segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Crónica de Fim de Férias




-Não me digas que vão acabar as férias e não vamos a Lisboa. Nem que sejam dois dias!
-Está bem! Vamos com a Delfina e o Noé, a Maria del Cármen e o Jaime, a Maria José e o Manolo, que eles querem ir ver a exposição da Paula Rego e a Exposição que está no Museu de Arte Antiga.
-OK! Vamos no dia anterior, e vamos ao teatro.

1: Centro Cultural de Belém:

Amália Coração Independente, uma iconografia da artista e uma Exposição sobre Evolução das Artes Gráficas no século XX de onde tirei estes conceitos sobre “O Tempo”
… Enquanto os segundos se arrastam, os anos passam a voar. O nosso sentido de tempo é relativo. Está sobretudo ligado á memória, que por sua vez se relaciona com a quantidade de experiência. Os desenvolvimentos decorridos ao longo dos séculos XX e XXI têm causado mudanças drásticas na nossa apreensão do tempo. Novos modos de produção, transporte e comunicação parecem alterar a cadência dos dias.
… Os ritmos impostos pela industrialização e pela pós-industrialização exercem um domínio profundo sobre a vivência pessoal e colectiva.
O tempo é acima de tudo uma medida política. Para Marx o que é apreendido como comércio de bens e serviços é, de facto, o comércio do tempo de trabalho materializado. Contrariar o tempo é resistir.
… A experiência da passagem do tempo foi influenciada pelo enorme aumento no ritmo e volume de informação facultada a cada indivíduo. Em vez de uma noção de dinamismo as tecnologias digitais criaram muitas vezes uma sensação de dilúvio.
… O rebentar da bolha dot-com em Março de 2000 foi prova de que as novas tecnologias não possuem poderes transformadores ilimitados. Num cenário em que as evidências crescentes confirmam uma actual realidade de crises ambientais, a chegada ao calendário dos primeiros anos do século XXI coincidiu com a necessidade de reconsiderar o tempo em todos os seus sentidos: biológico, tecnológico, científico, histórico, cultural e vivencial.

2: Teatro:

“A Bicicleta de Faulkner" na Barraca. Cá fora, uma sexta-feira de juventude pelas ruas de cerveja na mão, ou com ar de quem vai para um outro lado semelhante àquele de onde saiu. Lá dentro somos 10 espectadores (contra 4 actores) a assistir a uma peça bem construída e bem interpretada sobre “a vida de uma família” com as suas crises de identidade, as suas doenças e os seus amores e desamores.
A Maria do Céu Guerra não merecia isto do público português! Mas também nenhum dos outros actores, nem quem com eles defendeu esta peça.
Será que temos de voltar à Grécia Antiga e pagar para que a população assista a Teatro?

3: Museu de Arte Antiga:

"Encompassing the Globe" - a presença de Portugal no mundo durante os Descobrimentos nos séculos XVI e XVII. Fomos nós portugueses que unimos o Atlântico e o Índico e construímos a estrada comercial entre dois mundos que mal se conheciam. Fomos muito importantes.


Edifício da autoria do arquitecto Eduardo Souto Moura e Exposição de Paula Rego.
Não sou particular fã da artista, mas confesso que a disponibilização de “assistentes educativos” a explicar as razões de cada quadro, me deram uma dimensão diferente da pintora e da sua pintura.

5: Pelo meio houve Bairro Alto, Alfama, Chiado e nenhum Futebol (parece que ganhámos 3-0 à Hungria e que ainda é possível o Mundial), e à ida, houve passagem por Fátima para ver a Igreja da Santíssima Trindade com projecto do arquitecto grego Alenxandrus Tombazis, onde cabem nove mil crentes sentados.

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