domingo, 6 de abril de 2014

Os cucos


Há muito que os identifico, no bando heterogéneo dos restantes profissionais, pondo os ovos, que é como quem diz, as suas obrigações, na agenda dos outros, num parasitismo que custa caro ao erário público e à saúde de quem com eles se vê envolvido.
Antes fossem aves de arribação (como os verdadeiros), que só tínhamos de os aturar meio ano, mas só nos conseguimos ver livre deles nos curtos períodos das suas férias.

Neste país não há quem trave estes “cucos”, nem os “melros de bico amarelo”, que usam o sistema para a sua projecção social.
Os nossos gestores públicos andam ocupados com os números para “inglês ver” e põem em segundo plano a qualidade do serviço por que são responsáveis. Falam para dentro da bolha que lhes garante o emprego, na certeza de que se faltar o dinheiro, são sempre possíveis “aumentos inevitáveis” a este povo que nunca os responsabilizou pela ineficiência dos seus gastos e, enquanto sorriem, dizendo-se impotentes, os "cucos" descredibilizam todo o sistema, ao ponto de os investidores nos considerarem “lixo”.

Se queremos ganhar credibilidade e sair da crise, é urgente arrumar a casa e retirar do meio dos quadros superiores que se esforçam por cantar piu-piu, estes passarões que passam o dia a cantar cu-cu.

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