segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Os Mercados



Life is a game.
A vida não é mais que uma sucessão de jogos, onde perder não é um desastre, se isso não implicar ficar fora deles.
Mae West terá dito que “não queria saber de ganhar ou perder, desde que a deixassem continuar a jogar”, e de facto, o importante é poder continuar a jogar, e para tal, não se pode perder sempre. Eu sei que ela não era filosofa, mas as suas frases ainda hoje mantêm muita verdade.

Há muitos jogos e muitos campeonatos, primeiras divisões e outras regionais mas, se pensarmos bem, a maior parte dos jogos pertencem a estas últimas e os jogos de 1ª divisão, que a globalização nos criou, têm riscos que nem todos se disponibilizam a correr.
Há alegrias em todas eles, e o iate de luxo não traz mais felicidade que uma pequena vitória na resolução de um problema que nos atormenta ou na conquista da mulher que nos enfeitiça.

Os jogos de sobrevivência, que se jogam na África subsariana, não são comuns no mundo ocidental. Aqui a maior parte do tempo o que se joga é a conquista de dinheiro que nos dê acesso a objectos e a um conforto imaginário, sejam eles um televisor, uma roupa de marca ou umas férias exóticas para "projecção dentro do grupo".

O capitalismo tem sido o tabuleiro base aos jogos das divisões superiores e, na febre do jogo, ninguém lhes lembra que há outros campeonatos a decorrer com maior legitimidade.
Até um dos muito ricos fala em baixar as paradas, para que não se chegue ao limite de se ter de lhes dizer: "Alto e pára o jogo!" "Ou há moralidade, o jogam todos!"

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