quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Primeira encomenda

Foi-me pedido o desenho do velho Joe da família Lencastre. Ei-lo! 
E, se bem me lembro,  os Lencastre são descendentes dos nobres  Lancaster associados à coroa de Inglaterra e também à de Portugal! 
 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Cuca


 Papel kraft 110g. Pastel Conté à Paris, que estava na gaveta há mais de 20 anos. 

sábado, 20 de agosto de 2022

Trovão



Pastel negro e branco sobre Papel kraft. 110g  

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Olhando o futuro.


 Papel kraft 110g/m2 lápis de carvão,  pastel branco e verde. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Os Convencidos da Vida, por Alexandre O'Neil



Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.

Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.

Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.

Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?

(...) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.

Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.

Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.


Alexandre O'Neil 1924-1986), in "Uma Coisa em Forma de Assim"

sábado, 13 de agosto de 2022

Desenhos 1


Pastel (chinese white) sobre papel negro (A4 -70gr/m2) para testar esta possibilidade do desenho.


 

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

"in memoriam" de meu pai


Foi hoje o funeral de meu pai. Familiares e amigos juntaram-se para prestar uma homenagem sentida a um homem de saber profundo e rigoroso, de uma lealdade e integridade admiráveis. Um mestre, não só pela sua obra, mas também pelo exemplo com que impregnou alunos, colegas, amigos e todos os que com ele privaram.


O trabalho que o absorveu quase por completo, não fez dele um pai exemplar, mas foi um avô de mão cheia e um professor que deixou marca na Universidade do Porto, e foi com gosto que vi entrar na sala um professor da FEUP com um pequeno mapa (em vez das habituais flores), para pousar sobre as suas mãos, depois de nos explicar que aquilo era a anomalia gravimétrica de Neves-Corvo que ele definira e que servira para que uma companhia francesa (o BRGM) sondasse aquele local e ficasse com os louros da descoberta.  


Deixo aqui alguns dos testemunhos mais importantes:

O meu querido avô Albertino partiu vítima de vida longa, plena e feliz. Partiu aos 102 sem pressa, como viveu, acompanhado pela minha avó, seu amor de 81 anos, e pela família que criou e adorou e fez crescer. O meu avô foi um homem de outro mundo. Extraordinário. Combinou em si mesmo a doçura e o rigor, a curiosidade e a paixão pelas coisas banais, o riso fácil e tolo e a ponderação nos momentos de decisão. 'Our brain is like our muscles, if we don't use it it shrinks and dies' era o seu lema. Foi engenheiro de minas e professor devoto e dedicado. Estudou e investigou e questionou-se durante toda a vida, sempre curioso e interessado. Mas a mim, embora me orgulhe do seu percurso profissional, a mim, o que me deixa é o estado de absoluta paixão pelo presente - a forma de viver continuamente a ser assoberbado pelos dias - comia sempre uma pescada chilena congelada que era fenomenal acompanhada por um vinho de pacote que era estupendo servido por um empregado simpatiquíssimo num restaurante sopimpa e em todas as idas ao café falava com alguém que era bestial ou recebia um email de bisneto que era um filósofo ou o desenho de outro que era um génio da pintura e via-se no brilho dos olhos que todos os dias sentia que o hoje era o tempo certo para se viver. O meu avô nunca envelheceu, nunca foi velho. Ou talvez tenha-o sido demasiado cedo na sua vida, quando perdeu a mãe aos 7 anos. Talvez tenha sido velho nessa altura por obstinação, para poder salvar-se dessa desgraça maior mas preservou em si a criança que era toda a vida. O gozo com que admirava o futuro, os mais novos, as evoluções da ciência e as tecnologias era o reflexo de quem vive a vida em estado de maravilha. O meu avô viveu maravilhado. Riu como mais ninguém neste mundo e apesar de ter vivido estes quase 102 anos apenas com uma única anedota, a sua anedota, contagiou o seu mundo de riso. Era a sua forma generosa de ver o mundo, com os seus melhores olhos, sempre cheios de futuro e brilho. Os dele, fomos da sua boca todos estupendos, extraordinários e magníficos, desde a nascença. O meu avô fez flexões comigo às costas e dançou ballet com a minha prima e desenhou 20 Heidi seguidas para a minha irmã e a todos nos incutiu a curiosidade como só alguém realmente gosta de aprender consegue fazer. Outra coisa que aprendemos com ele, e digo aprendemos porque sei que falo não só por mim mas também pelas minhas irmãs e pelos meus primos, foi que devemos fazer, acima de tudo, o correcto, mais do que o bom. Não foi um hedonista, o meu avô, foi um metódico, um homem da ciência e acreditava que o bom para uns é o mal de outros e que o correcto, por outro lado, não gera caos. O correcto segue regras, tem barreiras que são mais importantes do que a nossa satisfação imediata. Nunca o vi a resolver um problema à pressa - nunca o vi ter pressa, na verdade. Todos os problemas mereciam o seu tempo, o tempo de meditação, de deixar o problema se apresentar e pousar e tempo de o resolver. O meu avô é de um tempo em que havia tempo, mas não é só isso. Era pela paz de espirito. Fazer as coisas bem feitas - a letra bonita ou o mudar o casquilho ou ter uma conversa difícil ou ensinar bem ensinado - fazer as coisas com intenção, com atenção, sem aldrabar e sem saltar passos, dá paz de espírito e é melhor do que a barriga cheia de chocolates. A nós, a sua família, para além do seu amor gigante, da sua admiração incondicional, das inúmeras histórias e do contínuo incentivo deu-nos o grande prazer de partilhar tudo isto com ele - o seu riso, a sua curiosidade, a sua maravilha e o seu entusiasmo durante tantos longos e felizes anos. Foi um prazer gigante. Obrigada, meu avô, por essa fonte inesgotável de energia, solar e radiante, com que encheste de graça o mundo em que tocaste. Obrigada por esses olhos cheios de maravilha, esse gosto por estar vivo aqui e agora e por esse brilho de esperança com que sempre olhaste para o nosso futuro. Obrigada, meu avô, por essa gargalhada incrível e infinita, essa boa onda electromagnética com que nos impregnaste com cada abraço, cada riso, cada história, cada telefonema, cada foto, cada email. Estarás sempre connosco.
Helena

Olá avô.
Fico triste e desapontado comigo mesmo por ter sido necessário este susto para me lembrar do quanto aprecias as minhas cartas; mas que melhor remédio para a tristeza que não uma carta ao meu bisavô?
Espero que fiques feliz ao saber que o sonho da arquitetura ainda está bem vivo e que já só me falta um ano para me candidatar à faculdade. Espero entrar no Porto, pois além de ser uma cidade arquitetonicamente lindíssima e bem planeada, é onde tenho mais família. Não sei se da última vez que estivemos juntos ainda praticava voleibol, mas agora já não. Esta carta está a ser redigida por um federado em Kickboxing; um desporto de combate. A palavra Kickboxing vem do inglês "kick" (pontapé) e "boxing" (combate com as mãos). Levo muita porrada, mas essencialmente forma o carácter.
Ando altamente entusiasmado com a guitarra e até faço planos para ir um dia, no verão, ao Porto, tocar na rua para ganhar uns cobres. Com o clarinete nem tanto, mas talvez lhe venha a pegar de novo, para teu prazer e de todos os que já me pediram para lá voltar.
No geral, tenho sido uma pessoa mais feliz e concretizada e, aos poucos, sinto que vou encontrando um propósito. Talvez não o convencional e lamechas "sentido da vida" porque a vida é demasiado arbitrária para ter um sentido. Cada vez mais, com a ajuda das pessoas de que me rodeio, os meus amigos, a minha querida namorada e a minha família, sinto que vou fazendo o que me faz feliz e a descobrir coisas novas que me fazem feliz.
Fazer as coisas que nos fazem felizes é que é um bom segredo para viver uma vida boa. Não é? Deves saber mais disso do que eu! 
Prometo que vou crescer e me vou tornar num homem de quem terias orgulho. Essencialmente um homem bom para os outros.
O teu bisneto João, com já quase 17 anos feitos.
08/06/2022

Olá avô;

Vais partir em breve e não te queria deixar ir sem algumas palavras.
Obrigado por tudo, por seres um ser humano às direitas e por todos os momentos à mesa de Carreço de riso e de aprendizagem que nos proporcionaste. Obrigado pelos abraços, pelas histórias e pelas piadas secas.
Sempre que vir alguém que secretamente chuta com os pés as migalhas que deixou cair durante a refeição para debaixo de lugar da pessoa ao lado, vou pensar em ti.
Prometo que, de onde quer que me estejas a ver vais ficar orgulhoso com quem eu me vou tornar.

O teu bisnetão Joãozão
25/07/2022

Ao Avô Albertino

Sempre me fez muita confusão aquelas pessoas já bem crescidas que quando se casam ou se juntam, passam de repente a chamar ao sogro pai e à sogra mãe.

Os sogros, e especialmente as sogras, são para ser muito bem tratados (não quero que sobre isso fiquem dúvidas…) mas para mim são chamados pelo nome ou, vá lá, por uma qualquer alcunha carinhosa, mas pai e mãe… isso é algo reservado para os nossos, não para os dos outros. Esse raciocínio aplica-se também às outras categorias de familiares. As irmãs da minha mulher, não são minhas irmãs, são minhas cunhadas, mesmo sendo felizmente minhas amigas.

E no entanto, cada caso é um caso, ou como diria o Albertino Engenheiro, quisque causa differt.

Para mim começou só por ser o avô da minha namorada. Depois, pouco a pouco, polus per polus, foi sendo mais. Foi o famoso engenheiro de minas que deixava palitos partidos (que eu apanhava) pelo chão da casa da Constituição. Era o renomado professor universitário que gritava “strike, strike” quando era surpreendido nú a sair da casa de banho. Era aquele riso maravilhoso e contagiante, as piadas secas e os constantes ditos em latim. Era o fato e a gravata impecáveis no início das refeições, e as nódoas na camisa e as migalhas no chão no fim de cada uma delas. Era o amor e a amizade da sua parceira de sempre, Antonieta, a sine qua non, e as cotoveladas e os pontapés debaixo da mesa que ela lhe ia dando nas inconveniências. Era o reformado de 80, depois 90 e até com 100 anos que fazia flexões de braços e a ginástica sueca. Era o distinto Senhor Engenheiro impecável a comer a sua pescada número 3 no restaurante, e o nudista atrevido ao sol nas janelas da casa da Ordem. Era o cuecão romeno a ensinar inglês aos ingleses e a grande mariscada prometida e ia pagar, “desta vez não, mas da próxima sim.” Era o ex-chefe de engenheiros, que apesar das muitas pedras e de alguns carneiros que lhe foram saindo ao caminho, foi muito útil ao país, que fazia citações numa língua morta e que sabia muita coisa inútil. Era o conservador e tradicional, que se inscreveu no “Future kids” aos 80 anos para poder utilizar um PC e iniciar um “blog” aos 90.

Um tipo de facto excepcional, merecedor de tratamento específico, um caso ad hoc.

Foi filho, irmão, marido e pai, mas nasceu mesmo foi para ser avô. Avô dos netos e avô dos bisnetos, sempre meigo, com aqueles olhos a brilhar num sorriso de principiante com que olhava para cada um deles, como se cada um fosse único, como se cada um fosse sempre o primeiro e nunca apenas mais um ou mais uma.

Era alguém cuja vocação para avô era de tal forma grande, de tal forma enorme, que até o conseguiu ser para mim, que não sou Gomes mas tenho a sorte de pertencer à companhia.

André

6/8/2022

//*
São várias as gerações de alunos de Prospecção Mineira que recordam com muito apreço os ensinamentos do Eng. Rocha Gomes, que, seguramente, terá sido um dos meus melhores professores. Tinha o condão especial de nos contagiar com o fascínio que nutria pelas matérias que ensinava, quer fossem da área mais restrita da geofísica, nas suas diversas vertentes, quer das ciências geológicas, em geral, ou mesmo na simples transmissão de conhecimentos práticos, adquiridos ao longo da sua vida profissional, de extrema utilidade para quem se prepara para iniciar uma carreira na geologia. Ninguém nos ensinou como ele, porque ensinar não se resume à mera transmissão de conhecimentos pintados numa sebenta: o Eng. Rocha Gomes ia mais longe. O respeito e a amizade que o Eng. Rocha Gomes tinha para com todos os seus alunos levou-o a ser um verdadeiro Professor: aquele que nos prepara para o exercício de uma Profissão. Ninguém nos preparou tão bem, como ele o fez. Há algo mais que guardaremos sempre connosco e as palavras não chegam para exprimir. Sentidas condolências à família e a todos nós, amigos e antigos alunos. Até sempre, Professor Rocha Gomes

Paulo José Bravo Silva (Geólogo)


É com a maior consternação que soube pela Família do falecimento do Engenheiro Albertino Adélio Rocha Gomes, insigne Engenheiro de Minas que teve as maiores responsabilidades na Prospeção Mineira em Portugal, durante décadas, descobridor do jazigo de classe mundial de Neves Corvo, entre outras dezenas de jazigos mineiros, Docente Convidado da Universidade do Porto na disciplina de Prospeção Mineira, e figura indelével na formação científica, profissional e ética de gerações de jovens Geólogos e Engenheiros de Minas.
A sua carreira é impressionante, única, irrepetível, a todos os títulos excecional. A ele o País deve ter-se mantido um país mineiro depois do boom da 2ª WW.
A ele devo eu muito do que sei e do que sou. Estou sumamente orgulhoso de ter sido seu discípulo, como muitos outros, tanto mais que sei que a estima era mútua. Tenho episódios únicos das minhas muitas vivências com o Eng. Rocha Gomes que poucos conhecerão, mas só direi para já que fui o seu "pior aluno": frequentei as suas duas disciplinas semestrais anualizadas de último ano de (5º-pré Bolonha), das mais prestigiadas do curso, por três vezes... uma delas no meu 2º ano do Curso de Geologia da FCUP...
Fique em Paz, Mestre!
Manuel Abrunhosa (Geólogo)


FALECIMENTO DO ENG. ALBERTINO ADÉLIO ROCHA GOMES
alarmData de Publicação: 04 agosto, 2022
Categoria: Notícias Nacionais

O LNEG comunica o falecimento do Eng. Albertino Adélio Rocha Gomes que efetuou a maior parte da sua atividade profissional no Serviço de Fomento Mineiro, entre 1940 e 1990. Foi também docente universitário na Universidade do Porto.

Salientam-se entre os muitos trabalhos que desenvolveu, o seu esforço na dinamização de um serviço estatal dedicado à prospeção mineral em vastas áreas do território nacional. Nesta missão, merece destaque a coordenação das equipas sediadas no Alentejo competências operacionais hoje concentradas no Pólo do LNEG em Aljustrel.

Sob sua orientação foram feitas várias campanhas geofísicas e geoquímicas seguidas de sondagens, as quais marcaram o panorama da prospeção mineira durante décadas, pelo seu caracter inovador e pluridisciplinar.

A partir destes trabalhos vieram a ser descobertos, de forma direta ou indireta, vários jazigos de sulfuretos maciços na Faixa Piritosa Ibérica como Estação e Moinho-Cerro do Carrasco (Aljustrel) e Neves-Corvo (em exploração pela empresa SOMINCOR desde 1989). Na Zona de Ossa-Morena foram identificadas estruturas mineralizadas como Portel e Balsa (Zn, Pb, Cu) e Vale de Pães (magnetite). Outros trabalhos incluíram o mapeamento das minas de Aparis (Cu, Barrancos), Preguiça e Vila Ruiva (Zn-Pb, Sobral da Adiça).

Os inúmeros levantamentos coordenados pelo Eng. Rocha Gomes fazem parte dos arquivos e espólio cartográfico do LNEG ainda hoje uma referência nas linhas de investigação dedicadas à inventariação e caracterização de recursos minerais. Este banco de dados encontra-se acessível no Geoportal do LNEG.

Nota de Pesar pelo falecimento do Engenheiro Albertino Rocha GomesAgosto 3, 2022 

O Engenheiro Albertino Rocha Gomes é reconhecido como um profissional excecional e uma figura incontornável da Prospeção Mineira

Foi com grande consternação que a APG recebeu a notícia do falecimento do Engenheiro Albertino Rocha Gomes, Engenheiro de minas e professor devoto, brilhante e dedicado de inúmeros alunos que o guardam carinhosamente nas suas memórias.

O Engenheiro Albertino Rocha Gomes é reconhecido como um profissional excecional, rigoroso e perseverante, figura incontornável da Prospeção Mineira e na formação científica, profissional e ética de gerações de jovens Geólogos e Engenheiros de Minas.

Integrou a equipa que descobriu o jazigo de Neves-Corvo, entre outras dezenas de depósitos minerais. Desenvolveu a sua atividade profissional no Serviço de Fomento Mineiro, foi Docente Convidado do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, lecionando a disciplina de Prospeção Mineira, e Docente no Departamento de Engenharia de Minas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Já aposentado regeu, na Universidade do Minho, a disciplina de Prospeção Mineira do Curso de Mestrado em Ensino de Biologia e Geologia.

No seu Blog “Vivências Mineiras”, que mantinha com regularidade, deixou-nos o seu contributo para a história da investigação mineira em Portugal, realizada pelos Serviços Estatais, no período entre 1940 e 1990.

Recordámo-lo neste programa da RTP onde foi entrevistado e onde antigos alunos deixaram o seu carinhoso testemunho (Parte 1, 2:36min, 27:49min; Parte 2, 27:38min). Teve uma vida longa (faria 102 anos na próxima semana), preenchida e dizem os seus, feliz!

A APG expressa à família e amigos as mais sentidas condolências e a sua solidariedade neste momento difícil