quinta-feira, 14 de julho de 2016

Madonna del Ghisallo

Na Europa, mil e quinhentos anos depois do que sobra do Império Romano, a sua cultura persiste.
Os Romanos eram politeístas e abertos a outras religiões. Não tentavam impôr a sua matriz religiosa aos territórios conquistados. Antes perguntavam quais as suas divindades e procuravam as correspondências com os deuses romanos. 
Aconteceu com os Gregos, que os ajudaram a estruturar a sua própria religião, Zeus – Júpiter, Juno – Hera, Poseidon – Neptuno, Ares – Marte, Hermes – Mercúrio. … e por aí fora, e com os Egípcios, Horus – Júpiter, Ísis – Juno, Osíris – Vulcano … .
Mas se não havia correspondência com nenhum dos conhecidos, não havia problema e integravam-no com a função que lhe era atribuída.

Quando o Imperador Constantino, no início do século IV legalizou e apoiou fortemente a cristandade, não tornou o “paganismo” ilegal, pelo que as duas religiões coexistiram durante séculos, com os seus templos e cultos.
O Deus único dos cristãos poderia ser equiparado a Zeus, mas os outros não tinham correspondência, pois os santos eram poucos e sem poderes especiais universalmente reconhecidos e Nossa Senhora ainda não se dispusera às aparições.

Só quando, mais tarde, os santos e Nossa Senhora ganharam funções semelhantes às dos antigos deuses greco-romanos, é que os venceram definitivamente. O S. Roque, para as Epidemias, o S. Brás, para as aflições das gargantas, o S. Albino para as cólicas renais, a Santa Otília para as doenças dos olhos, S. Fiacre para as hemorroides, …  e a Madonna del Ghisallopadroeira dos viajantes desde a Idade Média, sub-especializou-se em ciclismo, em 1949, pela mão do Papa Pio XII.  Desde então na sua capela, acolhe fotos, bicicletas, camisolas e outros objectos que foram pertença de muitas das figuras míticas do ciclismo europeu, de Marco Pantani (o Pirata) a Eddy Merckx.




-Allez! Allez! Allez!!!!!!!!

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