Porque hoje é dia de lembrar os mortos, o pensamento foge-me para jovens profissionais de saúde do Hospital de Viana do Castelo, que nos deixaram precocemente.
João José Lima Pereira, 41 anos. Um bom amigo. Interno de Cirurgia Geral do último ano de especialidade, com muito para dar, como pessoa e como técnico. Em 1995 de "doença prolongada".
Ricardo Marques, 35 anos.
Assassinado em 20/06/1997 em Baidoa - Somália, onde integrava uma equipe dos «Médicos Sem Fronteiras». .
Tinha acabado a especialidade de Ginecologia e Obstetrícia e foi para uma terra onde é interdito a um homem ver o corpo de uma mulher que não seja a sua.
António Abel Leitão Neto Parra, 45 anos. Um bom amigo. Foi director da Farmácia do Hospital de Viana do Castelo. Vendia saúde e competência. Em 08/06/2000, de morte súbita quando todas as portas se lhe abriam.
José Manuel Loureiro Albuquerque Pinho (1955 – 2003) – Anestesista e vizinho da juventude.
Uma catástrofe abateu-se sobre aquela família com fortes raízes em Albergaria-a-Velha. Em poucos anos faleceram o pai (professor do ISCAP), a mãe (Assistente na Universidade de Farmácia do Porto), ele e dois irmãos (um médico que foi director do serviço de Gastrenterologia do Hospital de Santo António, e outro advogado). Cada um com a sua doença e todos no auge das suas carreiras. Só resistiu uma irmã.
José Torcato Jácome Passos, 45 anos. Cirurgião. "Foi também um activista político e, nessa qualidade, foi nomeado para o cargo de Director do Centro Hospitalar do Alto Minho" (entre 1999 e 2002).
Procurou mulher noutras culturas e teve uma vida complicada demais para esta cidade tão pequena. Sem pedra para essa grade, abandonou-nos em 2005.
Dra. Isabel Granado, 28 anos. Um passarinho que por aqui passou a caminho de Braga para aprender a tratar de outros passarinhos ainda mais pequenos.
Mas nem só de médicos se fizeram óbitos. Outros nos deixaram na força da idade.
Regina Pureza Leite (1958-1995) - a primeira da minha era. Uma vaga lembrança de quem estava na secretaria da Farmácia, bonita, organizada, responsável.
Maria João Sousa Lima Carneiro (1971 - 1999). Um anjo à porta da Farmácia, apanhada pela gadanha quando lutava por dar mais vida à vida.
Eduardo Lopes Rodrigues (1964-2007). Um drama em muitos actos de um homem eficiente e discreto.
Enf Lúcia Cavalheiro (1965-1998) - sapato alto e passo curto para mostrar que se é profissional.
E outros, que a memória trai, e que também partiram. O Luciano, a Dra. Eugénia, ...
...
Tão depressa que o tempo anda!
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