domingo, 28 de maio de 2023

Outeiro

 

Outeiro 41,789, -7,946


quarta-feira, 24 de maio de 2023

A eira



 Esta é uma segunda tentativa. Na primeira estava tudo bem até não saber parar a tempo e na aguarela, não é possível voltar atrás. No próximo sábado ou levá-lo à professora Paula para ela dizer o que tem a dizer. O autodidatismo, não é para todos.  

domingo, 14 de maio de 2023

Urban sketch



 O tema previsto para hoje era a Fé. Não só a fé religiosa, porque não são só as religiões que têm fiéis. Há fiéis com igual fervor no Partido Comunista, no Benfica, no Liberalismo, na Ciência que, à sua maneira, fazem iguais peregrinações e se dispõem às mais diversas provações e martírios.
Fé, nem todos temos, mas todos temos um quê de superstição. Quem não evitou pisar os riscos do passeio para ultrapassar uma prova, vestir as cuecas da sorte para ter boa nota num exame ou qualquer outra coisa semelhante. Quem "não" que atire a tal pedra que todos trazemos no bolso para quem não é da nossa tribo.
Mas quando a Fé e a Superstição se unem à moda dos Eventos e a actividade económica que gera beneficia o país, a comunicação social entra no jogo e não há emplastro que não seja chamado a dar o seu contributo.  


Nada contra. É melhor assim que deixar gente ao abandono sem uma esperança (mesmo que ela seja vã), quando não se quer ou não se pode dar coisa mais palpável.

O desenho é do Largo de S. Domingos, onde existe uma estátua a Frei Bartolomeu dos Mártires, que é "dos Mártires" por ter nascido na extinta freguesia dos Mártires, em Lisboa. 

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Largo Vasco da Gama



Saí para fazer o desenho e acabei a tirar uma fotografia ao Largo Vasco da Gama. A abertura do Hotel, encerrado há 16 anos, obrigou a um arejamento da zona que tem a cara lavada desde Março.

A Ryan Air despeja, diariamente, centenas de turistas no aeroporto Sá Carneiro e muitos deles vêm por aí acima, a pé, seguindo as setas amarelas, fazendo o “Caminho de Santiago pela Costa”. São pouco mais de 230km e, para aqueles que não dispensam as comodidades, há os hotéis e quem lhes leve as malas entre as “estações” do percurso.

São poucos os que seguem as setas azuis, em sentido contrário, em direcção a Fátima, mas lá iremos, que o turismo veio para ficar e o turismo religioso, com fé ou sem ela, dá dinheiro a muita gente. E Viana do Castelo equipa-se.


segunda-feira, 8 de maio de 2023

Conversa de Café

 

Desenho aguarelado sobre papel Inart 110g/m2

O homem comum é exigente com os outros! O homem superior é exigente consigo próprio!

Marco Aurélio (121 - 180 E.C.) Nunca desejou ser imperador. Aceitou esse fardo por acreditar que poderia promover o bem. 

quarta-feira, 3 de maio de 2023

terça-feira, 2 de maio de 2023

Nova Contratação

Este é o novo contratado. Veio de fatinho novo e cheio de vontade de trabalhar para substituir o Sr. Feliz que se reformou, ao fim de 20 anos, depois de um acidente de trabalho. No primeiro dia já levou uns arranhões, mas não se queixou. 

Parece bom tipo. 



 

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Casa do Cabo

Aguarela sobre papel Inart 110g

 

terça-feira, 25 de abril de 2023

Política

 

25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais! O povo Unido jamais será vencido! Gritam-se os slogans de Abril e depois vai-se discutir política e futebol na mesma onda. É assim o Portugal dos populistas.

Em casa, mal ou bem, fazem a verdadeira política. Fazem contas, estabelecem prioridades e, se errarem nos planos, procuram compensar com o orçamento disponível. Mas, no Café, a discutir política, a música é outra. Os "valentes" disparam a torto e a direito, por tudo e por nada, sobre o governo, os políticos dos partidos tradicionais, os juízes, as leis e Instituições sejam elas dependentes do Estado ou não, atirando soluções para os problemas com um estalar de dedos.

O 25 de Abril, no meio das coisas boas, também deu voz activa a quem nem a passiva merece, e estes “iluminados” saíram dos cafés e meteram-se na vida pública. Trump e Bolsonaro são os exemplos recentes de que qualquer um pode chegar ao topo de um país democrático, para depois o tentar virar num estado despótico.

Soluções simples para problemas complexos, exigem muito esforço e capacidades e não é com “palpites” de quem não estudou os problemas que elas aparecem, e são poucos os portugueses que leem um livro e a maioria nem um texto como este são capazes de terminar, mas tal não os impede de usar as redes sociais para replicar os “memes” da moda ou de dar os “améns” aos que os seus amigos replicam.

O óptimo é inimigo do bom, porque o bom pode ser possível. Mas quando nem o bom é possível, que a solução a aplicar seja a menos má. Foi assim que sempre exerci a minha profissão, tentando identificar as condicionantes e adequar-me a elas. É assim que entendo a vida dos políticos e a de toda a gente que tem a cabeça em cima dos ombros.

Mas no populismo não há condicionantes. Não se faz porque se não quer. Ponto final. Para essa gente que nas redes sociais persiste em falar de política, seria bom um pouco de leitura.


Frases de Abril - roubado a Parlamento,pt




quarta-feira, 19 de abril de 2023

Futurologia


Achei esta pérola no espólio do meu pai.

Quando era miúdo ao coscuvilhar nos arrumos da casa dos meus avós, já tinha tropeçado numa figura de um Almanaque Bertrand de 1900, onde também se fazia um futurismo risível: numa página tinha desenhado uma casa ao estilo das antigas casas ainda existentes na Avenida Brasil no Porto com o subtítulo - Uma casa moderna com a sua cocheira, e na página ao lado "Uma casa do futuro, com o seu angar". 
As casas pouco diferiam. O que diferia era o espaço que antes servia para os cavalos e caleches que era agora muito mais alto e albergava um balão. 

 

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Montedor



Esta coisa da aguarela tem que se lhe diga. Há a teoria e a prática, só que a prática para além da qualidade do executante é condicionada pelo material que ele usa e, do mesmo modo que se deve usar um bom vinho para os temperos, quando se quer fazer figura com o cozinhado, no caso presente exigi do papel mais do que o que ele podia e logo que lhe meti água em cima começou a dar de si e o desenho ficou condicionado. 
O que começa mal, tarde ou nunca se endireita. É assim com a aguarela e é assim com a vida. E dito isto, dou-o por acabado para que não fique ainda mais “overworked”, que é um erro que os peritos dizem e repetem que é sempre de evitar – “mais é menos!”. Fica a servir de aviso para não repetir erro igual.

É curioso como estas coisas me lembram outros erros que cometi na vida corrente, quando também esperei um bom resultado apenas porque do lado de lá vinha um grande sorriso ou por não ter respeitado o tempo de parar, mesmo quando já tinha presente a regra de manter simples o que faço ou escrevo (“kiss” - Keep it simple, stupid), sem derivas em relação ao importante. 

É esse passo que afasta o artesão do artista, seja ele pintor, médico, engenheiro ou lá o que quer que ele queira ser, e eu estou longe desse engenho de achar soluções elegantes perante as pequenas ou grandes dificuldades que surjam durante a pintura. Para essa mestria teria de investir horas a estudar, pensar e fazer, e eu não sei a disposição mo irá permitir, pois como dizia o Eusébio: “Não basta querer! É preciso querer querer!

Esta casa de Montedor, Carreço, seduz-me desde os primeiros dias que a vi, por ter todo um mar pela frente e me lembrar “A um deus desconhecido” de John Steinbeck. A luz é a de um poente de dia quente de Abril.


2ª tentativa.
3° tentativa

4°tentativa





sexta-feira, 31 de março de 2023

Caos Calmo


Nasci sob a influência da cultura francesa mas cedo a cultura anglo-saxónica passou a liderar o meu pensamento. Primeiro na música e depois no modo de encarar o mundo. Nessa altura tinha pressa e os franceses demoravam a dizer o que os anglo-saxões diziam na primeira linha. Passei então a procurar o traço que definia a coisa, a palavra que definia o lugar, o tiro único que acertava no alvo, fosse ele doença, situação social ou desejo.
Puxei os técnicos para a minha área e afastei os romancistas para que eles não influenciassem o poeta russo que vivia e vive dentro de mim e, entre sucessos e insucessos, fui-me refugiando no pragmatismo.

A aposentação deu-me oportunidades e, à linha estreita do lápis, juntei a mancha da aguarela e ao caroço da coisa juntei a nuvem que lhe dá sentido e voltei aos romances e a deleitar-me com quem é capaz de escrever dez páginas para definir um momento e quatrocentas para rever dois meses de uma vida.

Sandro Veronesi nasceu em Florença em 1959. É considerado um dos mais importantes romancistas italianos dos últimos trinta anos.

quinta-feira, 30 de março de 2023

Convento de Cabanas


Convento de São João de Cabanas.

Segundo a tradição, antes da fundação do mosteiro existia no local uma ermida, com algumas cabanas, covas ou grutas na serra ao redor, onde viviam os frades que S. Martinho de Dume congregou.
A sua construção remonta ao ano de 564. Em 746 foi destruído pelos árabes e logo reedificado. Durante séculos o mosteiro prosperou economicamente, conseguindo uma importante área circundante, com limites definidos por D. Sancho I.
Em 1382 o mosteiro passou para a Ordem de São Bento, tornando-se numa casa de convalescença e repouso de doentes.
No século XVII sofreu uma grande reformulação chegando à configuração atual.
Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, o conjunto - convento e propriedades, foi vendido em hasta pública pela Fazenda Nacional, sendo o General Luís Rego o primeiro proprietário, seguindo-lhe vários outros.
Já no século XX foi propriedade do poeta Pedro Homem de Mello e após a sua morte foi comprado pelo Cônsul de Espanha no Porto, que lhe fez grandes obras de conservação e restauro, impedindo que ele acabasse numa ruína, como acontece com Convento de S. Francisco do Monte no lugar da Abelheira - em Viana do Castelo.
Em Março de 2019, Nathalie D'Ornano, cantora lírica, natural da Suíça, comprou-o e iniciou obras de remodelação para o abrir ao público como “guesthouse” e espaço para festas, eventos e iniciativas artísticas e culturais, num projecto com o traço do arquitecto Fernando Cerqueira Barros.

Está classificado pelo IPPAR, em 1997, como Imóvel de Interesse Público.

O caminho de Santiago pela costa, passa-lhe à porta. No ano passado, numa construção fronteira ao seu portão, abriu o “Café de Cabanas” que, para além de revigorar os muitos caminhantes que por ali passam, permite usufruir daquele recanto numa quebrada da encosta, junto à margem direita do Rio Afife, dominado por uma velha magnólia de largas tradições. Prevê-se a abertura do convento para as suas novas funções, em Julho 2023.

terça-feira, 28 de março de 2023

Marguerite Yourcenar

 


Nunca me agarrei fixamente a uma ideia, por temer a confusão em que, sem ela, poderia vir a cair. Nunca temperei um facto verdadeiro com o molho da mentira, para me facilitar a digestão. Nunca deformei os pontos de vista do adversário para mais facilmente ter razão.

in "Obra ao Negro"

segunda-feira, 27 de março de 2023

Sketchbook



Então é assim. Dois pontos.
Era assim que começavam as intervenções do meu tio Elviro, quando era o seu tempo de falar e batia duas vezes com as duas mãos no tampo da mesa. 

Eu estou igual. Então é assim:  Vou começar o meu "Loose Urban Sketchbook". Este é só a primeira tentativa, num papel que não aceita bem a água.
Como sofro do "síndrome do papel vazio" isto é: custa-me gastar tempo e material mais caro e sair uma porcaria, utilizei um papel vulgar de desenho de 110g, em vez de um para aguarela de 300g, rico em fibras de  algodão.

O resultado não me parece longe do que queria, embora a cor não lhe tenha dado o volume pretendido. Para a próxima vou arriscar e iniciar um caderno adequado.

... a ver vamos... como diz o cego!