domingo, 14 de agosto de 2016

Cidades Compactas



Há duas décadas, pelo menos, que alguns urbanistas sustentam a tese de que é inútil, nas metrópoles congestionadas por veículos, abrir novas pistas, viadutos, etc, pois qualquer destas soluções não terá outro efeito senão “mudar o lugar dos congestionamentos” uma vez que, atraídos pela ilusória facilidade de escoamento, os motoristas acorreriam em massa para essas novas vias, provocando outros engarrafamentos.

“As cidades sustentáveis são compactas”, sustenta Richard Rogers, autor do projecto do Centro Pompidou, em Paris. Para ele, o automóvel é o inimigo, porque “mina a estrutura social coesiva da cidade, destrói a qualidade dos espaços sociais e estimula a expansão urbana”.

Nas  cidades compactas, a população concentra-se em torno das estações de transporte de massa, de modo a reduzir as emissões de poluentes e o tráfego. Na sua visão, a predominância de pedestres torna os espaços públicos mais seguros e estimula o maior convívio entre os moradores. Além disso, a compactação permite uma forte redução no consumo de energia. Para ele, a distinção essencial, é “entre a cidade baseada nos veículos e a cidade baseada nas pessoas”.

Urbanistas mais radicais propõem caminhos inovadores para a questão das concentrações populacionais, sugerindo o retorno a um planeamento que privilegie aglomerados humanos de poucos milhares de habitantes, questionando o privilégio sem limites conferido ao transporte individual e defendendo a tese provocante de fechar vias ao trânsito automóvel.
Para eles as "Cidades-Jardim" são um conceito ultrapassado e insustentável, que não são mais que um eufemismo de "subúrbios", que facilitou lucros ao lobby da construção civil e impediu a criação de "novas cidades" no interior das existentes, antes que se ocupasse a sua zona verde circundante, que um dia mais tarde lhe fará falta.

Uma cidade compacta dá resposta aos desafios funcionais que hoje lhe colocamos e permite a optimização do respectivo desempenho energético-ambiental.

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