quarta-feira, 30 de julho de 2014

Conflitos


O mundo está um lugar perigoso. Tal é mais evidente onde os Estados teocráticos (com acções políticas, jurídicas e policiais submetidas às normas de alguma religião) se encontram, como actualmente acontece na faixa de Gaza.

Os ensinamentos da Tora e os do Corão "não encaixam". A verdade absoluta dos seus deuses únicos e omnipotentes dão como única solução o aniquilamento de um deles e, como sempre, será a razão da força a vencer e não a força da razão.
A cultura judaico-cristã do "Ocidente" tem na sua base o individualismo, que outros povos tradicionalmente combatem, promovendo a partilha como norma social.
É a luta entre o “American way of life” do capitalismo de Wall Street contra o fundamentalismo islâmico - o “Afgan way of life”.

Com todos os males que daí advêm, eu não hesito em escolher o primeiro, mas o bom era que todos os Estados fossem laicos e que a dose de individualismo neles permitida, se reduzisse, de modo a impedir o livre arbítrio de quem, por qualquer razão, tem grande sucesso económico.


sábado, 26 de julho de 2014

Laborinho Lúcio


Caro Laborinho:
Como já deves saber, eu, de vez em quando escrevo cartas a quem me deixa perplexo e, tu ontem, fizeste-lo. Corri para chegar a horas à Biblioteca Municipal para te ouvir. Mais a pessoa que o escritor, pois custava-me a entender que alguém com o teu percurso de vida, viesse a esta terriola, falar para uma pequena plateia do seu 1º romance, e deixaste-me espantado com o teu discurso simples e despretensioso, pois eu não esperava essa postura de um ex-ministro da Justiça, dono de um currículo invejável.
A simplicidade com que te disseste “pretendente a escritor” e o modo como foste explicando o livro e os seus porquês, foi um vento bom neste bafio onde o “faz-de-conta” nos confunde.
Tinha o livro a meio, pensando-o como contos das tuas memórias, sem a ideia de “romance” que pretendes, mas contos ou romance o que lá está é um modo de olhar que abre o espírito e estimula novas leituras.
Não sei o que o tempo fará de ti como "escritor", mas foi relevante ouvir-te.
Obrigado!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

São Brás


Neste meu périplo pelos santos, hoje, mesmo sem ser 3 de Fevereiro, é dia de São Brás (Blasius).
Eu já o conhecia do bacalhau e dos rebuçados peitorais, mas só quando perguntei porque é que uma sua imagem tinha a mão na garganta é que me pus a escavar as suas lendas e como o povo o foi moldando ao longo das épocas.
Para já o bacalhau à Brás (um dos meus pratos preferidos), para lhe fazer jus, tem o dito desfiado, sem peles nem espinhas e os rebuçados S. Brás, há anos que aguentam a competição dos seus congéneres do Dr. Bayard e do Santo Onofre, e da multinacional Vick, na defesa de faringites e constipações.
A lenda diz que S. Brás foi médico, sacerdote e bispo de Sebaste na Armênia (actual Turquia) e que livrou uma criança da morte, ao retirar-lhe uma espinha de peixe da garganta sem qualquer instrumento.
Morreu degolado em 316 e começou a ser venerado como protector contra os males da garganta no sul da Europa e depois na América latina, onde é padroeiro do Paraguai.
Na bênção das gargantas colocam-se duas velas bentas apagadas, em cruz, de encontro à garganta do crente e recita-se: “São Brás te proteja!”, que é o que também se deve dizer sempre que alguém se engasga.
Mas S. Brás também é padroeiro dos animais selvagens e, em Vila Real, a sua gancha é moeda de troca para o pito de Santa Luzia.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

São Fiacre


Nasceu na Irlanda e viajou para a França onde viveu. Nunca permitiu que mulher entrasse no seu ermitério onde mantinha um frondoso jardim de flores, hortaliça e plantas medicinais, que disponibilizava para os pobres e doentes que o procuravam.
Diz a tradição que teve hemorroidas (os figos de S. Fiacre) e que um dia se sentou numa pedra (que ainda lá existe) que lhe deu cura miraculosa e o fez padroeiro das doenças do recto. Também o é dos fabricantes de tijolos, telhas e manilhas de barro.
Cerca de 1650, o Hotel de São Fiacre, na rua St-Martin em Paris, alugava carruagens, que se tornaram conhecidas por "fiacres", termo que depois se generalizou a todos os transportes de aluguer puxados por cavalos, pelo que alguns taxistas o pretendem patrono.

Desconhecia-o. Sempre pensei que eram os anõezinhos da Branca de Neve que ajudavam no jardim e até estive para pôr um à porta da horta, sem pesar que eles eram mineiros e que o São Fiacre é que é o verdadeiro e legítimo padroeiro da jardinagem. 
Ignorâncias!!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Hérnias


Hérnia: é a saída de uma víscera, parte de víscera ou estrutura ligamentosa, através de um orifício natural, recoberta por todos os planos que a esse nível constituem a parede. 
Fala-se de  Eventração se ocorre por uma cicatriz cirúrgica ou traumática ou por uma região com a musculatura relaxada ou paralisada e a em Evisceração se não está recoberta de parede.

No cão, a hérnia perineal é mais frequente nos machos de meia-idade e idosos (entre os sete e nove anos), sexualmente intactos. Em geral, ocorre entre os músculos esfíncter externo do ânus e o elevador do ânus e, ocasionalmente, entre os músculos elevador do ânus e coccígeo.
Os sinais clínicos mais frequentes são o tenesmo, a obstipação e o aumento de volume perineal. O diagnóstico é apoiado na clínica e no toque rectal, podendo ser necessária a realização de ecografia.
Entre as técnicas cirúrgicas de reconstrução do diafragma pélvico, as mais efectivas são as que utilizam transposições musculares únicas ou combinadas, tais como as do músculo obturador interno ou músculo glúteo superficial. A orquiectomia é recomendada em associação, pelos seus efeitos benéficos nas doenças prostáticas, testiculares ou neoplasias da glândula perineal e pela menor recorrência da hérnia, apesar de não prevenir o enfraquecimento da musculatura do diafragma pélvico.

domingo, 20 de julho de 2014

Grandes aventuras


Não os conheço. Andam a revitalizar caminhos esquecidos e a pintar de cor florestas e matos. A maior parte das vezes em trajectos curtos e, quando os feriados permitem "mini-férias" e a meteorologia ajuda, umas … peregrinações.
Hoje passaram por aqui, mas antes andaram a marcar e a limpar o percurso, e eu, que já tinha a roçadoura afiambrada, mal tive tempo de lhes dizer obrigado!
Também estão na Net desde Janeiro/2009.




sábado, 19 de julho de 2014

Música sertaneja


Deis de pikeno eu curtooo modão de viola. Ó chente!  O trem é bão que só, e eu adoro um levanta puerão uuuuuuaaaaaa!|
Isto é a muzica que eu aprendi a ovi desdi crianças. Bão de ++++!
Obrigado galera! Eita modão

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Todo Poderoso


Pantocrator é uma palavra de origem grega que significa "Todo-Poderoso" -  pan : tudo ou todo e krátos - alto, em cima e, daí, poder.
A mão direita abençoa “à maneira grega” com os dedos em posições bem precisas. Na mão esquerda, as Sagradas Escrituras.

Quando fizeres uma mão que abençoa, não unas os três dedos juntos, mas une o polegar com o anular apenas; o indicador forma o I e o médio curvado forma o C criando o nome IC; o polegar e o anular unindo-se obliquamente e o mínimo que está ao lado, formam o nome XC - a obliquidade do mínimo, ao lado do anular forma a letra X; o mesmo mínimo, curvado, indica o C.
A Inscrição IC XC: É a abreviatura do nome de Jesus em Grego.
… por esse motivo, pela divina providência do Criador de todas as coisas, os dedos da mão humana foram modelados assim e não foram demais ou de menos, mas em quantidade suficiente para formar este nome.” (Gharib, p. 102)



segunda-feira, 14 de julho de 2014

Gráficos

Um gráfico é uma tentativa de expressar visualmente dados ou valores numéricos, de modo a facilitar a compreensão dos mesmos.
Um gráfico de linha é composto por dois eixos, um vertical (Y - eixo das ordenadas)  e outro horizontal ( X - eixo das abcissas), e pela linha que mostra a evolução do fenómeno.

Nos casos que se seguem, o eixo (X) representa dias e o eixo (Y) a temperatura e a frequência cardíaca. São registos informáticos de doentes internados num hospital português.
(Clique sobre as imagens para as aumentar)

Um simples olhar dá-nos rapidamente a ideia da circunstância do doente.

NOTA: Para os menos familiarizados com as coisas da Saúde, chamo a atenção para o facto de nos hospitais portugueses os doentes poderem variar as suas temperaturas entre os 0ºC e os 40ºC (nunca acima dos 40ºC, nem abaixo dos 0ºC). No que concerne à frequência cardíaca, não são permitidas valores acima de 100/minuto ou abaixo de 0 por minuto.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Carreiras Médicas


Carreiras Médicas: Morte Confirmada
Por Daniel Sampaio, Professor de Psiquiatria, publicado no Público P2 em Junho de 2012

Sou do tempo em que ter uma boa carreira médica era motivo de orgulho e satisfação. Sou da época em que triunfar nos concursos públicos era razão para festa. A saudável competição contribuía para um estudo aprofundado e permitia premiar o mérito. Dizia-se que o médico tinha de estudar sempre para não falhar. Trabalhar num serviço prestigiado valorizava o curriculum.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) estruturava-se em carreiras que asseguravam um excelente conjunto de profissionais, disponíveis para os doentes e em permanente atualização técnica. Os Chefes de Serviço não eram muitos, mas quase sempre eram os melhores, pois tinham um percurso profissional exigente, avaliado pelos seus pares e legitimado por uma longa prática profissional. Existiam equipas e unidades funcionais nos serviços, chefiadas pelos mais experientes, verdadeiros locais de formação para os mais novos. As hierarquias estavam bem definidas e, quando existiam problemas, as responsabilidades eram sempre dos mais credenciados.

Há anos tudo acabou. Foi a morte anunciada das carreiras médicas. Quando se passou aos «contratos individuais de trabalho», as influências e compadrios aumentaram. Nem sempre se recrutaram os melhores. Em certos hospitais, sobretudo privados, desapareceram as reuniões de equipa e a responsabilidade foi diluída. Noutros, dezenas de médicos trabalham individualmente e são elogiados pelo número de consultas, sem qualquer verificação de qualidade. Interessam números, pouco importam as pessoas.

Esta morte anunciada das carreiras médicas foi agora confirmada. O governo mandou publicar no DR de 14/5/2012 um chamado procedimento de concurso público para contratação de médicos para instituições do SNS, através de empresas privadas prestadoras de serviços. Não existe qualquer exigência de qualidade, os médicos contratados têm de fazer 4 consultas/hora e cumprir «atendimento pediátrico», sem que seja pedida, à partida, qualquer formação específica em Medicina Familiar e Pediatria. Acabam assim os concursos (sucessivamente adiados) e a lógica parece ser a de contratar a baixo custo, com diminuição da qualidade e ausência da valorização de carreira. A exigência do trabalho em equipa, características dos bons serviços de saúde de todo o mundo, está agora comprometida. A privatização desordenada dos serviços de saúde, numa lógica do quanto mais barato melhor, está em marcha.

Compreendem-se bem os protestos dos sindicatos e da Ordem dos Médicos, numa unidade que há muito não existia. Não é possível fazer de conta que nada se passa. E há mais: prepara-se o fim do «ano comum» do Internato Médico, um ano de formação que precede a especialidade e que assegura uma formação diversificada aos jovens licenciados em medicina. Em breve existirá um vasto grupo de médicos sem acesso à especialidade e teremos médicos de primeira e de segunda.

É caso para dizer que a saúde dos portugueses é um assunto demasiado importante para ficar só por conta do governo. Compete aos profissionais denunciar estas medidas, sem que deixem de assegurar a qualidade na prestação dos cuidados de saúde. Dos cidadãos espera-se vigilância permanente, porque a hora é de atenção e de protesto.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Escritório


Escritório de Pousar - Cochim, último quartel do século XVI. Ébano, teca, marfim e ferro.

Escritório: (do latim scriptorium)
1: Móvel fechado, com divisões no seu interior para guardar papéis e, às vezes, com um tabuleiro sobre o qual se escreve.
2: Móvel de madeira, frequentemente com embutidos de marfim, madrepérola ou outros adornos, e com gavetas pequenas para guardar jóias.
3: Sala ou salas em que exercem actividades profissionais homens de negócios, empregados de uma empresa ou de um departamento administrativo.

domingo, 6 de julho de 2014

sábado, 5 de julho de 2014

S. Roque




- É que te digo. S. Roque, na minha região é o santo que se invoca em casos de diarreia.
Ele é de Riba de Ave, onde em 1606, foi mandada construir uma Ermida dedicada ao santo, durante um surto de peste negra para refúgio das pessoas sãs, e onde a 16 de Agosto e 25 de Dezembro, se realizam festas.
Este meu amigo sabia que ele é habitualmente representado em trajes de peregrino (por vezes com a vieira típica dos peregrinos de Santiago), com um bordão onde pende uma cabaça, com uma perna desnudada com uma ferida e um pequeno cão com um pão na boca. Também sabia que ele é padroeiro dos cirurgiões e protector do gado. Mas desconhecia o seu curriculum vitae e foi isso que me fez consultar algumas fontes, para concluir que, apesar de dar nome a numerosas ruas, freguesias, paróquias e igrejas do sul da Europa e da América do Sul, a sua história mitológica é mais fraca que a dos destronados deuses gregos.

São Roque (1295 – 1327) nasceu em Montpellier (sul de França), filho tardio de uma família nobre e abastada, que lhe deu os melhores professores. Não terá completado os estudos em Medicina, e ficou órfão aos vinte anos.
Vendo-se sozinho e herdeiro de uma fortuna invejável, doou aos pobres todos os bens e foi em peregrinação a Roma. Pelo caminho passou por várias aldeias, onde grassava a peste negra, e disponibilizou-se para cuidar dos doentes. Diz-se que obtinha sucesso tratando-os com “um bisturi e o sinal da cruz”.
Atormentado por uma febre violenta e chagas na perna (o bobão da peste), isolou-se numa cabana abandonada numa floresta, onde um fidalgo, para evitar o contágio, lhe fez chegar os alimentos através de um cão.
Quando se reestabeleceu, voltou para a sua terra natal onde foi preso por espionagem a favor do Papa.
Estava no auge o conflito entre Roma (Papa Bonifácio VIII) e o Rei de França Filipe IV, o Belo, pois o Papa não permitia que o rei cobrasse tributos da igreja, e deste cisma resultaria os Papado de Avinhão (1309 – 1377).
O tio, figura importante da cidade, não intercedeu por ele e São Roque morreu ao fim de cinco anos de cativeiro.

A sua morte desperta a devoção popular e a sua canonização não é por decisão eclesiástica. Depois surgem os poderes das suas relíquias (de que Veneza “se apodera”) contra a peste e depois contra tudo o que seja epidemia e até o nosso Rei D. Manuel I, em 1506, solicitou uma relíquia do santo para proteger a população de Lisboa.
Nunca foi em peregrinação a Santiago, pese embora a vieira no chapéu.

Se, de facto, foi espião de Roma em França, não se fala, mas que o tio deve ter ficado furioso por ele se ter desfeito da herança, em vez de se envolver em acções mais consistentes, parece-me melhor justificação que a de “não ter tido conhecimento”, para a sua morte encarcerado. 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pediatrices


Em Outubro de 2013, quase milhão e meio de portugueses estavam emigrados, dez por cento dos quais com educação superior. O Governo calcula que só em 2013 tenham saído do país entre 100 a 120 mil portugueses, números que se têm vindo a acentuar desde 2008 e, quem tende a sair está em idade activa, que também é a idade mais fértil.
Nos últimos 50 anos Portugal assistiu a uma queda do índice de fecundidade, que passou de 3.20 em 1960 para 1.21 filhos por mulher em 2013. Em 2013 nasceram 82.787 bebés (o número mais baixo de sempre) quando em 1960 nasceram 213.895.

Os melhores cuidados prestados à população (essencialmente pelo SNS), para além de uma franca redução da Taxa de Mortalidade Infantil (em 1960 – 77.5, em 2013 – 2,9), também fizeram com que se despistassem muitas malformações “in útero” e que se procedesse interrupção de gravidez por causa médica (17.247 em 2011) o que também influenciou a redução da taxa de Mortalidade Perinatal (42,2 em 1960 - 3,4 em 2013) e da Neonatal (28,0 em 1960 e 1,9 em 2013).
Como consequência, apesar do progressivo aumento da idade média da mulher no nascimento do primeiro filho, que em 1960 era de 25.0 anos ter passado para 29,7 anos em 2013, as crianças nascidas são fisicamente mais saudáveis, mesmo contando com os prematuros com idade gestacional cada vez mais baixa.
São números facilmente confirmados na Pordata.

Agora o que não vem lá.
- Que os Serviços de Pediatria não se redimensionaram a estes factos e as subespecialidades Pediátricas ainda menos, apesar de terem alargado a “idade pediátrica” até aos 18 anos e da maior preocupação dos pais com o “seu filho único" a que os pediatras respondem com internamentos de curta duração, múltiplos exames e consultas.
No que respeita a Cirurgia Pediátrica, só na zona Norte, existe em 4 Hospitais do SNS (Hospital de S. João, Hospital de Santo António, Hospital de Gaia e Hospital de Braga), sem contar com os privados que lhes fazem concorrência (Hospital da Boa Nova, Hospital da Arrábida, Hospital da CUF - Porto, Hospital Privado de Braga).
Hérnias e apendicites há de certeza, mas malformações a exigirem cirurgias correctivas, devem contar-se pelos dedos de uma mão as operadas num mês em todos estes serviços. Assim não é possível “ganhar mão” e ter experiência, mas é possível um razoável ordenado à espera do lá vem um.

Aguardo que o SNS retire metade dos pediatras dos Hospitais e os coloque em consultas nos Centros de Saúde permanentes ou por períodos e que concentre algumas das subespecialidades pediátricas, como Cirurgia, Cardiologia, Gastrenterologia e Oncologia, de modo a que haja experiência “de fazer”, para além de ficar bem mais barato ao erário público.
Mas é em coisas como esta que o Estado tem dificuldade em mexer, porque há as “capelas” e os interesses particulares e das Instituições.

São casos semelhantes aos do BES.
Sabe-se que está mal, mas eles são nossos amigos. Só há ponto final quando vem alguém de fora.

Triste país!

terça-feira, 1 de julho de 2014

Acidentes




- E isso foi verdade?
- Deve ter sido. Falava-se à boca pequena. Lembro-me dela como uma mulher bonita, pequena e muito despachada. Trabalhava no Liceu. O que fazia exactamente, não sei! Ele era um assalariado indiferenciado. A certa altura começaram uns rumores de que ela se encontrava com o reitor, e alguém o foi avisar. E ele, em vez de se indignar, parece ter retrucado: “cornos que dão de comer, deixá-los crescer!” A coisa não chegou a escândalo público. O reitor foi substituído, dizia-se que por causa disso, e ela foi trabalhar num outro organismo do Estado. Mais não sei!