quarta-feira, 10 de junho de 2009

Nitrato do Chile






















Olha-se e lê-se nuns azulejos que resistem aos anos, colados nas paredes laterais das casas marginais às principais vias de há 100 anos – NITRATO DO CHILE, e ficamos habitualmente por aí.
Era um adubo.
Mas se estranharmos poderemos ficar a saber que:
A sua fórmula química é Na NO3
Que o Chile foi o maior produtor mundial entre 1850 a 1930, com grandes proventos, e que, em 5 anos (1935) a sua produção caiu 96%, facto agravado pela progressiva queda do seu preço, o que causou uma grave crise económica.
Que por causa dele houve uma Guerra que opôs o Chile à Bolívia e ao Peru, entre 1879 e 1881, em que o Chile fez importantes conquistas territoriais.
Que o Nitrato de Sódio era principalmente utilizado na Indústria Química (explosivos) e como fertilizante.
Que a causa do declínio do seu consumo não foi a exaustão das minas no deserto de Atacama, mas a síntese da amónia (NH4), em 1909-1910, pelos alemães Haber e Bosch que, para além de ultrapassar o bloqueio que os Ingleses, detentores do monopólio da exploração e comercialização, tinham imposto à Alemanha, no inicio da Primeira Guerra Mundial, revolucionou a economia mundial.
Que aquele logótipo pertencia a uma empresa que comercializou este produto na Península Ibérica entre 1920 e 1930.
Que foram os adubos que aumentaram a produtividade das terras agrícolas da América e da Europa, desde o fim da Primeira Guerra Mundial, e permitiram a intensificação da agricultura e a produção de alimentos mais baratos.

Que é também usado como fixador de cor e conservante em carne e peixes, e que impede o botulismo nas conservas.
Que o Nitrato de Amónio - NH4 NO3, seu substituto, é mais rico em Azoto.

Que a poluição das águas por nitratos é, actualmente, um problema mundial.
Que os Nitratos e Fosfatos usados na agricultura são rapidamente dissolvidos na água, pelo que se não forem assimilados pelo sistema radicular das plantas, são facilmente arrastados pela água da chuva ou das regas, chegando até às águas subterrâneas, aos lagos ou aos rios, onde constituem nutrientes para as algas que, com a sua proliferação, consomem o O2 da água, dificultam a penetração de luz impossibilitando a fotossíntese nas zonas inferiores, impedindo assim a produção de O2 e causando a morte da restante fauna e flora (eutrofização).
Que os Nitratos são um indicador de poluição difusa de água subterrânea e, por serem estáveis em condições anaeróbicas, são considerados persistentes e de remoção onerosa ou tecnicamente inviável, prejudicando o abastecimento público e privado.

Que também estão na origem da proliferação do comércio das águas engarrafadas (minerais e de nascente), dado que para a sua comercialização é necessário provar que os aquíferos de onde provêm estão isentos de poluição e estão implantados em locais protegidos de qualquer ameaça poluidora.

Que podem oxidar o radical ferro da Hemoglobina e levar à formação de Methemoglobina que impede a libertação do Oxigénio para os tecidos - fatal em concentrações >60%.
Como as crianças com menos de 6 meses são particularmente afectadas (síndrome do bebé azul), a água da torneira não deve conter mais de 10 ppm (partes por milhão) para se considerar potável.

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