É impossível entender o que quer que seja sem um mínimo de conhecimentos base.
E=mc2 não significa nada para o comum dos mortais, mas deu a imortalidade a Einstein.
Os bons técnicos, nas diversas profissões, conhecem o esforço e a delicadeza necessárias para resolver os problemas de modo a respeitar o equilíbrio dos diferentes valores em jogo.
As soluções menos evidentes são muitas vezes as mais difíceis de conseguir para que o resultado final se integre no conjunto e, aquilo que aos olhos dos leigos aparenta facilidade é frequentemente fruto de muito saber e pesquisa.
Os arquitectos são das profissões menos entendidas no país. Talvez por culpa de uns quantos que descredibilizaram a classe assinando projectos de desenhadores, engenheiros e mestres de obras com o beneplácito das Câmaras Municipais, enxameadas de interesses e de profissionais incapazes.
Como a maioria dos nossos juizes vê o arquitecto como um “artista” e não como um técnico qualificado, nos litígios o que mais influencia as suas decisões são as medidas (alturas, distâncias, volumes e ângulos) como se o sim ou o não de uma obra se limitasse a estes parâmetros.
O resultado final é o licenciamento da mediocridade.
Quando ouço alguém que vai construir casa e se quer impor ao arquitecto, lembro-me sempre de um doente com uma psicose maníaca que quando lhe foi perguntado que casa iria construir com todo o dinheiro que confabulava ter adquirido num negócio de milhões, dizia:
- “vai ser uma casa grande: Rés-do-chão, 1º andar, Esquerdo e Direito!”
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