sexta-feira, 7 de abril de 2023

Montedor



Esta coisa da aguarela tem que se lhe diga. Há a teoria e a prática, só que a prática para além da qualidade do executante é condicionada pelo material que ele usa e, do mesmo modo que se deve usar um bom vinho para os temperos, quando se quer fazer figura com o cozinhado, no caso presente exigi do papel mais do que o que ele podia e logo que lhe meti água em cima começou a dar de si e o desenho ficou condicionado. 
O que começa mal, tarde ou nunca se endireita. É assim com a aguarela e é assim com a vida. E dito isto, dou-o por acabado para que não fique ainda mais “overworked”, que é um erro que os peritos dizem e repetem que é sempre de evitar – “mais é menos!”. Fica a servir de aviso para não repetir erro igual.

É curioso como estas coisas me lembram outros erros que cometi na vida corrente, quando também esperei um bom resultado apenas porque do lado de lá vinha um grande sorriso ou por não ter respeitado o tempo de parar, mesmo quando já tinha presente a regra de manter simples o que faço ou escrevo (“kiss” - Keep it simple, stupid), sem derivas em relação ao importante. 

É esse passo que afasta o artesão do artista, seja ele pintor, médico, engenheiro ou lá o que quer que ele queira ser, e eu estou longe desse engenho de achar soluções elegantes perante as pequenas ou grandes dificuldades que surjam durante a pintura. Para essa mestria teria de investir horas a estudar, pensar e fazer, e eu não sei a disposição mo irá permitir, pois como dizia o Eusébio: “Não basta querer! É preciso querer querer!

Esta casa de Montedor, Carreço, seduz-me desde os primeiros dias que a vi, por ter todo um mar pela frente e me lembrar “A um deus desconhecido” de John Steinbeck. A luz é a de um poente de dia quente de Abril.


2ª tentativa.
3° tentativa

4°tentativa





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