Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Penha Garcia
Penha Garcia tem 748 habitantes (2011) + 2, a Ana e a Margarida, que vieram de Lisboa para dar seguimento à tradição e tomar a seu cargo o Forno Comunitário.
Uma era assistente num consultório dentário, a outra tem um mestrado em “estatuária urbana”. Vieram há três meses para este fim do mundo, na esperança de que o turismo lhes dê mais que as promessas da grande cidade. Aprenderam as receitas e das 05:00h às 19:00h, ali estão elas, a dar pão e doces tradicionais aos que por ali sobem para visitar as particularidades da terra e os seus trilhos, onde pontuam estevas, carqueja, giestas, rosmaninho e os moinhos-azenhas restaurados ao longo do rio Ponsul.
Até à abertura das fronteiras, o contrabando era o ganha-pão de muitas das famílias. Para Espanha levava-se o café Cubano, que Rui Nabeiro se encarregava colocar nas imediações, para ser levado a cavalo, preso por cordas para, para serem rapidamente cortadas, caso surgissem os guardas. Para cá trazia-se bombasina e colorau. Com a abertura das fronteiras, a maior parte ingressou na Guarda Republicana.
Mas o potencial de Penha Garcia, está no que tem de diferente. E isso passa pela valorização dos seus fósseis – as Trilobites, tão pobremente exploradas, quando comparado com o que acontece aqui bem perto – em Marrocos, como David Atenborough tão bem nos mostra neste filme.
... Houvesse jovens que, como a Ana e a Margarida, saíssem dos grandes centros e se dispusessem "a partir pedra" por terras como estas.
... e já agora podiam dar início a um movimento para retirar da aldeia, o Tanque - M47 Patton - fabricado em 1951, nos EUA, e que participou, em Lisboa, no 25 de Abril de 1974.
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