quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023
domingo, 29 de janeiro de 2023
domingo, 15 de janeiro de 2023
domingo, 8 de janeiro de 2023
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
Os Judeus e o Sucesso
Abraão, do casamento que teve com Sarah, teve 1 filho
– Isaac.
Isaac casou com Rebecca e tiveram 2 filhos Jacob e
Esaú.
Jacob casou com duas irmãs - Lia e Raquel e teve 12
filhos. 6 de Lia, 2 de Raquel, 2 de Bila e 2 de Zilpa que eram escravas das
duas irmãs e que elas entregaram a Jacob para que ele as fecundasse, uma vez
que a coisa não estava a funcionar muito bem para o lado delas – (pelo menos é
o que diz o Velho Testamento, porque, cá para mim, o Jacob, à boa maneira da
época e da região, confundia os quartos onde as mulheres o esperavam). Lia
também teve uma filha mas, por razões de género, não teve direito a história.
Raquel só teve os filhos depois de todas as outras. José
era o mais velho e Benjamin, o mais novo.
Raquel foi sempre a esposa preferida e essa “inclinação”,
apesar de ela ter engravidado tardiamente, extravasou para os seus filhos com
ela e José começou a ser fruto de inveja pelos meio-irmãos mais velhos, a ponto
de o quererem matar, mas o acaso levou-os a vendê-lo como escravo a uma
caravana que passava por perto. O rapazito foi levado para o Egipto e, como era
esperto e bonito e foi comprado por um dos ministros do Faraó, de nome
Potiphar. Não podia ter melhor sorte e, ainda por cima a esposa do dito,
engraçou com o moço e deu-lhe educação e a influência dele foi crescendo
naquela casa, ao ponto de lhe pedirem conselhos sobre coisas de governação.
José era um tipo fino e as suas soluções mostraram-se úteis, pelo que foi
subindo na hierarquia do reino a ponto de chegar a Vice-rei.
Passaram vinte anos e, à boa maneira do emigrante de
sucesso, quando os irmãos foram comprar trigo ao Egipto, ele fez-se de
“anónimo” para saber do seu irmão Benjamin, que também era preferido do pai, a
julgar pelo nome que significa “filho da mão direita”. Ao saber que ele estava
bem e que não tinha sofrido maus tratos, José denunciou-se, fez as pazes com eles e convidou toda a família para deixar as terras áridas da Palestina e ir
viver para o delta do Nilo, no Egipto, onde lhes deu muitas terras. A casa de
Jacob (Deus mudou-lhe o nome para Israel), enriqueceu imenso nos 17 anos
seguintes e tornou-se uma comunidade rica e influente por muitas gerações, mantendo
sempre as suas práticas religiosas e sociais dentro de um círculo fechado, obedecendo mais aos seus chefes que às leis
egípcias, coisa que os deve ter sinalizado como “perigosos”.
Viveram no Egipto 430 anos, mas só nos últimos 70 é se
que sentiram “escravizados”, (isto é, devem ter perdido privilégios) e
começaram a pensar em voltar para a Palestina pois, se fossem todos, não
sentiriam a falta de ninguém, uma vez que viviam arredados dos egípcios e estes
lhe estavam a infernizar a vida.
Moisés, que tinha tido educação egípcia, andava fugido
a uma pena de morte por ter morto um feitor. Como tal interessava-lhe uma fuga
colectiva para sair dali. Os judeus não eram trabalhadores indiferenciados,
muito provavelmente, ocupavam cargos relevantes não só na administração pública
como também na sociedade civil, pelo que o Faraó quando tomou conhecimento do “Êxodo”,
tentou impedi-lo, mas os seus exércitos seguiram pistas falsas, e os
“israelitas” passaram por onde agora é o canal do Suez e, à época, era um
deserto igual ao de toda a zona. Quem fugia tinha posses, pelo que não houve
especial dificuldade em comprar o “maná”. O problema maior foi capitanear
aquela turba (uns milhares ?) nas provações do deserto e Moisés retira-se para
escrever, em letras gordas, uma súmula de leis, para serem cumpridas durante o
resto da viagem e não só.
Chegados à Terra
Prometida – Canaã, encontraram-na povoada pelos cananeus e filisteus e deram início a um
conflito que ainda hoje persiste. Estávamos então no século XIII (AEC) Antes da
Era Comum.
O livro: “The Chosen Few: How Education Shaped
Jewish History, 70-1492.” de Maristella
Botticini and Zvi Eckstein, esclareceu-me sobre a questão: O que está por detrás das perseguições?
Resposta: É o seu notável sucesso económico a par
da sua não integração nas sociedades que os acolhem.
Embora o
livro refira que foi a partir do ano 70 que tudo se tornou evidente, eu estou
em crer que o processo se iniciou muito antes.
Se visitássemos o mundo de há 2000 anos,
analisando a vida de um judeu e a de um não judeu seria difícil distingui-las
pelo modo como trabalhavam, mas se o fizéssemos no período entre 1920 e 1930,
como o fez o economista Simon Kuznets, veríamos um padrão completamente
diferente: 91 a 99% dos judeus do mundo estavam envolvidos em ocupações urbanas
especializadas, enquanto a maior parte da população do mundo (excepção dos EUA)
ainda vivia da agricultura.
As crianças e adultos judeus aprenderam a ler para
estudar a Torah, mas esta capacidade, permitiu-lhes ler e interpretar outros
textos não religiosos o que lhes foi muito útil como artesãos e mercadores que
frequentemente necessitam de escrever cartas e contratos e manter os seus
livros de contas
Sabemos hoje que se alguém aprende a ler uma
língua, é-lhe mais fácil aprender outras, e os judeus, para além do Hebraico,
aprenderam as línguas dos diferentes locais onde se estabeleceram. A
leitura de outros textos religiosos mais complexos como a Mishna e o Talmud,
que consistem em extensos debates entre rabis e sábios, deu-lhes a capacidade para
pensar de modo analítico e argumentativo, o que lhes foi muito útil nas actividades
comerciais, empresariais e financeiras.
A literacia e
a educação aceleraram a sua mobilidade na procura de novas oportunidades de
negócio e a formação de uma rede de judeus vivendo em diferentes localizações,
conectados através de cartas e contratos pelos diferentes associados e
financiadores.
A literacia e a educação são
pré-requisitos para se terem códigos legais e tribunais que forcem os
contratos. Há séculos que os Judeus organizaram instituições que promovem actividades comerciais e de negócio para que esses contratos sejam cumpridos, onde quer
que os judeus estivessem.
As lideranças
judaicas impuseram a literacia por puros motivos religiosos, para garantir que
todo o judeu aprenderia e obedeceria à lei judaica escrita na Torah, mas o efeito
lateral dessa prática, foi equipar os judeus com ferramentas como a literacia
geral, a capacidade de compreender textos, de raciocínio analítico, mobilidade,
capacidade em estabelecer uma rede de influência e instituições que obrigassem
ao cumprimento dos contratos, capacidades que os elevaram a ocupações muito
diferenciadas como artífices, negócio, empreendimentos, finança, medicina e
lei.
O judaísmo foi
a única religião que, durante séculos, exigiu que as famílias enviassem as
crianças para a escola ou para a sinagoga para aprenderem a ler desde os seis
ou sete anos de idade.
Quando começou a expansão comercial e a urbanização em vastas áreas da Espanha à India, criou-se uma urgente necessidade de profissões onde eram fundamentais esta competências (literacia, educação, mobilidade, conexões em rede e instituições que obriguem ao cumprimento dos contratos) . Os judeus estavam acidentalmente bem equipados para essas funções e aproveitaram a oportunidade. No primeiro milénio estiveram sozinhos nessa corrida.
Aos Muçulmanos (Maomé - 571-632 EC) foi exigido ler o Corão, mas
os peritos em leitura na história das religiões, afirmam que essa leitura
visava unicamente a memorização e não necessariamente a interpretação.
Os Protestantes (início da Reforma Protestante – 1517) também exigiram aos seus membros a leitura e estudo da Bíblia e este facto foi determinante, segundo Ernest Gellner, para o seu enorme sucesso económico.
Os judeus impuseram esta norma 15
séculos antes.
Os católicos só
muito tarde entenderam a necessidade destas ferramentas. Em Portugal o analfabetismo
em 1870 era de 80% nas mulheres e de 70% nos homens. Em 1970 era de 30% nas
mulheres e 20% nos homens e em 2010 era de ~5% para os 2 grupos.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2022
quinta-feira, 15 de dezembro de 2022
A erosão dos Estados
A história do Estado-Nação nasceu depois da “Guerra dos 30 anos”, que teve o seu epicentro no território da actual Alemanha, em que católicos e protestantes se defrontaram sem misericórdia (8 milhões de mortos – 7% da população da Europa na época). Desse inferno nasceu, em 1648, a paz de Vestefália que deu origem à actual Ordem Internacional, regida por Estados. Até então a Europa era um “vale-tudo” medieval, onde quem tinha dinheiro desencadeava uma guerra, e toda a gente o fazia - reis, famílias aristocráticas, cidades e até Papas contratavam mercenários para cumprir as suas ordens, por mais mesquinhas que fossem.
A “Ordem Vestefaliana” converteu os Estados em soberanos e baniu
os mercenários e aqueles que os contratavam. Os antigos centros de poder, como
a Igreja, não tiverem outra opção senão inclinar-se perante os governantes dos
Estados. A característica mais importante desta ordem é a de que só os Estados
são soberanos e tudo o mais está-lhes subordinado. Só aos Estados é autorizado
possuir forças armadas e travar guerra. Todas as outras formas de guerra foram
consideradas ilegítimas. Esta “Ordem Vestefaliana” estendeu-se a todo o mundo
através da colonização europeia e hoje interiorizámo-la como intemporal e
universal, apesar de ter menos de 400 anos.
Mas a ordem vestefaliana está moribunda. Os Estados estão a
regredir por toda a parte. O Índice dos Estados Frágeis, uma classificação
anual de 178 países que avalia a fraqueza de um Estado utilizando métodos de
ciências sociais, advertiu que, em 2017, 70% dos países eram frágeis, isto é
" têm dificuldades em exercer soberania nos seus territórios."
Muitas pessoas pensam que os Estados falhados são a excepção
na cena internacional, mas são a regra. Uns aguentam-se melhor, outros pior.
Alguns falham completamente como a Somália e o Afeganistão. A erosão dos
Estados encoraja o aparecimento de novos tipos de potências. O vazio de
autoridade deixado pelos Estados em recuo é ocupado por insurgentes, califados,
governos de grandes empresas, narco-estados, reinos de senhores da guerra,
suseranos mercenários e áreas inabitáveis. Estamos a regressar ao “statuo quo”
de desordem que existiu antes de 1648. O mundo não se desmoronará na anarquia,
mas arderá em combustão lenta, como aconteceu durante milénios
A guerra no Médio Oriente poderia ser mais fácil de
compreender se retirássemos os Estados da análise. Os verdadeiros beligerantes
são os centros populacionais sunitas e xiitas que transcendem as fronteiras
nacionais. Os xiitas são liderados pelos aiatolas do Irão e o seu território
abrange populações xiitas em áreas do Líbano, Síria, Iraque, Iémen e Bahrein –
o “Crescente Xiita. Do outro lado existe uma confederação sunita liderada pela
família real saudita, que inclui estados do Golfo, Jordânia, Norte de
África e Paquistão. Grupos inteiros estão envolvidos nesta guerra,
ignorando as políticas governamentais. Alguns países como o Líbano e o Iraque,
têm populações sunitas e xiitas de dimensões consideráveis e muitas vezes lutam
umas contra outras, marginalizando os governos.
O genocídio do Ruanda, que provocou 800.000 mortes em 90
dias, não foi uma guerra entre Estados. Os beligerantes eram dois grupos
étnicos, os Hutus e os Tutsis. Os países envolvidos eram apenas Estados de nome
– Ruanda, Burundi, Uganda e República Democrática do Congo.
O México é um exemplo de uma guerra sem Estados. Os cartéis
da droga não são bandos de rua. São superpotências regionais. O seu PIB é muito
superior ao de muitos países. Quando entram em guerra, o governo mantém-se à
margem, como um actor secundário. O México foi o segundo conflito mais
mortífero em todo o mundo em 2016 – 23.000 mortos, atrás da Síria – 50.000 e à
frente do Iraque – 17.000 e do Afeganistão – 16.000.
Sean McFate -
E eu acrescento: As políticas de cada país não serão mais definidas por eleições, mas pelas forças internas e externas que se movimentam para condicionar os governos que forem eleitos, e pela agilidade destes em compatibilizar estes diferentes poderes que nem sempre são explícitos.quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
Frase do Dia
“Se não sabes para onde vais, qualquer estrada te leva até lá!”
disse o gato de Cheshire a Alice.
In “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll
domingo, 11 de dezembro de 2022
Mercenários
Agora que acabou o Mundial, a preocupação volta-se
inteiramente para a guerra na Ucrânia e o como ela nos vai continuar a afectar.
Ouço as notícias e os comentadores na TV e nas Redes Sociais e fico com a
impressão de estarem a “fazer a cabeça” da população para que ela aceite as
repercussões no seu dia a dia, sem questionar muito os porquês, porque a guerra
custa muito dinheiro e há que o ir buscar onde quer que ele esteja. É
o armamento e a “logística” que são caros e é a malta que lá anda a guerrear
que também fica cara.
Ora foi para tirar algumas dúvidas que comprei o livro deste
senhor que é professor de Estratégia na Universidade de Defesa Nacional de
Georgetown, a principal escola de guerra do Departamento de Defesa dos USA, entre outras coisas.
O livro fala de guerras passadas e conjectura como serão os novos conflitos, com base no que já hoje se está a passar no mundo.
Chamou-me particular atenção a sua “lógica” em relação aos mercenários que,
segundo ele, são a segunda profissão mais antiga do mundo, pois foram largamente
usados pelos grandes “conquistadores” celebrados pela humanidade, de Roma, da Grécia,
pelos Otomanos e por aí fora até à Asia. ... Até o Vaticano tem a sua Guarda Suíça.
Segundo o autor é mais barato contratar mercenários, quando
se precisa de combater, do que ter um exército em permanência.
Os mercenários começaram a perder importância há cerca de quatrocentos
anos, quando os estados e os seus exércitos nacionais foram gradualmente
monopolizando o mercado da força de combate, remetendo os soldados de aluguer para
uma situação de ilegalidade por volta de 1850. Mas a realidade do século XXI
trouxe-os de volta e em força. As guerras da Chechénia, do Iraque e do
Afeganistão ressuscitou-os das cinzas, já que mais de metade do pessoal militar
a lutar pelos russos e pelos EUA era composto por contratados. Na sua esteira surgiram as
Empresas Militares Privadas que se transformaram em multinacionais cotadas em Bolsa,
com operações que se estendem por todo o globo.
Estamos habituados a falar do poder que reside nos diferentes
Estados-nação, mas esquecemo-nos de que a globalização trouxe outros poderes
que lhes são mais o menos independentes como os Fundos Financeiros, as
Multinacionais, os super ricos, os cartéis da droga ... entre outros.
Estas Empresas Militares Privadas, como a russa Wagner ou a americana Blackwater, para falar das mais conhecidas, podem ser contratadas por esses poderes “fácticos” para garantirem a proteção dos seus interesses em qualquer zona do globo com instabilidade política. É o que fazem as multinacionais de Seguros no transporte marítimo para atravessarem o Golfo da Guiné ou no Golfo de Áden, as petrolíferas nas explorações da Libéria e países como a Arábia Saudita, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos, que não possuem forças militares agressivas, vêm nos mercenários uma solução muito económica, principalmente quando constituídas por veteranos das guerras da droga, oriundos da América Latina.
Essas Empresas Militares Privadas contratam em todo o mundo e prestam serviços não só na frente de batalha, mas também na sombra, “organizando” movimentos “populares”, insurreições armadas, golpes de Estado, ou fornecendo informação.
Desde que o contratador pague, o serviço poderá ser prestado, embora
muitos mercenários recusem serviços que ponham em risco as suas “fidelidades”
políticas e sociais.
O autor do livro prevê que no futuro as megaempresas e o
número de países que contratarão mercenários irá aumentar e, até a ONU poderá
vir a utilizar a força privada para aumentar as suas anémicas missões de paz.
Em breve, toda a gente alugará exércitos privados, transformando os conflitos
numa mercadoria.
Os criminosos organizados também se poderão tornar superpotências.
Os oligarcas e os cartéis da droga já dependem de milícias e de bandos para a
força musculada, mas poderão vir a alugar um poder de fogo com força industrial,
incluindo helicópteros de ataque e regimentos militares privados, para
conquistar Estados e transformá-los em fantoches.
E não se pense que o Direito Internacional, a ONU ou
qualquer Estado poderoso terá vontade ou recursos para acabar com eles. O que vai
mudar são as actuais práticas de guerra, tal como as conhecemos, enquadradas numa "insurreição global contra o Ocidente".
NOTA: Há uma diferença legal entre Mercenários e Contratados.
Contratados são cidadãos do país ou estrangeiros com residência no país.
Mercenários são soldados sem qualquer relação com os conflitos para além do seu
interesse monetário.
sábado, 10 de dezembro de 2022
Artes de marinheiro
segunda-feira, 28 de novembro de 2022
sábado, 26 de novembro de 2022
Aviso
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
A minha visão sobre a guerra na Ucrânia
Antes de mais, quero deixar claro que pouco ou nada percebo
de Geopolítica, o que não me impede de teorizar sobre o que se passa na Ucrânia,
já que diariamente sou bombardeado com notícias sobre o que lá se passa, mesmo sabendo que elas são uma parte da verdade.
Quando iniciei algum entendimento político do Mundo em que
vivia, havia duas Superpotências: os EUA e a URSS. Falava-se da China aquando dos
milhares de vítimas das cheias do rio Amarelo e do Mao Tsé Tung, da India
vinham histórias de conflitos religiosos e de uma ou outra catástrofe e não se
falava da Europa, mas sim dos países que a formam. Os russos eram os
“papões” e os “amaricanos” os salvadores do mundo.
Os tempos foram mudando e a China começou a aparecer, primeiro como
grande fábrica do mundo e posteriormente como potência económica e militar e os
países da Europa que durante séculos se digladiaram, começaram a perceber que
só unidos podiam ter voz no panorama mundial e esboçaram esse entendimento no
Euro e na União Europeia.
Ora o fortalecimento dessa União Europeia, não agradou militarmente à Rússia nem à bolsa dos conservadores americanos temerosos que uma
nova força económica viesse pôr em causa negócios onde, desde a II Guerra
Mundial, são hegemónicos, pelo que, por motivos diferentes, a Rússia de Putin e os EUA de Trump, se conjugaram para
que o Brexit se efectivasse.
Recentemente, quer a China quer a Rússia, começaram a falar numa “Nova
Ordem Internacional” que basicamente visa a influência militar dos EUA que está por
detrás da sua preponderância económica em vastas áreas do globo.
Ora os países da ex-URSS são território importante para que a União Europeia tenha “dimensão de potência” e possa concorrer nas várias frentes da tal “Nova Ordem”, em "igualdade" com os EUA, China, Rússia e Índia, e a Rússia, para se afirmar como potência global, necessita dos portos de águas quentes que estão no Mar Negro, já que é a via marítima a mais barata para o transporte de bens entre continentes.
Os EUA apoiam a UE para que a Rússia não volte a ter a força que já teve e tornar improvável que um eventual bloco China / Rússia possa englobar uma UE demasiado fraca.
O resto é conversa.
quarta-feira, 16 de novembro de 2022
segunda-feira, 14 de novembro de 2022
Carta aberta a Cristiano Ronaldo

Caro Ronaldo
Espero que esta carta te vá encontrar de boa saúde, que nós andamos, como sempre, à espera de melhores dias.
Cá pela terra vamos sabendo quase diariamente notícias tuas, ou não fosses tu uma referência deste bocado de terra à beira mar plantado. Eu, em particular, tenho tido tempo livre para te ver jogar em directo, na esperança de te ver voltar a ser quem eras dantes mas, desculpa dizer-to tão frontalmente, nem de longe nem de perto o fazes. Por jogo, tens um ou dois gestos que considero “razoáveis”, mas ficas-te por aí, pese embora as tuas manifestações contra a “má sorte”.
Agora voltas à ribalta por más razões, a fazer-me lembrar o Putin, convencido de teres força suficiente para ganhares uma guerra contra Erik ten Hag, o teu actual treinador. O Putin olhou do mesmo modo para o Zelensky, esquecendo-se do que está por detrás. No caso dele o povo Ucraniano e quase todo o “Ocidente”, no teu caso o Manchester United, a Inglaterra e não só.
Podias ter telefonado que eu dizia-te para estar quieto e aceitares que já estás abaixo da média e que o melhor era arranjares a desculpa de uma lesão qualquer para arrumar as botas. Não te esqueças que no Futebol reina a máxima do “You are as good as your last performance”, e essa de vires para o Mundial à espera que Deus te ajude a marcar golos para reverter toda essa trapalhada em que te meteste, não me parece boa ideia.
O que fizeste compromete-te definitivamente. Os grandes clubes nunca mais te irão contratar e as TVs desportivas nem para comentador te vão convidar. Na melhor das hipóteses voltas para o Sporting, como um filho pródigo e esqueces o futebol internacional.
Portugal deve-te muito, mas isso não te dá direito a “bitaites” fora da caixa. O país fez de ti um "modelo" de alguém que sobe pelo esforço, o que limita muito as tuas opções pessoais. Devias sabê-lo sem necessidade de to dizerem constantemente e saber perder é também uma coisa que se esperava de ti. Fernando Santos sentiu-se "obrigado" a convocar-te para o Mundial, pelo que o melhor é não nos desiludires mais e adoptares um “low profile” dentro e fora do campo. Senta-te, analisa bem o que fizeste, deixa esse ar arrogante de menino mimado que se faz de vítima por tudo e por nada e, se não conseguires, toma uns ansiolíticos que vais ver que melhoras.
Olha que meio mundo está a olhar para os teus deslizes e que não perdoa a quem alto sobe. Espero que esteja tudo bem com os teus e que a dona Dolores não leve isso a peito, que ela não tem saúde para grandes decepções.
Fica bem. Abraço!