiza cirurgias , numa unidade de Saúde Particular.
    - O Chefe de Equipa sabe (?) ou faz que não sabe, da por falta dele nas não questiona.
    Boa sorte!

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  3. Estou esclarecido!....
    O Sr só tem jeito para "malhar "nos pequenos.
    Mas…não é nada que nos não saibamos!
    Passe bem……………………………………………..

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