sábado, 29 de setembro de 2012

O Sapo

-Oh meu amigo! Ao tempo que não te via. Então mudaste sem dizer nada? Olha, que até pensei que tinhas emigrado ou ido desta para melhor, com as rãs, depois da Junta de Freguesia andar a pôr herbicida nos caminhos e inquinar a água que corre para o meu tanque. Desde a primavera que não as ouço coaxar. E sempre eram uma companhia. Tu não falas. Bufas. És bicho da noite e eu já não estou para noitadas. Por isso andamos cada um para seu lado. Não fosse hoje ter de resolver esse buraco no caminho, não te encontrava. Da última vez que nos vimos, moravas mais para cima. Nessa altura até estive para te pôr um nº na porta, para não me tentar a lá meter uma racha e algum cimento.

Hoje vais ter de mudar de residência. Não podes continuar aí. Não é propriamente um despejo, já que a dois passos não te faltam óptimas residências. O aluguer fica por minha conta, desde que me comas as lesmas e os caracóis.
Não te aproximes das laranjeiras por causa da calda bordalesa e um ou outro insecticida que eu lhes ponho, que tu, apesar de teres pele de sapo, és muito sensível e fraco dos pulmões.

Mas agora reparo. Estás mais gordo e austero. Até fazes lembrar o Mário Lino. Por acaso, não serás esse príncipe da política?
Desculpa a pergunta: Conheces a Ministra Paula Teixeira da Cruz? Aquela que disse que "acabou o tempo" em que havia  "impunidade", comentando as buscas feitas pela PJ às residências dos ex-ministros do PS? 
Se calhar estás com um feitiço! Olha aí! Se disseres "jámé", eu dou-te o beijo. Mas ficas aqui a trabalhar no jardim. Não te deixo voltar à CGD. OK?
 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Desperdício


Ex. mos Srs. do CONSELHO NACIONAL DE ÉTICA PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA
Eu entendo que o Governo queira por ordem nos desmandos de alguns médicos, grandes prescritores de terapêuticas caras, que frequentemente fazem mais mal que bem ou que não têm significativa vantagem sobre outras bem mais baratas, num século em que a prática médica é influenciada pelas “novidades” e ninguém quer ficar para trás (mesmo quando a evidência do benefício não está completamente definida).

Mas o problema não deve ser resolvido por decreto. O problema deve ser resolvido criando organização. Isto é: as decisões mais complexas ou que envolvam gastos significativos devem ser tomadas caso a caso e envolver múltiplos profissionais, sob orientação de uma direcção responsabilizável e tecnicamente competente, e não por alguém nomeado para satisfazer as necessidades pessoais de um qualquer autocrata que num determinado momento foi empossado politicamente num lugar de gestão.

Como se diz no parecer 64/CNECV/2012 - PARECER SOBRE UM MODELO DE DELIBERAÇÃO PARA FINANCIAMENTO DO CUSTO DOS MEDICAMENTOS “A questão não está na contenção de custos em si mesma, sempre inevitável por maiores que sejam os recursos, mas na responsabilidade racional da escolha de prioridades e na eficácia da luta contra a ineficiência e desperdício na área da saúde”

O problema não é a SIDA, a Artrite Reumatóide e o Cancro. O problema é o desperdício. E o desperdício tem de ter quem lute contra ele. É função do Governo pugnar pela promoção da competência e eficiência e não pela promoção dos "Yes man" com tendências corporativas.

Assim não vamos lá!

domingo, 16 de setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

O meu bisavô Florêncio



Nascimento - 29/07/1850

Florêncio, filho de Manoel Francisco Medroa e Luciana da Piedade, naturais desta vila, neto paterno de João Francisco Medroa, natural da Aldeia do Mato, Priorado do Crato, e de Rosa Maria, natural de Martinchel, materno de Manoel Martins da Silva, natural de Cardigos e de Luciana da Piedade, natural desta vila, nasceu do primeiro matrimónio de ambos, aos vinte e nove dias do mês de Julho de mil e oitocentos e cinquenta e tendo sido por necessidade baptizado em casa pela parteira Mónica dos Mártires, veio à Igreja, no dia sete de Novembro do mesmo ano, onde eu, Vigário, lhes fiz os Exorcismos e lhe pus os Santos Óleos.
Foi padrinho Florêncio António. Por madrinha invocarão Nossa Senhora.
Foram testemunhas presentes que comigo assinarão, o Padre Simão Ferreira d’Araújo e Manoel Vicente Constância.

Era ut supra

O Vigário José Luís Pereira da Silva, Doutor Manoel Vicente, P.e Simão Ferreira Araújo.


1º Casamento com Florinda Maria que falece a 15/08/1881

2º Casamento com a minha Bisavó, Joaquina da Conceição a 15/11/1887

Casamento de Florêncio da Silva Gomes com Joaquina da Conceição

Aos quinze dias de Novembro do ano de mil e oitocentos e oitenta e sete, nesta paroquial igreja de São Julião da vila e concelho de Constância, diocese de Portalegre, na minha presença, compareceram os nubentes Florêncio da Silva Gomes viúvo, e Maria da Conceição os quais sei serem os próprios, com todos os papéis do estado correntes e sem impedimento algum para o matrimónio, ele de idade de trinta e sete anos, viúvo, comerciante, natural desta freguesia, filho legítimo de Manoel Francisco Gomes e de Lucinda da Piedade e ela de idade de vinte e nove anos, solteira, de serviço doméstico, natural da freguesia de Nossa Senhora da Assunção, de Proença-a- Nova, deste Bispado, filha legítima de Domingos Lopes e de Rita Rosa, os quais nubentes se receberão por marido e mulher e os uni em matrimónio, procedendo em todo este acto conforme o rito da Santa Madre Igreja Católica, Apostólica Romana, e lhes dei a bênção nupcial.
Foram testemunhas presentes, que sei serem os próprios, João Augusto Frade, casado, comerciante, e Ildefonso Lobato, sapateiro, casado, ambos residentes nesta vila.
E para constar, lavrei em duplicado este assento, que depois de lido e conferido perante os conjugues e testemunhas o assino com um deles e uma testemunha, não o fazendo as outras por não saberem escrever.

Era ut supra

Florêncio da Silva Gomes
João Augusto Frade
O Pároco – João Theodoro Alves Meira.


Óbito - 11/11/1916

Às vinte e uma horas do dia onze do mês de Novembro do ano de mil novecentos e dezasseis, numa casa da Rua Degraus da Cadeia, da freguesia de São Julião, deste concelho, faleceu de pneumonia um indivíduo do sexo masculino de nome Florêncio da Silva Gomes, de sessenta e sete anos de idade, de profissão comerciante, natural da freguesia de São Julião, deste concelho, domiciliado na rua acima referida, filho legítimo de Manoel Francisco Gomes, natural da dita freguesia e São Julião e de Luciana da Piedade, já falecidos.
O falecido era viúvo de Joaquina da Conceição Lopes, natural de Proença-a-Nova, e falecida no dia quinze de Julho de 1914.
O falecido não deixou descendentes menores, bens não deixou e não deixou testamento, e o seu cadáver vai ser sepultado no cemitério desta vila de Constância.
A declaração de óbito foi feita por Isidoro da Silva Gomes, casado, secretário interino da Administração do Concelho, residente nesta vila, filho do falecido.
Depois deste registo ser lido e conferido com o seu extracto, vai ser assinado por mim João Soares Esteves, funcionário da Repartição do Registo Civil do concelho de Constância, servindo, na falta do Oficial do mesmo Registo.
A importância dos emolumentos é de trinta centavos e no extracto vão colados os selos devidos no valor de cinco centavos.

Constância e Repartição do Registo Civil aos doze de Novembro de mil novecentos e dezasseis.

Isidoro da Silva Gomes
João Soares Esteves

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

João Cavalo

O mistério da vida, o “crescei e multiplicai-vos”, ultrapassa todo o conhecimento científico que pouco explica desta luta pela vida eterna que é a reprodução.

Nos seres sexuados, a escolha dos parceiros tem pouco de aleatório e há tantas subtilezas, que se tornam imperiosidades, que é impossível qualquer sistematização científica.

No homem, os métodos anticoncepcionais modernos, ao permitirem separar com eficiência a actividade reprodutora de todas as outras onde o sexo tem funções, evitou muitos dos dramas que pontuaram as gerações anteriores, onde as múltiplas gestações e a patologia associada, aumentava significativamente a morbilidade e mortalidade das jovens.

Desde tempos imemoriais que os homens se matam em guerras e nunca houve um superavit de mulheres que justificasse a poligamia como solução, pois antes da descoberta da anti-sepsia e dos antibióticos, uma gravidez era um risco a que se acresciam os naturais desesperos com uma mortalidade infantil assustadora (21% em 1910). A gravidez indesejada dentro do casamento era já de si um grande problema, mas ser mãe solteira era ter de arcar com o opróbrio social, por ter posto o coração acima da razão e sacrificado o futuro ao calor de um momento.

A pílula (~1960) veio permitir que metade da população pudesse alterar o seu comportamento social, libertando as mulheres de restrições com que antes se tentava dar alguma garantia à paternidade.

As histórias dos nossos avós estão repletas de casos de abandono, abortos clandestinos, infanticídios e mortes associadas à gravidez quer pela patologia inerente a ela quer pelos dramas sociais que despertava. Histórias que se repetem, com menor frequência mas igual intensidade e que ainda marcam o nosso dia-a-dia.

O meu avô Gomes registou algumas das que lhe chegaram da tradição ou por conhecimento pessoal do quotidiano da vila de Constância, nos inícios do século XX.

Hoje reconto uma dessas suas histórias, com a ousadia de lhe alterar a forma, interpretando-a de acordo com o meu sentir.

João Cavalo…


O verão lembrara-se de levar nas suas asas para paragens mais altas e distantes as águas do Tejo e deixara no seu leito uma carapaça areenta, dardejante de mica. Recortavam-no apenas uns regatos onde os barcos imobilizados, cochilavam há três meses as suas carcaças vazias, e os barqueiros andavam de nariz no ar a ver a direcção das nuvens, fartos de rogar pragas ao tempo e à vida, saturados de tirar cotão dos bolsos e de ver o nariz franzido do tendeiro.
Mas nesse primeiro de Novembro um fuzilar de relâmpagos rasgara o negrume, quais girandolas de foguetes em dia da procissão da padroeira e, num instante, um reboliço agitou as ruas da pacata vila e o campo de concentração onde os barcos jaziam insulados.
- Que chovam raios e coriscos! – blasfemou o João da Barca, esticando os músculos faciais.
- Caramba! Até parece a noite da festa da Boa Viagem! Que venha chuva por uma pá velha! – respondeu o Zingalho, esfregando as mãos e fazendo tremelicar a barbicha branca à passa-piolho.

As tripulações formigavam entre as casas dos arrais e os barcos, arqueadas sob o peso dos oleados, fateixas, remos e varas, faziam retinir nas calçadas as correntes de ferro, como se uma leva de grilhetas fosse a caminho das galés.
O arrais Jacinto Ferreira foi o primeiro a chegar à embarcação. Atirou com o saco da roupa para o convés, e estacou boquiaberto, de olhos arregalados sobre o embrulho pousado em cima da proa.
-Então querem lá ver a pouca vergonha!? – rouquejou, enquanto tomava a serapilheira nos antebraços e lhe dava um leve balanço, ao ver o enjeitado nu, embrulhado num farrapo.

A Tuleta, velha, que passava no meio das outras lavadeiras, aproximou- se e interrogou o céu, de mãos postas: -Mas quem seria a marvada?!, e a Luísa Godinho, pousou os lábios ressequidos na grande mancha roxa que aflorava, como um girassol, no peito do recém-nascido, e murmurou docemente: - Se Deus te assinalou, algum defeito te achou!”

O falatório começou e o conta-gotas da calúnia pingou aqui e além, mas o frete viera de longe e a atestá-lo lá estavam bem visíveis as ferraduras do animal que o conduziu. Ninguém iria ali dar de beber daquela água lodosa, onde desaguava um esgoto.
Mas triste de quem der um ai, sem achar eco em ninguém. Quis o destino que a criança vingasse sugando as tetas famintas de uma pobre mulher. Aparecera na vida para ser cobaia da rapaziada do pião, bode expiatório de pecados alheios e todos o deixavam a coçar a grenha encarniçada, quando o pontapeavam ou lhe arranhavam a cara sardenta. Alcunharam-no de João Cavalo.
Não fui eu, foi o João Cavalo! Era o finca-pé de qualquer pícaro, apanhado quase em flagrante, perante um vidro partido ou coisa desse teor. E o filho das tristes ervas, hoje ou amanhã, ia receber os sopapos, sem saber a quem agradecer os benefícios.


Aos dez anos foi moço de leme do arrais Joaquim Russo, que o fez dançar as escovinhas com as cordas do leme e lhe pôs asas nos pés para a vida de moinante. Hoje à gandaia do rio, amanhã a servente de pedreiro, pastor de cabras ou moço de cavalariça, assim foi andando até lhe penderem das faces, como dois cachos de uvas, as suissas alaranjadas.

Todos os seus companheiros de infância recebiam das gerações mais novas o tratamento de senhor. Só ele era o João. João Cavalo, para aqui e para acolá. Um humilhante tu na boca de velhos e fedelhos, a causarem-lhe arrepios dolorosos. Reagia algumas vezes, mas riam-se-lhe nas barbas.


Um dia, o bonifrates do funileiro, recém-chegado à aldeia, com os seus pedantescos cabelos frisados e a boquilha de palmo, tratou-o depreciativamente por tu. O recalque não podia ser maior quando lhe saiu da boca a frase que lhe alteraria o futuro:
- Em que barca passou você comigo, seu papo-seco das panelas?
Palavra puxa palavra e em três tempos choveram tantas pedras, que a latoaria ficou transformada numa barraca de pim-pam-pum e a cabeça do artista num Santo Cristo.

Convencido de ter assassinado o latoeiro, meteu à deriva por montes e vales, sentindo chocalhar o coração ao ouvir o crocitar dum corvo, o triste pio de um mocho ou ao ver escorregar uma sombra, pensando sentir o mestre Cristóvão, ferreiro, o regedor, que não era bom de se assoar. Dois dias depois apareceu por um bambúrrio no monte do Paivó, no âmago da charneca. Ali só cigano poderia dar notícias dele. Diziam as más-línguas que em tempos remotos, ali houvera uma estalagem, valhacouto de quadrilhas do pinhal do Escarópim, e que, no sítio onde agora era o curral das cabras, saíam lumes pelas frestas, que mais não eram que as almas dos enterrados naquele solo depois de roubados e assassinados. Aquele monte fora um baldio sem nome, mas quando se começou a rosnar que a actual proprietária, uma sexagenária ainda fanchonaça, era fruto incestuoso do próprio pai, toda a gente começou a chamar-lhe o monte do Pai-Avô.

Já lá iam quatro anos que João ali caíra como sopa no mel. O abegão da casa, nascido e criado ali, estava um cangalho, cartacego e trôpego. O Sr. João, depois de guardador de porcos, ocupara-lhe o lugar, mas não ficou por aí. O Rodela, marido da velha, ex-guarda municipal, fanfarrão e zaringador de pau, apanhara uma tal coça na feira de Montargal que fora desta para melhor. E quem melhor para o substituir senão o Sr. João? Serviçal como ele nunca a lavradora tivera. Era pau para toda a obra e muito principalmente para fazer caldeirada à fragateira, bem apimentada, que aquecia e regalava a patroa. Estava como peixe na água e casar com ela, apesar da diferença de idades, foi a coisa mais natural.
Os dias corriam no meio de trabalhos e canseiras, com o Sr. João de patrão, até aquela maldita vaca, recentemente adquirida, deixar a cria e correr impetuosamente para lhe espezinhar o peito e furar os intestinos, ao vê-lo entrar no estábulo.
Aos gritos acorreram o abegão e velha senhora e, quando nos primeiros socorros, foi necessário rapar a floresta de cabelos ruivos que lhe barrava o peito e surgiu aquela mancha roxa, a lavradora ficou imóvel. Trocou um olhar com o abegão, que também não descravava os olhos da flor de girassol, e interrogou:
- Mas tu não atiraste com o menino ao rio?
E, enquanto as pálpebras do Sr. João Cavalo entremostravam os últimos sons da vida que se lhe filtravam em direcção ao céu, o abegão confessou:
- Não tive coragem para tanto! Deixei-o sobre a proa de um barco. Há um mês, por coisas que me contou, fiquei convencido de que era ele mesmo. É as ventas pintadas do Rodela, o mesmo cabelo ruivo, a mesma cara sardenta, o mesmo nariz de batata e até um pouco gago como pai!

domingo, 9 de setembro de 2012

Noé Dinis









Quem ontem me tivesse seguido os passos, ver-me-ia em Famalicão numa visita a obras do arquitecto Noé Dinis naquela cidade: o Parque da Cidade e o Edifício das Lameiras.
O Parque, que irá ser inaugurado a 28 de Setembro, é uma obra com 320 mil metros quadrados de área verde com um conjunto de equipamentos culturais de lazer.
O Edifício das Lameiras é um quarteirão de 290 habitações sociais, 30 lojas comerciais - um “Espaço Social, Desportivo e Cultural”. A sua construção iniciou-se em 1978, e começou a ser habitado em 1983. A Associação de Moradores formada em 1984, mudou-lhe a imagem e criou creche, jardim-de-infância, ATL, centro de dia, apoio domiciliário e lar de idosos. Uma aldeia dentro da cidade para as cerca de 1600 pessoas que ali moram.
Noé explica as dificuldades. Coisas da arquitectura que passam ao lado da maior parte de nós. A gestão das inúmeras variáveis para que as obras cumpram as funções e permitam a evolução dos seus utilizadores.
No restauro da minha casa preservou os fantasmas e ensinou outro modo de viver. Ali, lutou por aproximar as pessoas, facilitando-lhes a vida e a saúde, sem elitismos e num respeito profundo pelo que podem e devem ser os espaços públicos.
Vale a visita.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Fitodermatose

- Isso é tudo frio?, perguntou o Sr. Jorge depois de travar o tractor. O dia estava quente e sem vento e o Dr. recebera-o de camisola grossa de manga comprida.

- Não! Meti-me a deitar abaixo uns carvalhos. Trabalhei de manga curta e no dia seguinte tinha os braços pior que o chapéu de um pobre. Hoje como o vou ajudar a rachar esta lenha, não quero que os toros me voltem a tocar na pele. Quer ver?

O Sr. Jorge, baixou o rachador da traseira do tractor, desligou o motor e aproximou-se, curioso, para ver os estragos.

- Engraçado. Há mais de quarenta anos que trabalho na floresta e nunca ouvi ninguém falar em alergia ao carvalho. Oh Dr.! Você não andou a cortar nenhuma figueira? Um amigo meu, há uns anos, por causa de uma, ficou um Cristo. Andou a cortá-la em tronco nu e de motoserra.

- Obrigado Sr. Jorge. É esse o diagnóstico! Uma fitofotodermatose aos psoralenos da seiva da figueira. Uma reacção fototóxica que surge habitualmente nas 24 horas seguintes e se caracteriza por um eritema como uma queimadura, que pode evoluir com formação de vesiculas e bolhas. A pigmentação pode durar várias semanas. Nunca mais me ia lembrar que tinha cortado aquela figueira que não dava figos!

domingo, 2 de setembro de 2012

Esperanza Spalding


E quem é que disse que enquanto se capa não se assobia?

Esperanza Spalding nasceu em Portland (EUA) em 1984.

sábado, 1 de setembro de 2012

Ajustamento



... ou poda camarária.
Talvez rebentem ...
"A ver vamos!", como diz o cego.