És pior que a mulher do piolhoso! Era assim que a minha avó dizia, quando alguém teimava em defender uma qualquer causa, depois daquilo que ela considerava aceitável.
A história já a encontrei na Net, com uma versão ligeiramente diferente daquela que ela contava e faz fé na minha casa. Mas foi assim que a aprendi e é assim que a levarei para cova, sem saber até se ela teve origem no distante Brasil.
Tudo se inicia num conflito conjugal, onde a mulher decide insultar o homem de piolhoso. Ele entende o dito como uma ofensa e questiona-a agressivo: "O que é que me chamaste?", ao que ela repete: “Piolhoso”. O homem passa das palavras à agressão física, e de cada vez que a agrava, pergunta: "O que é que disseste que eu sou?", e ela responde sempre: "Piolhoso!"
No fim, ele prende-lhe aos pés uma pedra, amarra-a à corda do poço da casa, e de cada vez que dá à manivela e a afunda, faz a pergunta: "O que é que eu sou?", e depois de ouvir a resposta: “Piolhoso!”, dá nova volta à manivela.
Quando ela está já com a água pelo traço do lábio, ainda responde “Piolhoso”, e quando ele lhe submerge a cabeça e lhe pergunta pela última vez, com ar de vitória: "E agora! O que é que eu sou?", ela levanta os braços e com as unhas do polegares faz o gesto de quem mata um piolho.
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