Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Sangue
Queremos sangue. É o que me parece ouvir "na rua", para justificar este esforço que se está a pedir a quem trabalha por conta de outrem.
Já ninguém acredita que os sacrifícios a que o obrigam, altere o estado de coisas que nos levou aqui (favores políticos, promoção da incompetência, populismo), sem antes terem rolado as cabeças dos responsáveis. Ninguém acredita nas capacidades/vontades das polícias e dos tribunais na luta contra quem não olha a meios para atingir os fins, enquanto no dia a dia persistirem os folhetins da Casa Pia, do Vale de Azevedo, do Isaltino, do Dias Loureiro e outros, que abrem os telejornais e engrossam as contas de meia dúzia de advogados.
O país quer ver gente punida. Não propriamente morta ou presa, mas espoliada do que conseguiu ilegalmente, mesmo quando sente que em circunstâncias idênticas faria igual. Só que não aceita novos cortes diários no rendimento, e ver essa gente pavonear-se com a maior desfaçatez em luxos e eventos públicos .
Sempre foi assim. Os generais que perderam as grandes batalhas acabaram degolados ou fizeram hara-kiri. Neste pequeno Portugal, os que nos levaram a esta desgraça mantêm-se a dar as novas ordens, aliando-se a quem se comporta como inimigo deste país derrotado.
Não dês ideias, que estou já a ver o Gaspar a fazer hara-kiri antes da final da Champions.
ResponderEliminarMas a sério, a moralização impiedosa do espaço público é condição incontornável para a aceitação do sacrifício!