sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Carta Aberta a Luís Filipe Vieira


Caro Luís Filipe:
Nunca me passou pela cabeça escrever-te uma carta, mas por causa dos factos surpreendentes associados à morte do Eusébio, decidi convidar-te a encabeçar um projecto que,  há anos, acalento para os grandes do futebol.
Faço-o, porque vejo em ti empreendedorismo, "arreganho, pundonor e pertinácia" a jogar fora das quatro linhas, "de traz para a frente e nas costas do adversário", pois as dificuldades que antevejo são muitas e só quem se camufla nos perigos e volta quando os ares serenam, será capaz de levar a bom porto este navio.

Para que não haja dúvidas, informo-te que não tenho “interesses” nesta área e que em matéria de futebol sou habitualmente de quem ganha. Já fui do FCP, do Sporting, do Barcelona (quando lá estava o Figo) e nos últimos anos sou do Real de Madrid por causa do Ronaldo.

A quebra na construção civil e no negócio dos pneus, não vai passar nos próximos anos. Se fores capaz de entender a profundidade da minha proposta, vais ficar na história do Futebol e com a vida arrumada.

Há 10 anos que vives na sombra do FCP. Agora é a hora de dares o salto. Esquece o Panteon que é para gente chique, e o Eusébio, que mal conseguia alinhar cinco  palavras seguidas, é ídolo das multidões das feiras e romarias.
O que eu te tenho a propor é que sejas o primeiro a fazer um Cemitério de Clube. No caso, ... para os benfiquistas.
Arranjas um terreno perto do Estádio e uns ossos ilustres dos que já se “passaram”. Dá-lhes uma tumba com a dignidade de santo, pões a águia no portão de entrada e ao fundo de uma alameda ... o Eusébio numa estátua que se possa abraçar, como a do Santiago em Compostela, e no dia seguinte já tens inscrições.
Se contratares o Tomás Taveira para ele montar uma coisa “nunca vista”, com Tanatório, jazigos e campas da Gama Alta à Económica, uma ala para gavetões, para as trasladações dos emigrantes para quem o Benfica foi a alegria possível, tens o negócio garantido. E com marmoristas e floristas, em menos de um ano, aumentas as instalações e vendes a patente (não te esqueças de mim!).
Só tens de arriscar. Se não fores tu, vai outro agarrar a ideia. Para já, perdes o Eusébio, mas daqui por uns anos ficas sem o Damásio, o Vilarinho, o Vale de Azevedo, sem falar nos campeões europeus e nos sócios com números baixos, que irão morrer longe e deixar a massa à família em vez de contribuírem para a grandeza do Clube.

Pensa bem! Mas não demores! Comenta aqui se precisares de pormenores.
Recebe um abraço do Macedo e do Tony.
Até à próxima
Fernando

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