segunda-feira, 4 de junho de 2012

Iatrogenia

É uma palavra difícil, para quem a desconhece e para quem a conhece bem. A uns soa a erudição, a outros a tribunal.
Quando alguma coisa corre mal nos cuidados médicos e se procuraram eventuais erros na cadeia dos envolvidos, de vez em quando, tropeça-se em incapacidades ou em negligência, para além dos acidentes e das reacções adversas.

Quando a promoção dos responsáveis em Saúde é efectuada por critérios de simpatia, de modo a agradar à hierarquia e aos funcionários, é natural que o nível de exigência diminua e aumente o número de erros cometidos.
Hoje é alguém desconhecido, amanhã é um nosso irmão e depois ... nós.


É quase um destino quando se criam as condições para ela aconteça e é bom não esquecer que a arte é complexa e que os médicos usam armas letais.

Para que as suas decisões sejam correctas (à luz da ciência actual) é necessário que estejam presentes “em grau elevado” três varáveis: competência, envolvimento com o problema e boas condições de trabalho no momento da decisão.
Se qualquer destes parâmetros falhar, as soluções poderão não ser as melhores e até agravarem o problema inicial. A isso chama-se iatrogenia.

O Serviço Nacional de Saúde tem vindo a substituir as lideranças por quem se mostra subserviente, com reflexo negativo na qualidade das decisões e consequente  estabelecimento do compadrio.

Não quero crer que haja da parte de quem decide, uma vontade em descredibilizar as instituições públicas, para dar espaço às privadas. Mas eu já vi um porco a andar de bicicleta!

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