sexta-feira, 28 de abril de 2023

Casa do Cabo

Aguarela sobre papel Inart 110g

 

terça-feira, 25 de abril de 2023

Política

 

25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais! O povo Unido jamais será vencido! Gritam-se os slogans de Abril e depois vai-se discutir política e futebol na mesma onda. É assim o Portugal dos populistas.

Em casa, mal ou bem, fazem a verdadeira política. Fazem contas, estabelecem prioridades e, se errarem nos planos, procuram compensar com o orçamento disponível. Mas, no Café, a discutir política, a música é outra. Os "valentes" disparam a torto e a direito, por tudo e por nada, sobre o governo, os políticos dos partidos tradicionais, os juízes, as leis e Instituições sejam elas dependentes do Estado ou não, atirando soluções para os problemas com um estalar de dedos.

O 25 de Abril, no meio das coisas boas, também deu voz activa a quem nem a passiva merece, e estes “iluminados” saíram dos cafés e meteram-se na vida pública. Trump e Bolsonaro são os exemplos recentes de que qualquer um pode chegar ao topo de um país democrático, para depois o tentar virar num estado despótico.

Soluções simples para problemas complexos, exigem muito esforço e capacidades e não é com “palpites” de quem não estudou os problemas que elas aparecem, e são poucos os portugueses que leem um livro e a maioria nem um texto como este são capazes de terminar, mas tal não os impede de usar as redes sociais para replicar os “memes” da moda ou de dar os “améns” aos que os seus amigos replicam.

O óptimo é inimigo do bom, porque o bom pode ser possível. Mas quando nem o bom é possível, que a solução a aplicar seja a menos má. Foi assim que sempre exerci a minha profissão, tentando identificar as condicionantes e adequar-me a elas. É assim que entendo a vida dos políticos e a de toda a gente que tem a cabeça em cima dos ombros.

Mas no populismo não há condicionantes. Não se faz porque se não quer. Ponto final. Para essa gente que nas redes sociais persiste em falar de política, seria bom um pouco de leitura.


Frases de Abril - roubado a Parlamento,pt




quarta-feira, 19 de abril de 2023

Futurologia


Achei esta pérola no espólio do meu pai.

Quando era miúdo ao coscuvilhar nos arrumos da casa dos meus avós, já tinha tropeçado numa figura de um Almanaque Bertrand de 1900, onde também se fazia um futurismo risível: numa página tinha desenhado uma casa ao estilo das antigas casas ainda existentes na Avenida Brasil no Porto com o subtítulo - Uma casa moderna com a sua cocheira, e na página ao lado "Uma casa do futuro, com o seu angar". 
As casas pouco diferiam. O que diferia era o espaço que antes servia para os cavalos e caleches que era agora muito mais alto e albergava um balão. 

 

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Montedor



Esta coisa da aguarela tem que se lhe diga. Há a teoria e a prática, só que a prática para além da qualidade do executante é condicionada pelo material que ele usa e, do mesmo modo que se deve usar um bom vinho para os temperos, quando se quer fazer figura com o cozinhado, no caso presente exigi do papel mais do que o que ele podia e logo que lhe meti água em cima começou a dar de si e o desenho ficou condicionado. 
O que começa mal, tarde ou nunca se endireita. É assim com a aguarela e é assim com a vida. E dito isto, dou-o por acabado para que não fique ainda mais “overworked”, que é um erro que os peritos dizem e repetem que é sempre de evitar – “mais é menos!”. Fica a servir de aviso para não repetir erro igual.

É curioso como estas coisas me lembram outros erros que cometi na vida corrente, quando também esperei um bom resultado apenas porque do lado de lá vinha um grande sorriso ou por não ter respeitado o tempo de parar, mesmo quando já tinha presente a regra de manter simples o que faço ou escrevo (“kiss” - Keep it simple, stupid), sem derivas em relação ao importante. 

É esse passo que afasta o artesão do artista, seja ele pintor, médico, engenheiro ou lá o que quer que ele queira ser, e eu estou longe desse engenho de achar soluções elegantes perante as pequenas ou grandes dificuldades que surjam durante a pintura. Para essa mestria teria de investir horas a estudar, pensar e fazer, e eu não sei a disposição mo irá permitir, pois como dizia o Eusébio: “Não basta querer! É preciso querer querer!

Esta casa de Montedor, Carreço, seduz-me desde os primeiros dias que a vi, por ter todo um mar pela frente e me lembrar “A um deus desconhecido” de John Steinbeck. A luz é a de um poente de dia quente de Abril.


2ª tentativa.
3° tentativa

4°tentativa