sábado, 22 de maio de 2010

O que nos fica



Às vezes, uma informação subtil estrutura-nos.

Vem ao caso a minha primeira grande viagem. Juntámos-nos 4, avaliamos as economias e planeámos a logística possível e, com o carro do pai, duas tendas de campismo, umas panelas e o mapa da Europa na mão, partimos à aventura.

Estávamos no fim dos anos 60, quando a música anglo-saxónica nos trazia um mundo que por aqui tardava, e a cópia de alguns dos seus sinais (calças à boca de sino e longos cabelos masculinos), era alvo de comentários de rua a todo o instante. Eram as pressões de então sobre tudo o que fugisse aos códigos que a Mocidade Portuguesa e a Santa Igreja bramiam nas aulas obrigatórias.

Foi uma festa essa descoberta, mas foi um cartaz de parede do quarto de dormir de um "Auberge de la Jeunesse" na Bélgica, que me fez luz do porquê do nosso atraso.
Dizia em letras garrafais, para que não houvesse dúvidas:

Osez la Difference!
Assinado: Ministério da Educação

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