Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado. Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
domingo, 1 de abril de 2018
Domingo de Páscoa
Filme baseado na Ópera rock de Andrew Lloyd Webber, com libreto de Tim Rice. Apresentado em 1970.
Uma versão baseada no provável pensamento de Judas (apresentado como o braço direito de Jesus), que sente que o projecto a que aderiu se desvirtuou e pôs em risco todo o grupo, quando Jesus aceitou que lhe chamem "rei dos judeus" e ter uma relação preferencial com Deus.
História (possível) com algum rigor histórico:
Jesus nasceu aproximadamente no ano 4 a.e.c. (antes da era comum), por volta da morte de Herodes Magno.
Passou a infância e os primeiros anos de adulto, em Nazaré, uma aldeia da Galileia.
Foi um judeu praticante, que leu as Escrituras.
Aos 30 anos foi baptizado por João Baptista, o que lhe mudou a vida. (João Baptita foi mandado executar por ter criticado o casamento de Antipas com a mulher do seu irmão, o que fez que se tornasse referência com muitos seguidores, que poderiam dar início a uma revolta).
Reuniu discípulos à sua volta. Ensinou em pequenas povoações e na região rural da Galileia (nunca nas grandes cidades) e anunciou a eminente vinda do “Reino de Deus” à Terra.
Por volta do ano 30, foi a Jerusalém, para a festa da Pessach. Entrou de burro na cidade, como a cumprir a previsão do profeta Zacarias: “Estai atentos! O vosso rei virá até vós, triunfante, montado num burro!”
Quando foi ao Templo agrediu os cambistas e os vendedores de pombas e insultou-os de ladrões, interferindo nos negócios de compra e venda que eram necessários para a manutenção do serviço do Templo, o que deve ter causado escândalo.
Depois, deve-se ter considerado um “homem marcado”. Foi para o Monte das Oliveiras, tomou uma última refeição com os discípulos e aguardou a intervenção de Deus.
Um dos seus discípulos denunciou-o. Foi preso e, num processo adequado a um caso sem grande importância, o sumo sacerdote Caifás, ouvidos os conselheiros, fez uma recomendação de execução ao prefeito romano (Pôncio Pilatos), que agiu em conformidade.
Os seus discípulos fugiram e criaram uma comunidade para aguardar o seu regresso, juntamente com o "Reino de Deus", e procuraram persuadir outros a acreditar nele como Messias enviado por Deus. Este movimentou difundiu-se muito mais rapidamente entre os gentios que entre os judeus.
Geopolítica da época:
Quando Herodes Magno morreu, o Imperador romano Augusto, analisou os seus testamentos (eram dois) e decidiu dividir o reino entre os três filhos. Arquelau foi nomeado governador da Judeia, Samaria e Idumeia, Antipas herdou a Galileia e a Pereia e Filipe recebeu as regiões mais remotas do reino de Herodes.
Antipas revelou-se um vassalo fiel e governou a Galileia durante 43 anos. Arquelau teve menos sorte. Os seus súbditos protestaram contra algumas das suas medidas e Roma deu-lhes razão. Destitui-o, exilou-o, e nomeou um funcionário romano para o substituir.
Os judeus reagiam com muita sensibilidade ao que acontecia em Jerusalém. Além disso, as grandes concentrações que ali ocorriam, por ocasião das festas religiosas, criavam condições favoráveis à eclusão de distúrbios.
O prefeito, no tempo de Jesus, vivia em Cesareia, na costa do Mediterrâneo, num dos luxuosos palácios de Herodes Magno. Dispunha de tropas de 3.000 homens, o que não era suficiente para resolver problemas graves. Havia uma pequena guarnição na fortaleza Antónia em Jerusalém, bem como outros fortes na Judeia, mas Roma não governava a Judeia no dia-a-dia. As cidades e as aldeias eram governadas, como sempre o tinham sido, por um pequeno grupo de anciãos, entre os quais, um ou vários, serviam de magistrados. Quando havia dificuldades que pudessem levar ao derramamento de sangue, os cidadãos mais importantes mandavam uma mensagem ao prefeito. Os distúrbios mais significativos exigiam a intervenção do legado da Síria, que era superior ao prefeito da Judeia e dispunha de grandes contingentes militares (quatro legiões, no total de aproximadamente 20.000 homens de infantaria e de uma cavalaria de 5.000 homens).
Durante as festas mais importantes, o prefeito romano vinha para Jerusalém e o contingente de tropas era reforçado, para garantir que as multidões não se descontrolassem.
Só o prefeito tinha o direito de condenar à morte, com uma excepção: Roma permitia aos sacerdotes afixar avisos em grego e latim, no Templo, proibindo os prosélitos a entrada num determinado sector do Templo. Quem infringisse essa proibição, mesmo que fosse cidadão romano, era executado imediatamente, sem que fosse enviado ao prefeito. Exceptuando este caso, o direito a condenar à morte não só era exclusivo, como absoluto – ele podia mandar executar até um cidadão romano, sem precisar de formular uma acusação que fosse apresentada perante um tribunal romano.
Jerusalém fica na Judeia que, ao contrário da Galileia, era uma província romana.
Jerusalém, era governada pelo sumo sacerdote dos judeus (José Caifás), que estava subordinado ao prefeito romano (Pôncio Pilatos).
A Galileia era governada por Herodes Antipas, filho de Herodes Magno.
Os Judeus acreditavam que Deus controlava a História e decidia o resultado de todos os acontecimentos importantes. Alguns acreditavam que Deus estabeleceria o Seu Reino na terra num futuro próximo. Muitos Judeus desejavam a libertação do domínio romano e pensavam que isso só podia ser alcançado com a ajuda de Deus.
Também acreditavam (e acreditam) que Deus fez uma aliança com o seu povo, que os obriga a obedecer-Lhe, assim como obriga Deus a guiá-los e protegê-los. Também acreditam que Deus lhe deu a terra da Palestina e que lhes falou através dos profetas.
Páscoa Judaica:
É uma das três festas de peregrinação ao Templo, do ano litúrgico judaico. Começa a 15 do mês de Nissan e dura sete dias em Israel e oito dias na Diáspora. Celebra a libertação de Israel da servidão no Egipto em 14 de Nissan do ano de 1446 a.e.c.
Deus enviou as Dez pragas sobre o povo egípcio. Antes da décima, o profeta Moisés foi instruído a pedir a cada família hebreia que sacrificasse um cordeiro e molhasse os umbrais das portas com o sangue do cordeiro, para que não fossem acometidos pela morte de seus primogénitos.
Chegada a noite, os hebreus comeram a carne do cordeiro, acompanhada de pão ázimo e ervas amargas. À meia-noite, um anjo enviado por Deus feriu de morte todos os primogénitos egípcios, desde os primogénitos dos animais até mesmo os primogénitos da casa do Faraó. Então o Faraó, temendo a ira divina, aceitou liberar o povo de Israel, o que levou ao Êxodo.
Como recordação dessa libertação e do castigo de Deus sobre o Faraó, foi instituído para todas as gerações o sacrifício da Páscoa (Pessach).
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