Não resisto a respingar deste texto de Bruno Vieira Amaral, este fragmento, onde se aborda o humor em literatura e, no caso o de Jorge Luís Borges:
Não haverá melhor exemplo do que o conto que abre História Universal da Infâmia. O parágrafo inaugural é de uma tal perfeição formal e humorística que quase obriga o leitor a não avançar na leitura, deleitando-se com o julgamento de uma elegância impiedosa sobre o pobre e benevolente de las Casas. Reza assim:
“Em 1517 o Padre Bartolomé de las Casas teve muita pena dos índios que se extenuavam nos laboriosos infernos das minas de ouro das Antilhas e propôs ao Imperador Carlos V a importação de negros, que se extenuaram nos laboriosos infernos das Antilhas. A essa curiosa variação de um filantropo devemos factos infinitos:”
Infelizmente a escravatura existe desde os primórdios... E no nosso país, os escravos deixaram de ser exclusivamente os negros: passaram a ser todos aqueles com trabalho assalariado...
ResponderEliminarNão exageremos! Vive-se mais e melhor agora que há 30 anos.
ResponderEliminarAs situações de "escravatura" são residuais, mas se as entende como trabalho assaliariado pago abaixo do seu justo valor, associado ao medo de perder o emprego e a uma eventual "chancela" que dificulte novo emprego nas imediações, então a percentagem aumenta.