sexta-feira, 29 de julho de 2016

A Ucrânia a passar por aqui



Hi Fernando,
This is Simone. You hosted me and a girl Nadya at the beginning of May this year.
We promised to send you a photo in one of social networks here:
I've uploaded them and send you a file.

Our trip was very good and we liked Portugal a lot. Even more than Spanish part of Camino de Santiago.
Thanks again/ Obrigado/Дякую/Спасибо
You're welcomed if you be in Kyiv
With Regards
Simeone&Nadia


domingo, 24 de julho de 2016

Erdogan


No que respeita a massas, não sou romano. Não atravesso a rua por Farfalle, Gnocchi, Rigatonni, Fusilli, Fricelli, Tortellini, Bucatini, Linguine, Capellini, Fettuccine, Pappardelle ou por Spaghetti.
Não são "a minha praia". Como trigo, no pão, do pequeno almoço mas, às refeições, prefiro batata ou arroz, como fonte de hidratos de carbono. Massas é duas vezes por mês e ... basta!

Esta minha postura, deve ter a ver com o arrepio que sinto quando me deparo com outro tipo de massas. As “massas humanas”. Dessas fujo a sete pés, estejam elas num recinto de futebol, a assistir a um comício, num 13 de Maio ou num desses festivais de verão que acontecem onde menos se espera.
A realidade desses espaços é demasiado dicotómica para meu gosto. O que vejo é um denominador comum "básico" a alienar uma multidão e raramente sinto sair dali qualquer coisa de inspirador.

Para me proteger, procuro espaços onde o “Maria vai com as outras” é mais difícil e, se ocorrer, o movimento tem consequências limitadas.

Associo as multidões aos totalitarismos, onde grandes encenações, bem planeadas, fazem perder a identidade e dar vivas ao que se desconhece ou se não antevê as consequências remotas.
Raramente se ouve um motivador "Ich bin ein Berliner". O mais são desesperados a gritar um “Para Angola, rapidamente e em força! ou grandes castigos para os oponentes políticos. 
Por isso, a minha atitude para com esses movimentos é do estilo “ou mato ou morro!”. Se eles vêm do mato, eu fujo para o morro e vice-versa. Odeio-lhes a irracionalidade e mais quem os usa, mesmo que tenha a melhor das intenções, pois atrás de uma ideia (que até pode nem ser má), a grande onda que se forma, vai necessariamente arrastar muito entulho, que rapidamente desvirtua as intenções iniciais.
Prefiro as pequenas ondas consistentes que em pequenos passos racionais, nos levam onde queremos, sem lixo a embaraçar-nos.

A epilepsia era chamada, no tempo dos romanos, de "mal comicial", atribuindo-a, em certa medida, à excitação que esses ajuntamentos podiam causar e eu, quando ouço a populaça a responder irracionalmente a palavras de ordem que nem ouve, temendo um "treco" ...ponho-me a milhas!

Caro Erdogan: queria dizer-te que acredito que se o Golpe de Estado na tua Turquia tivesse tido sucesso, estaríamos agora a assistir a uma instabilidade social pior que aquela que aconteceu no Egipto, com milhares de mortos a pagar a factura.
Mas isso não te dá o direito de fazer essa onda com a massa (52%) que te elegeu, “afogando” os 48% que te são críticos.
Não te esqueças que:
1) Quem com ferro mata, com ferro morre! quer a sua alimentação seja à base de batatas, arroz, trigo, couscous ou kebab!,
2) Que a globalização está para ficar!
3) Que não é com nacionalismos pategos ou com Religiões de Estado, que se acham soluções com futuro.
4) Que o Cristianismo conquistou Roma com a premissa: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", estabelecendo uma relação de não interferência com a autoridade secular e a base para o Estado Laico moderno.

-Será que não aprendes??

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Madonna del Ghisallo

Na Europa, mil e quinhentos anos depois do que sobra do Império Romano, a sua cultura persiste.
Os Romanos eram politeístas e abertos a outras religiões. Não tentavam impôr a sua matriz religiosa aos territórios conquistados. Antes perguntavam quais as suas divindades e procuravam as correspondências com os deuses romanos. 
Aconteceu com os Gregos, que os ajudaram a estruturar a sua própria religião, Zeus – Júpiter, Juno – Hera, Poseidon – Neptuno, Ares – Marte, Hermes – Mercúrio. … e por aí fora, e com os Egípcios, Horus – Júpiter, Ísis – Juno, Osíris – Vulcano … .
Mas se não havia correspondência com nenhum dos conhecidos, não havia problema e integravam-no com a função que lhe era atribuída.

Quando o Imperador Constantino, no início do século IV legalizou e apoiou fortemente a cristandade, não tornou o “paganismo” ilegal, pelo que as duas religiões coexistiram durante séculos, com os seus templos e cultos.
O Deus único dos cristãos poderia ser equiparado a Zeus, mas os outros não tinham correspondência, pois os santos eram poucos e sem poderes especiais universalmente reconhecidos e Nossa Senhora ainda não se dispusera às aparições.

Só quando, mais tarde, os santos e Nossa Senhora ganharam funções semelhantes às dos antigos deuses greco-romanos, é que os venceram definitivamente. O S. Roque, para as Epidemias, o S. Brás, para as aflições das gargantas, o S. Albino para as cólicas renais, a Santa Otília para as doenças dos olhos, S. Fiacre para as hemorroides, …  e a Madonna del Ghisallopadroeira dos viajantes desde a Idade Média, sub-especializou-se em ciclismo, em 1949, pela mão do Papa Pio XII.  Desde então na sua capela, acolhe fotos, bicicletas, camisolas e outros objectos que foram pertença de muitas das figuras míticas do ciclismo europeu, de Marco Pantani (o Pirata) a Eddy Merckx.




-Allez! Allez! Allez!!!!!!!!

quarta-feira, 13 de julho de 2016

GANHÁMOS!!!!!!!!!


Há uma esquizofrenia presente na população de Portugal.  Os portugueses conseguem abrigar dois sentimentos diametralmente opostos, e, mesmo assim, ... "funcionar".  Esta é a definição de artista de Scott Fitzgerald.  Talvez sejamos (quase) todos artistas, e essa seja a razão para os altos níveis de ansiedade nacional.
Por um lado, há um sentimento de inferioridade colectivo derivado do facto inegável de que o país tem estado, só para falar nos últimos 100 anos, na cauda dos países da Europa.  Portugal não só tem sido incapaz de sair dessa situação como, apesar dos progressos feitos, esta situação até se tem agravado, e as diferenças para os países do norte da Europa têm aumentado.  Portugal está até a ser ultrapassado por países que estiveram debaixo do jugo da URSS durante mais de 50 anos. Isto devia ser motivo de preocupação e objecto de um esforço de introspecção colectiva.  Mas não é. 

Por outro lado, como para compensar, deixamo-nos possuir, ocasionalmente, por um sentimento de superioridade, em que passamos de bestas a bestiais, num fechar de olhos.  Isto acontece em geral quando a selecção nacional de futebol (ou um clube qualquer) ganha qualquer taça lá fora, e então lembramo-nos que temos um clima privilegiado, o fado, uma orla costeira linda, bom peixe, bom vinho, etc., e que houve, e há, alguns portugueses extraordinários.  Esquecemo-nos que eles são extraordinários apesar de serem portugueses, e não porque são portugueses, o que lhes dá um mérito acrescido.  São extraordinários apesar das dificuldades que tiveram de superar para chegar ao topo, causadas principalmente pela inveja nacional, e muitos só foram reconhecidos em Portugal depois de terem tido sucesso no estrangeiro.

Parece, no entanto, que Portugal encontrou no futebol uma fórmula para o sucesso. Através da meritocracia foi capaz de escolher os melhores, com provas dadas de competência - lideres e jogadores - para vencer um campeonato de futebol.
Se sabemos qual a solução para o sucesso, porque é que continuamos a escolher para nos governar gente sem curriculum, sem história de vida relevante para funções governativas, e não aplicamos esta fórmula - meritocracia - para escolher os nossos governantes?

A resposta é que todos aceitamos que um treinador ou jogador de futebol seja despedido se não produzir os resultados esperados, mas não aceitamos que esse critério se aplique nas nossas vidas. Não aceitamos que a incompetência seja justa causa para despedimento e isto faz com que não haja incentivo para dar o melhor.  Se fosse, muitos dos incompetentes de hoje, seriam competentes amanhã, e haveria um salto qualitativo imediato.

Elegemos governantes medíocres, porque só esses prometem o que a maioria quer ouvir, mesmo que todos saibamos que estão a mentir.
São poucos os melhores portugueses que se metem nesses ninhos de ratos que têm sido os partidos políticos. 

Ainda à cerca de futebol.
Os portugueses esquecem-se que é apenas um jogo para nos entreter e equacionam a selecção nacional de futebol como parte das forças armadas, lutando para vencer um "inimigo".  Cantar os hinos nacionais antes dos jogos só pode exacerbar esta convicção. 

Não é só em Portugal que se faz essa relação. Pela reacção dos franceses à derrota da sua selecção frente a Portugal, ficou mais do que óbvio que o orgulho nacional francês ficou gravemente ferido.  
São estas e outras, manifestações de nacionalismo barato e de orgulho nacional mal dirigido (patrioteirismo), que se pode extrapolar para outros aspectos do dia a dia, e que impede a formação de uma União Europeia.  

Os dirigentes políticos alimentam este sentimento como ferramenta de manipulação das massas.  A formula dos 3 Fs continua válida.  
Com a vitoria da selecção nada mudou em Portugal, mas durante 15 minutos os portugueses sentem-se os melhores da Europa.  ... Ganhámos!

(Texto de alguém que se quer Anónimo)

terça-feira, 12 de julho de 2016

domingo, 10 de julho de 2016