Os prémios não pagam dívidas, mas estar entre os 10% melhores no tripadvisor é qualquer coisa.
Para quem não sabe, o Tripadvisor é uma empresa MUNDIAL de turismo. Funciona de uma maneira única já que são os próprios clientes que avaliam as empresas. Qualquer um de nós pode ir ao tripadvisor e escrever se comeu bem ou mal num determinado restaurante, se a tour que fez era boa, se o hotel era bichigoso...
Vejam o que é que os meus clientes dizem do meu boteco - que é o nº1 em Braga em alojamentos especializados e número 2 em 230 em toda a região Norte de Portugal!
Helena Gomes
Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
quarta-feira, 29 de maio de 2013
domingo, 26 de maio de 2013
Um transmontano
Eu nasci em 1950, em Trás-os-Montes. No fim do mundo. O meu pai era um janota, de olho azul traição, a quem a família arranjou casamento tardio, depois de muitas altercações sobre o seu modo de viver, e a minha mãe, era o que se pode chamar … uma mulher “feroz”!
Com poucos meses de idade fui entregue à minha madrinha, irmã dela e professora numa aldeia do distrito. Uma viking, alta e loura que levava todos na frente. Nunca casou. Dava-me aulas dentro e fora da escola.
Até à ida para o Liceu, só ia a Moncorvo alguns dias de férias.
Quando voltei para casa dos meus pais, mal conhecia os meus irmãos. Vinha de correr atrás dos burros e das ovelhas e estranhava-lhes os ademanes.
A minha mãe era de uma religiosidade à prova de bala. Ia à missa para se salvar e ao bruxo para dar tino a um irmão que era feito da pele do diabo. Antes de se deitar, atirava sal para os cantos da cave e depois rezava o terço. Só permitia que se festejassem dois eventos. A Páscoa e o Natal. Só soube o que era uma festa de anos quando me casei.
A minha mãe era de uma religiosidade à prova de bala. Ia à missa para se salvar e ao bruxo para dar tino a um irmão que era feito da pele do diabo. Antes de se deitar, atirava sal para os cantos da cave e depois rezava o terço. Só permitia que se festejassem dois eventos. A Páscoa e o Natal. Só soube o que era uma festa de anos quando me casei.
Aos 16 anos mudámos para o Porto, por questões de saias do meu pai. Foi a primeira vez que vi uma cidade com luz à noite. Era só abrir os olhos e deixar que tudo entrasse cérebro adentro.
Quando fiz vinte e três anos a minha madrinha informou-me que tinha uma mulher para mim. Nessa altura eu já era citadino e recusei. Mas atenção, que madrinha em Trás-os-Montes não era o mesmo que no Porto, que é madrinha de festa. Madrinha obrigava. Foi com grande dificuldade que evitei aquele casamento cuidadosamente arranjado.
Depois o meu pai morreu e a minha mãe vestiu-se de preto opaco nos trinta anos que lhe sobreviveu. Morreu aos 92 anos, sem nunca nos entendermos.
Deus, se existe, deve divertir-se à brava a baralhar destinos.
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Quatro Santos, Um Carneiro e Dois Andrades
Na linha da frente, sentados: a minha bisavó Maria, o 2º marido - Faustino e a minha avó Helena.
De pé, na fila de trás, e da esquerda para a direita, os 3 filhos do 1º casamento - Alberto, Amílcar, o meu avô António, e Faustino do 2º .
Torres Vedras - Fevereiro/1926, um mês depois do nascimento da minha mãe.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Esposas
-Oh Sr. Dr.! Eu gosto muito dele, mas cada ano que ele viva, são cinco que me tira!
...
-Oh filha! A gente gosta muito deles, mas quando se vão, ficamos muito melhor!
...
-Oh Sra. Dra.! Eu vejo para aí tanta viúva satisfeita da vida, que pergunto a Deus porque é que não me dá sorte igual!
terça-feira, 21 de maio de 2013
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Supositórios
São práticas antigas: Xaropes para a tosse e Supositórios para a febre, por se manter a crença de que o veículo é primordial no sucesso da terapêutica.
Mas se nas crianças são importantes, nos adultos só se justifica usar supositórios para tratamento de doença ano-rectal ou quando não há garantia de via oral por vómitos ou intolerância. Prescrever supositórios fora destes parâmetros, pode ser um problema.
A história que se segue, ocorreu em Bragança, na última metade do século passado, quando um clínico receitou supositórios a um aldeão, para tratamento de uma dor de ouvidos.
Passados dias, a mulher do doente procura-o no consultório, para lhe dizer que o marido não os conseguia engolir e que lhe sabiam muito mal. O médico informa-a então de que os supositórios não são de comer e que os devia introduzir no recto.
- No quê, senhor doutor?, inquiriu a pobre mulher, a braços com uma anatomia desconhecida.
- Oh mulher! Diga ao seu marido que os supositórios são para meter no cú! Percebe assim!? - clarificou-a então. E a senhora, conformada, confessou: -Bem me dizia o meu marido, que se eu viesse aqui, sem consulta marcada, o senhor ainda me ia dar uma má resposta!
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Milagres
Em 11 de Outubro de 1946, Nossa Senhora apareceu em Vilar Chão, no concelho de Alfândega da Fé, a mais de 40.000 pessoas, depois de muitos milagres e curas terem acontecido, catalisados pela vidente Amélia Natividade Fontes. Uns “viram” Nossa Senhora com o Menino ao colo, outros, S. José, a Virgem e o Menino na fuga para o Egipto, e até houve quem "descobrisse” um soldado romano a pôr uma escada junto à cruz para ajudar Cristo a ir directo para o céu.
A “miraculosa” tinha 22 anos e estava entrevada desde os 15, depois de uma muito provável estafilococia (o povo pensava em lepra). Como os médicos “não atinavam com a doença”, o padre da freguesia sugeriu-lhe que implorasse um milagre e logo ela “recebeu a visita da Virgem, que a curou!
Anunciada a “boa nova” acabou o sossego da aldeia, com peregrinos e gente à procura do grande espólio largado pela fé dos crentes, enquanto a Amélinha, uma vez por outra, ia de visita ao Céu, ao Inferno e ao Purgatório. Numa dessas digressões, “viu” Nosso Senhor na cruz, cuja sombra se lhe projectou na testa e lhe causou o sinal que a estigmatizava.
A “miraculosa” tinha 22 anos e estava entrevada desde os 15, depois de uma muito provável estafilococia (o povo pensava em lepra). Como os médicos “não atinavam com a doença”, o padre da freguesia sugeriu-lhe que implorasse um milagre e logo ela “recebeu a visita da Virgem, que a curou!
Anunciada a “boa nova” acabou o sossego da aldeia, com peregrinos e gente à procura do grande espólio largado pela fé dos crentes, enquanto a Amélinha, uma vez por outra, ia de visita ao Céu, ao Inferno e ao Purgatório. Numa dessas digressões, “viu” Nosso Senhor na cruz, cuja sombra se lhe projectou na testa e lhe causou o sinal que a estigmatizava.
Porque todo o povo dizia que a virtude da “santa” era tanta que há muitos meses não comia, o bispo da diocese exigiu um exame médico credível à rapariga e, neste contexto, o Delegado de Saúde de Bragança, deu ordem ao motorista para a ir buscar para ser observada.
Segundo relato verbal do dito médico, o chauffeur não era dos melhores. Conduzia aos repelões, com travagens e acelerações sucessivas que facilmente despertavam o enjoo dos passageiros, pelo que lhe atribuiu parte da responsabilidade no Milagre que na viagem aconteceu.
Logo nas primeiras curvas e contracurvas da serra de Bornes, a Amelinha teve três arrancos, e de seguida, mesmo com vários meses de jejum, vomitou uma grande quantidade de couves com feijão.
Haja Deus!
sexta-feira, 3 de maio de 2013
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Normas
Quando se sabe interpretar o que se lê, é possível implementar regras com maior facilidade, fixando-as, por exemplo, no cimo das escadas que todos os dias se percorrem várias vezes.