domingo, 10 de junho de 2018

A Chegada das Trevas

Catherine Nixey licenciou-se em Estudos Clássicos pela Universidade de Cambridge

A Chegada das Trevas é a história largamente desconhecida – e profundamente chocante – de como uma religião militante pôs deliberadamente fim aos ensinamentos do mundo clássico, abrindo caminho a séculos de adesão inquestionável à “única e verdadeira fé”.
O Império Romano foi generoso na aceitação e assimilação de novas crenças. Mas com a chegada do Cristianismo tudo mudou. Esta nova fé, apesar de pregar a paz, era violenta e intolerante. Assim que se tornou a religião do império, os zelosos cristãos deram início ao extermínio dos deuses antigos – os altares foram destruídos, os templos demolidos, as estátuas despedaçadas e os sacerdotes assassinados. Os livros, incluindo grandes obras de Filosofia e de Ciência, foram queimados na pira. Foi a aniquilação.
Levando os leitores ao longo do Mediterrâneo – de Roma a Alexandria, da Bitínia, no norte da Turquia, a Alexandria, e pelos desertos da Síria até Atenas –, A Chegada das Trevas é um relato vívido e profundamente detalhado de séculos de destruição.

Ia de férias quando ele me chamou do escaparate de uma livraria. Calmamente, digeri-o ao longo dos dias, vendo nele muito do que está a acontecer nos nossos dias.
É um olhar diferente. Talvez incompleto, mas que tem em consideração factos que foram intencionalmente encobertos pela História escrita pelos vencedores - os bispos cristãos!

The clash between the classical order and Christianity is a tale of murder and vandalism wrought by religious zealotry, evoking modern-day parallels.
"The Guardian"

Duas pessoas podem estar a usar a mesma palavra para significar coisas diferentes e mesmo assim alimentarem uma conversação, o que não é mau para uma cavaqueira de café, mas é péssimo quando se têm de tomar decisões que afectam a vida dos outros.

Religião raramente significa o mesmo para povos diferentes. Para os primeiros Judeus, para os primeiros Cristãos e para os Muçulmanos, religião é Lei. Para os Judeus é lei tribal, para os outros - universal.
Para os Romanos, religião era eventos, rituais e festivais.

Dois mil anos depois, a Cristandade "vitoriosa", adoptou os hábitos romanos. Apoderou-se dos eventos, dos rituais e dos festivais, aceita uma Lei separada das suas crenças e o seu Deus único vive como Zeus, acompanhado de Santos, que mais não são que deuses de segunda ordem

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