Primeiro faz as falcatruas ou “deixa andar” e depois, se a coisa dá para o torto, fica à espera da tal palavra milagrosa que lhe muda o destino, como o “bom ladrão”, no minuto final.
Quando é chamado à política mantém o registo. Não entende que "os países não têm amigos, têm interesses", que para se imporem têm de ser “temidos” e que a sua força transparece das capacidades do seu povo e das suas lideranças.
Temos de ser capazes de eleger quem não esteja comprometido com o pior que temos e esforçarmo-nos em promover uma mentalidade de função pública que não se reja pelos "valores do mercado”. Ora, a nossa história recente não é essa. Muitos dos nossos dirigentes utilizaram o Estado para enriquecer ou como trampolim para o “mercado” e muita da sua "política" transformou organismos do Estado em empresas onde a “produção” de bens e serviços é medida pelo número e não pela necessidade e qualidade, num “sistema” que lembra quem valoriza o vinho pela graduação alcoólica ou o automóvel pela “cavalagem” do motor.
Não temos qualidade para valorizar a qualidade. A nossa massa crítica ainda pensa o muito como o bom, o que facilita o populismo que enxameia os órgãos do Estado.
Há que atender “às árvores e à floresta” e deixar a conversa da preocupação com a “grande política”, que encobre a incapacidade de resolver os problemas ao nível do cidadão onde o compadrio corroe os valores por que nos devíamos reger, para nos deixar à espera que, no último minuto, uma qualquer Senhora de Fátima nos venha salvar.
Da mesma forma, o pensamento brasileiro entrega-se ao misticismo da salvação imediata, que depende de uma palavra apenas do tal Senhor. E por aqui essas crenças mágicas parecem aumentar dia a dia.
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