terça-feira, 8 de junho de 2021

Eu e as Redes sociais

 


Há uns meses ouvi no YouTube, uma entrevista com Stephen Fry, actor, escritor e grande comunicador inglês, em que ele falava dos comentários ao que publicava nas redes sociais.

Dizia ele: “Você posta algo e embora 99% das pessoas, pelo menos, sejam simpáticas mesmo que discordem de você, há 1% que é desagradável, rude e ameaçador…. Eu acho que é um pouco como uma piscina. Se 99% da água da piscina é limpa, é bom, mas se houver um pedacinho de cocó flutuando nela, eu não vou nadar nessa piscina. Não sou esse tipo de pessoa que não liga ao que as pessoas pensam ...”

Eu faço o esforço de estar nas redes sociais, mesmo sabendo que nela há todo o tipo de gente.

Há os velhos teimosos, intolerantes, resmungões e auto-indulgentes que, de punho erguido aproveitam o pobre incauto que cruzou o seu caminho, para tentar converter a aldeia num asilo exclusivo para eles. Há gente que se sente corajosa por se manifestar politicamente incorrecta e tresmalhada do rebanho, muitas vezes a coberto do anonimato. Há os patetas com piadas jocosas (como se o humor fosse uma coisa fácil) cujo teor é o que se encontra nas tabernas entre os bem bebidos. Há os que “acham” isto e aquilo, sem o mínimo de humildade nem esforço de estudar ou pensar sobre o que se atrevem a dar opinião. Há os do “bota abaixo” de olhar enviesado, que veem em tudo o que lhes cheira a mudança, um prejuízo irreparável. Há os que dividem, não recusando o “bulling”, se o acharem útil e os que vestem a pele de um Canário de terceira e se põem a "espicaçar” quem não conhecem, na esperança de uma resposta que satisfaça o “ai,olariloléla” em que se sentem confortáveis.

A estes eu não respondo.

Eu uso as Redes Sociais na procura de alguma coisa interessante: um humor com pés e cabeça, uma história pitoresca, uma observação de um angulo diferente, um ensinamento, um negócio …

As brejeirices e outras “inconveniências”, guardo-as para dentro de portas, para que possam entrar por um ouvido e sair pelo outro sem deixar registo que nos comprometa e, mesmo assim, com cuidado, porque uma palavra fora da boca é como a pasta de dentes que é impossível de voltar a meter dentro do tubo.

 

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