A tipologia do insulto, diz muito sobre quem o usa, principalmente quando abusa das formas “hard” em detrimento das subtilezas. Nesta matéria, há que ter parcimónia para ter eficácia.
Mal educado, indelicado, crápula, cretino, débil, mão-de-vaca, demagogo, depravado, descarado, petulante, desbocado, descabelado, destrambelhado, egoísta, enfatuado, enfunado, cheira-ventos, escroque, estafermo, estouvado, estropício, falacioso, grunho, hipócrita, … e por aí fora, são exemplo dos muitos a que se pode deitar mão, embora se aconselhe, a quem quiser entrar na política, a consulta regular a um bom Dicionário, para não se tornar repetitivo e manter a qualidade.
Para os eruditos, é de bom tom escolher personagens históricas ou literárias para mimosear os seus adversários. O meu avô paterno usava os sibaritas gregos, o Iago - o vilão infame de “Otelo”, de Shakespeare, o Joseph Fouchet - político francês e ministro durante a Revolução Francesa e a era napoleónica, que se notabilizou pela sua extrema falta de carácter, e que Stefan Zweig caracterizou em livro com o seu nome, ou Javert -o polícia obsessivo dos Miseráveis de Victor Hugo, mas em muitas obras da literatura clássica é possível encontrar os Judas e os Herodes que tipificam alguém que nos desagrada profundamente.
Quando se quer dar a doer, Badalhoca, é o auge do insulto a uma mulher. Tem a sonoridade perfeita quando dito com desprezo. A partir daí, só violência física. Ouvi-o pela primeira vez da boca de uma miúda que ia à água à fonte que ficava em frente da casa da minha avó. Lembro-me de a ver de mãos nos quadris, a imitar o que ouvira às adultas, no meio de repetidos "filhos da puta". Podem dizer que é um regionalismo portuense, mas eu entendo-o universal.
Para os homens o equivalente é "Porcalhão". Aliás, para os homens os grandes insultos, têm um "ão" no final: "Malcriadão", "Parvalhão", "Filho de um Cabrão" ou só “Cabrão”, sem mais nada.
Na boca de uma mulher, mesmo quando ditos entre dentes, ecoam como sinos de catedral e são o suficiente para arrumar definitivamente com qualquer um, impossibilitando desculpas ou acordos tácitos.
As palavras têm peso, arestas e pontas e, às vezes, são as mais leves que cortam como lâminas e mais ferem.
Mal educado, indelicado, crápula, cretino, débil, mão-de-vaca, demagogo, depravado, descarado, petulante, desbocado, descabelado, destrambelhado, egoísta, enfatuado, enfunado, cheira-ventos, escroque, estafermo, estouvado, estropício, falacioso, grunho, hipócrita, … e por aí fora, são exemplo dos muitos a que se pode deitar mão, embora se aconselhe, a quem quiser entrar na política, a consulta regular a um bom Dicionário, para não se tornar repetitivo e manter a qualidade.
Para os eruditos, é de bom tom escolher personagens históricas ou literárias para mimosear os seus adversários. O meu avô paterno usava os sibaritas gregos, o Iago - o vilão infame de “Otelo”, de Shakespeare, o Joseph Fouchet - político francês e ministro durante a Revolução Francesa e a era napoleónica, que se notabilizou pela sua extrema falta de carácter, e que Stefan Zweig caracterizou em livro com o seu nome, ou Javert -o polícia obsessivo dos Miseráveis de Victor Hugo, mas em muitas obras da literatura clássica é possível encontrar os Judas e os Herodes que tipificam alguém que nos desagrada profundamente.
Quando se quer dar a doer, Badalhoca, é o auge do insulto a uma mulher. Tem a sonoridade perfeita quando dito com desprezo. A partir daí, só violência física. Ouvi-o pela primeira vez da boca de uma miúda que ia à água à fonte que ficava em frente da casa da minha avó. Lembro-me de a ver de mãos nos quadris, a imitar o que ouvira às adultas, no meio de repetidos "filhos da puta". Podem dizer que é um regionalismo portuense, mas eu entendo-o universal.
Para os homens o equivalente é "Porcalhão". Aliás, para os homens os grandes insultos, têm um "ão" no final: "Malcriadão", "Parvalhão", "Filho de um Cabrão" ou só “Cabrão”, sem mais nada.
Na boca de uma mulher, mesmo quando ditos entre dentes, ecoam como sinos de catedral e são o suficiente para arrumar definitivamente com qualquer um, impossibilitando desculpas ou acordos tácitos.
As palavras têm peso, arestas e pontas e, às vezes, são as mais leves que cortam como lâminas e mais ferem.
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