Nascera filha de família rica (com negócios na cidade e propriedades na aldeia), enovelada de memórias.
O Colégio de Freiras disciplinara-lhe os gestos, os ritos e as regras sociais, e embora ouvisse as mesmas palavras que os irmãos, a vida separou-lhes os futuros, iludindo-a no mito "da dona de casa rica, com criados às ordens".
O casamento aumentou-lhe a ilusão na figura de um jovem galante e bem falante, mas pouco dado a trabalhos, que em poucos anos lhe destruiu a herança em luxos e Casinos, e que acabou numa fuga apressada para o Brasil, deixando-a para trás com uma filha nos braços.
Pressionada, ainda tentou a contra-gosto um emprego, mas meses de desajustes e incumprimentos atiraram-na para a dependência total de uma irmã, sem com isso perder a altivez e os hábitos.
Quando lhe foi diagnosticado “Perturbação de Personalidade” já poucas esperanças havia de a verem autónoma.
…
A inactividade e este padrão de vida, levaram-na à obesidade e a acrescidas preocupações com a sua saúde.
Nesse dia, em deferência à irmã, fora recebida preferencialmente na consulta, o que a enalteceu e, quando o médico lhe perguntou se tinha algum alimento, em particular, de que não gostasse, para lhe prescrever a dieta, endireitou-se na cadeira, semicerrou os olhos, fez um bico com a boca e, com ar enfatuado, respondeu:
- “Por favor, não me ponha ostras!”
O casamento aumentou-lhe a ilusão na figura de um jovem galante e bem falante, mas pouco dado a trabalhos, que em poucos anos lhe destruiu a herança em luxos e Casinos, e que acabou numa fuga apressada para o Brasil, deixando-a para trás com uma filha nos braços.
Pressionada, ainda tentou a contra-gosto um emprego, mas meses de desajustes e incumprimentos atiraram-na para a dependência total de uma irmã, sem com isso perder a altivez e os hábitos.
Quando lhe foi diagnosticado “Perturbação de Personalidade” já poucas esperanças havia de a verem autónoma.
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A inactividade e este padrão de vida, levaram-na à obesidade e a acrescidas preocupações com a sua saúde.
Nesse dia, em deferência à irmã, fora recebida preferencialmente na consulta, o que a enalteceu e, quando o médico lhe perguntou se tinha algum alimento, em particular, de que não gostasse, para lhe prescrever a dieta, endireitou-se na cadeira, semicerrou os olhos, fez um bico com a boca e, com ar enfatuado, respondeu:
- “Por favor, não me ponha ostras!”
“Perturbação de Personalidade”?
ResponderEliminarEu diria:Petulante com falta de vontade,eu também já tive tudo e depois fiquei sem nada graças ao meu ex, fiquei com 4 filhos, sem casa e sem carro, mas com muita vontade e determinação (não fosse eu aquariana)consegui tudo de volta à custa do meu trabalho. E tenho muito orgulho nisso e sempre incuti aos meus filhos, que é a nossa determinação que nos leva onde queremos e a humildade de reconhecermos os nossos erros.
E para quem foi educada num colégio de freiras, deveria ter aprendido que o gosto educa-se,os hábitos adquirem-se e os vicios perdem-se.
Dondoca de nariz empinado, que não tem onde cair morta?
Santa paciência!!!
Perturbação de Personalidade é diagnóstico de psiquiatria que penso ter surgido nas últimas décadas à semelhança da fibromialgia.
ResponderEliminarHá muita informação na Net.
A título de exemplo - http://www.diferencas.net/objectos/personalidade_pdf.pdf
Na sua base, há uma susceptibilidade individual e um processo educacional que falhou.
Embora a psiquiatria a classifique nas Psicopatias, elas existem num continuo entre o normal e o psicótico.
No DSM-IV (DIAGNOSTIC AND STATISTICAL MANUAL
OF MENTAL DISORDERS) é referido que tem uma prevalência de ~ 2% na população em geral, de ~ 10% no ambulatório de saúde mental, de ~20% no internamento psiquiátrico, e que é predominantemente diagnosticada em mulheres (~ de 75%)
Pois eu cá acho que a verdadeira psicopatia da senhora era falta de ego e de motivação que não lhe souberam incutir, nem no colégio nem no acompanhamento psiquiátrico.
ResponderEliminarQuando entrei para a faculdade fui para psicologia criminal, mas por ironia do destino comecei a trabalhar numa instituição de saúde pública virada para outra vertente a investigação (onde ainda hoje trabalho)e mudei de curso acabando ingressar na carreira técnica superior de saúde. Pois a meio do curso de psicologia vi que não era a minha "onda" como os miúdos dizem.
Gostava muito de saber o que é que a fibromialgia tem a ver com perturbação de personalidade. Há muito que tenho esta curiosidade. E pelo que sei... a classe médica divide-se.
ResponderEliminarPode ser?
Fibromialgia é uma doença que cursa com dor crónica nos músculos, ligamentos e tendões.
ResponderEliminarOs doentes queixam-se de dores musculares (mialgia) e de excessiva sensibilidade sobre algumas áreas corporais. Alguns referem fadiga, perturbações do sono, dores de cabeça e alterações do humor (ansiedade e depressão), sem que o exame médico ou os exames auxiliares de diagnóstico (análise, radiografias, etc…) revelem qualquer alteração.
A palavra surge no léxico médico no século XIX na França e na Inglaterra como "fibrosite" depois, como nunca se evidenciou qualquer inflamação das estruturas dolorosas, perdeu o sufixo “ite” que significa inflamação. Algia quer dizer dor.
Pensa-se que seja a causa mais comum de dor musculo-esquelética generalizada na mulher e surge entre os 30 e os 55 anos.
Vários factores físicos e emocionais podem estar na causa das exacerbações, como se a percepção da dor pudesse estar alterada e estímulos normais fossem aumentados na sua percepção pelo cérebro.
Eu tenho muita dificuldade em diagnosticar esta doença e não fosse a mulher do Durão Barroso e a Maria Elisa da Televisão e mais outras tantas por esse mundo fora, os médicos tenderiam a mandá-las para a Psiquiatria.
Obrigada!
ResponderEliminarFoi muito esclarecedor.
Conheço duas pessoas com esta doença e foi-lhes diagnosticada por médicos. Nenhuma delas me parece um caso de psiquiatria. Uma delas é um padre!
Têm a vida feita num inferno sempre que surge uma crise e "garantem" que as dores são reais.
Compreendo as dificuldades de diagnóstico de um médico face a uma "coisa" que não se explica com análises, raios X e quejandos.
Mas não resisto a deixar uma pergunta para reflexão. Não carece de resposta.
Não seria de pensar que a ciência "ainda" não descobriu o suficiente sobre isto... e não avançar para a psiquiatria?