terça-feira, 18 de abril de 2017

Psiquiatria


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Após ruptura afectiva com a namorada, há um ano e meio, retomou os consumos alcoólicos e de cannabis. Há dois meses intensificou-os depois de ler um post no Facebook dela, que interpretou como uma mensagem que lhe era dirigida.
Então, começou a ter insónias e a ouvir vozes. "- Ouço a mãe dela a dizer para a matar!"
Abandonou o trabalho e veio para Portugal com esse objectivo. Comprou um bidão de gasolina para pegar fogo "a ela, ao seu novo companheiro e à família dele!".
Continua a ouvir a voz da falecida, como "um eco na cabeça", a dizer para matar a filha.
"-Ela já teve um acidente de viação! Eu rezei e o acidente aconteceu! Até me senti melhor! Só depois soube que não morreram!"
Considera-se capaz de influenciar, com o pensamento, o destino de outras pessoas. Assegura que já anteriormente as suas ideias se concretizaram: "Eu dei uma semana à mãe dela, e ela morreu na semana a seguir!".
Nas últimas noites tem tido insónia total.
Está orientado, calmo e colaborante. Atenção captável e concentração mantida. Aspecto e vestuário cuidados. Discurso espontâneo e coerente, centrado na ruptura do relacionamento amoroso. Humor disfórico. Mantém ideação homicida. Nega outro tipo de actividade alucinatória.

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32 anos. "Solteiro e descomprometido!". Vive com os pais. Sempre praticou desportos. Define-se como "muito inquieto, distraído e de extremos". Tem curso profissional. Há algum tempo, trata de cavalos. -"Sempre fui muito sensível. Os cavalos até se põem-se de pé para brincar comigo!”
Relata pensamentos confusos. Não sabia nada e começou a ler livros sobre o poder da mente “positiva” e teve um despertar espiritual. -“Coisas que me interessam, sou capaz de ler!”.
Começou a perceber cheiros e sinais, e a ter capacidade para interpretar os animais. Já há dez anos, ao passar por Fátima, sentiu uma espiritualidade muito forte.
Namorou e traiu a namorada várias vezes. Agora não, porque teme um castigo de Deus.
Tem um padre amigo, a quem está mais ligado. Gosta de passear pelas Igrejas, para ver como as põem para os fregueses.
Diz que se emociona com facilidade. Ontem “foi o pior dia da sua vida!”, por causa do falecimento de um gato. Di-lo cabisbaixo e até choroso.
Mantém consumo de cannabis, embora receie que o fumo possa atrair o mal. Não o quer suspender porque lhe causa elevação do espírito e porque um naturopata lhe disse que havia uma pessoa perto que ficava com todo mal que ele fizesse.

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Casado. Tem 2 filhos. Trabalhou na construção civil. Desempregado há 4 anos.
Comprou uma mota pesada há uma semana e, desde de então, está em conflito com a esposa. Diz que ela o culpa de não ajudar com as despesas de casa e de ter gasto todo o dinheiro com a mota. Além disso, a esposa terá comentado a situação com um vizinho, o que lhe desagradou.
Ontem, depois de mais uma discussão, deu "um golpe em cada pulso" e tomou os medicamentos dela.
Sente-se "péssimo"... porque as coisas, em casa, não funcionam bem! A esposa não lhe fala, bloqueou-lhe as contas e hoje enviou-lhe uma mensagem a dizer que quer a separação. Refere não ter intenção de vender a mota, porque ... "não é pessoa de se rebaixar!"
Está colaborante e orientado. Tem aspecto cuidado, postura defensiva, contacto ocular escasso. Fácies triste. Humor depressivo. Discurso escasso e pobre, embora coerente. Timbre baixo. Sono e apetite regulado. Juízo critico mantido.
Já foi seguido em consulta de psiquiatria por perturbação de personalidade.

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Trazido, algemado, pela GNR, por agressividade.
Há dois dias que está descontrolado. Ameaça matar os pais.
É já seguido em Psiquiatria. Tem consumos regulares de haxixe e má adesão a terapêutica. A mãe diz que recusa ou finge tomar a medicação.
Está verborreico e com discurso incoerente.
Acha que o mundo é uma luta entre as boas e as más energias, onde, às vezes, ganham as más.
Refere que foi uma “pequena confusão”. Sentiu coisas muito desagradáveis. Que os pais estavam possuídos. A mãe, pelo dono da TMN, que controla as linhas de telefone e o pai pelo dono da Google.
Tinha chegado a casa contente, com a cabeça cheia de pensamentos muito bonitos... de rir, de amor, de comédia. Foi para o quarto fumar e soube-lhe tão mal, que achou que podia ser algum veneno...

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