sábado, 3 de janeiro de 2015

Portugal 2015



Recebi este texto de alguém bem identificado, mas que se deseja "Anónimo"
 


Quinta Lei da Termodinâmica: Mais tarde ou mais cedo tudo se transforma em merda.

Esta lei aplica-se que nem uma luva a muitas instituições Portuguesas.
Aqui estão alguns exemplos do passado e da actualidade:


1 - A Monarquia estava incapaz de governar o país e foi substituída violentamente por uma República defeituosa que trouxe sucessivamente Anarquia, Ditadura, Golpe de Estado, Comunismo mal disfarçado de Socialismo, e finalmente Partidocracia, mas nunca realmente Democracia.

2 - O Sistema Colonial continuou, por anos. mesmo depois ter ficado evidente que era insustentável, e foi desmantelado nas piores circunstâncias possíveis. Foi denominado pelos autores de "descolonização exemplar", apesar de ter originado guerras civis e cleptocracias, com consequências desastrosas para milhões de pessoas.

3 - É cada vez mais evidente que os partidos políticos não representam os interesses dos cidadãos, mas mantêm-se no mesmo caminho.

4 - O Sistema de Justiça é manifestamente inadequado, mas nada de significativo está a ser feito para o tornar eficaz e justo.

5 - O Sistema Bancário dá evidencias de grande fragilidade, e pode até já ter colapsado, mas ninguém ainda se apercebeu ou quer admiti-lo.

6 - Por último, mas não menos importante, há a corrupção endémica nos níveis mais altos do governo, de que todos suspeitávamos, mas só agora começa a vir à luz do dia. O sistema está manifestamente podre mas a intelligentsia local ocupa-se a falar (demais) sobre aspectos de forma, e ninguém ousa abordar a substância - como é que chegámos a esta situação? - e muito menos elaborar uma estratégia para conter a corrupção. (Faço aqui um pequeno aparte para comentar que em Portugal o verbo falar confunde-se frequentemente com o verbo fazer, talvez porque ambas a palavras comecem por f, e terem ambos cinco letras.)

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A realidade é que não há nenhuma varinha mágica para detectar, prevenir ou parar a deterioração das instituições. As soluções para evitar que as instituições se deteriorem, ao ponto de se tornarem impróprias para os fins para que foram criadas, são do foro do senso comum. Infelizmente, o senso comum não é muito comum. Apela-se muito ao senso comum, mas tendemos a agir no nosso próprio interesse.

Ansiamos por estabilidade e esquecemo-nos que tudo muda constantemente. Estabilidade é um mito. O que pensamos ser estabilidade não passa de períodos de equilíbrio instável. Esses períodos são, no entanto, mais curtos do que pensamos porque a passagem de "estável" a instável é gradual e, quando a detectamos, ou quando uma catástrofe acontece, o processo já vem acontecendo há algum tempo, mas passou despercebido por ignorância, estupidez, complacência, incompetência, negação, ou desonestidade, ou uma combinação em partes variáveis destes atributos.

A melhor oportunidade para nos preocuparmos com a desagregação de uma instituição é quando pensamos que não há razão para nos preocuparmos. Infelizmente uma atitude preventiva raramente é recompensada e os que se preocupam, e querem prevenir, são ignorados e frequentemente ridicularizados.

Os agentes que influenciam negativamente as instituições são fáceis de detectar, se/quando estivermos atentos, mas é impossível se ninguém está. Isto é especialmente verdadeiro quando os interesses ou ambições pessoais e/ou de grupos envolvidos têm precedência sobre os interesses das instituições.

A única forma de evitar que uma instituição se transforme em merda é através de: Integridade, Responsabilidade, Transparência, Competência, Meritocracia.

Não deve se necessário explicar estes atributos, mas como parece terem caído em desuso em Portugal, uma consulta ao dicionário poderá ser aconselhável. Meritocracia é um neologismo e ainda não consta nem na língua, nem na conduta dos Portugueses.

Quando um ou mais destes atributos está ausente a deterioração da instituição é inevitável, e apenas uma questão de tempo

Não é por "sorte" que a Alemanha está onde está agora, ou por "má sorte" que a Venezuela está onde está agora. A Alemanha e a Venezuela merecem estar onde estão. A Alemanha corrigiu os seus caminhos, mas a Venezuela ainda acredita que está no caminho certo.

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Várias instituições em Portugal ruíram e outras estão em processo de deterioração, e a caminho de se tornarem ineficazes para os fins para que foram criadas, porque alguns, ou todos os atributos acima mencionados estão em falta. Esta situação não pode ser separada da ineficácia crónica da Justiça.

Um dos erros graves que fazemos em Portugal é colocar o indivíduo acima da instituição, por vezes por um conceito paroquial de humanismo e de igualdade, mas com mais frequência por razões muito menos nobres.

Respeitando os direitos fundamentais do indivíduo (o direito à vida, à liberdade, à livre expressão de ideias, etc.), em oposição aos famosos direitos adquiridos, a integridade da instituição deve ser protegida para que esta possa proteger o indivíduo. Sem proteger a integridade da instituição não é possível proteger o indivíduo.
Não há direitos permanentemente adquiridos para além dos direitos fundamentais. Poderá haver regalias adquiridas mas só enquanto produzirmos riqueza suficiente para as usufruir.

Nós devemos ter todos os mesmos direitos e oportunidades, mas não somos todos iguais.

A preocupação (obsessão?) dos Portugueses com a igualdade, garantida em teoria na Constituição, não passa de uma manifestação de inveja camuflada de humanismo, e que impede que talentos floresçam, e leva inevitavelmente a um nivelamento por baixo.

Cada indivíduo deve ser capaz, e ser incentivado, a chegar a seu nível de competência máxima, mas não deve ser autorizado a permanecer no seu nível de incompetência. Um único indivíduo pode fazer um dano imenso a uma instituição.
Incompetência, assim como desonestidade, é motivo para demissão. Se podemos fazê-lo no campo de futebol, podemos fazê-lo em todos os lugares. As associações profissionais de médicos, advogados, engenheiros, contabilistas, pilotos, electricistas, canalizadores, professores, etc., deveriam abraçar este conceito.

Darwinismo - ascensão do mais competente e destituição do incompetente - dentro da instituição é essencial para manter as instituições saudáveis. Nenhum sistema é perfeito; erros serão cometidos, mas devem ser corrigidos assim que forem detectados. Cada um deve encontrar o seu lugar na sociedade por mérito próprio.

Enquanto não abraçarmos estes princípios: Integridade, Responsabilidade, Transparência, Competência, Meritocracia, nada vai mudar em Portugal, porque negamos aos nossos melhores a possibilidade de governar Portugal porque, com o sistema contaminado, evitam o Serviço Público (em oposição ao funcionalismo público), ou emigram.

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