domingo, 20 de março de 2011

Cidades Compactas


Quem dirige tem de ter em mente que há verdades que só se aplicam a um grupo restrito da população, e que ao aplicá-las a toda ela, pode causar grande desconforto e instabilidade social.
O progresso é um processo dinâmico que exige capacidades e recursos (em mutação constante) que a maioria da população não tem (nem terá) e, como tal, tenderá para a exclusão social.

A mobilidade das populações agrava significativamente esse facto.
Exige-se pois, uma política de proximidade, onde as deslocações se possam fazer por meios próprios na maioria das situações - uma mobilidade sustentável que aumente a qualidade de vida dos cidadãos.
Há que privilegiar a mercearia em detrimento dos hipermercados, as pequenas unidades hospitalares, as fábricas de média dimensão, o ressurgimento de feiras para produtos locais e toda uma política para a criação de cidades compactas, onde seja vantajoso abdicar do transporte individual no seu interior e para o exterior.
Saímos de um século onde se promoveu o individualismo e a posse, com custos energéticos progressivos, a concentração das pessoas em grandes urbes e a concentração do dinheiro (poder) em meia dúzia de famílias. Chegou o tempo de fazer, com qualidade, o percurso inverso.

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