Era Inverno. Os dias pequenos e a instabilidade do tempo, não estimulavam saídas. Hipólito aproveitava o domingo para concertar aquelas pequenas coisas que se arrumam a um canto à espera que uma disposição nos leve a medir com dificuldades que se têm por garantidas, pois a “obsolescência programada” é uma realidade, e aquilo que pensávamos ser para lavar e durar, acaba ao fim de meia dúzia de meses de uma utilização normal.
Pegou num candeeiro de mesinha de cabeceira e procurou numa caixa onde guardara uns antigos que herdara de uma sua avó, um abajour para substituir o original que estava partido. Não serviam. Voltou-se então para a torradeira. Revirou-a. Os dois parafusos embotados eram impossíveis de desapertar. Estava a perder tempo. Decidiu-lhe o destino - reciclagem do material eléctrico. Limpou os bornes a uma lanterna, mudou-lhe as pilhas e acendeu. - Graças a Deus!, e falou com o aspirador, antes de lhe tocar: - Espero que não me deixes ficar mal...!, e o aspirador fez-lhe a vontade. A substituição da ficha resolveu o problema.
Estava a medir o vidro de um quadro, quando sentiu um toque de um Mail no smartphone. Retirou-o do bolso, e leu:
- Caro Dr. Hipólito:
A Sociedade Universal dos Novos Feiticeiros, irá efectuar brevemente a sua Reunião Anual, sob o tema – O Futuro e as Crenças!
Tendo chegado ao nosso conhecimento que, nos últimos tempos, o Dr. tem recebido, frequentes visitas de deuses no activo e até de alguns já reformados, tínhamos o maior prazer que partilhasse connosco algumas das suas experiências, numa das mesas redondas da nossa Reunião, ficando a tema da sua palestra inteiramente a sua disposição.
Todas as despesas com deslocação, alojamento e alimentação ficarão a cargo da Organização. De acordo com as normas da nossa Sociedade, não há “Fee” para os intervenientes, incluindo os convidados.
Sem mais,
Atenciosamente,
Hipólito leu as datas e o local – 14 de Maio, Massada – Israel, uma assinatura indecifrável e por baixo “Benjamin Cohen”, Presidente da 70ª Reunião da SUNF.
Meteu o smartphone no bolso e sentou-se. Como seria possível que alguém soubesse daqueles seus encontros, se tudo se tinha passado em locais recatados, sem a presença de qualquer outro humano? Olhou em volta na procura de algo estranho, enquanto congeminava em quão pequeno está o mundo e na entrada triunfal que alguns dos deuses quiseram fazer nas suas aparições. Mas o que lhe parecia mais provável, era aquele mail ter partido de uma organização do tipo da NSA, da CIA ou do KGB, que esses estão em todo o lado.
E dito isso, sentou-se no chão, junto à lareira, e convidou Hipólito a sentar-se em frente.
- Ainda bem que vens com esse espírito! Sorriu o médico. - Tomas uma cerveja ou preferes um copo de vinho para acompanhar a conversa?
- Se o vinho fôr kosher, preferia! Senão, bebo um copo de água!
Hipólito trouxe água e dois copos e sentou-se, como ele, no chão, com as pernas cruzadas.
- Ainda bem que te disponibilizas. Desde jovem que procuro entender os porquês de há mais de três mil anos o povo judeu ter períodos de grande florescimento, seguidos de outros em que é vítima de perseguições. Estou-me a lembrar do Egipto Antigo, da Babilónia, do Império Persa, do Império Selêucida, do Reino dos Ptolomeus, do Império Romano, do Império de Carlos Magno, do Império Islâmico, da Península Ibérica, da União Soviética, da Alemanha … . Em todas essas épocas os judeus ocuparam lugares de grande influência económica e política, mas acabaram perseguidos e expulsos. O que é que, na realidade, se passou para estas reviravoltas?
Moisés rolou o bordão sobre as tábuas, como a procurar palavras para uma explicação resumida e, depois de uma pausa, falou.
- A história é longa mas, para abreviar, lembro-te que, depois da destruição do Segundo Templo em Jerusalém, no ano 70 da Era actual, a sobrevivência da nossa religião exigiu que todos os judeus aprendessem a ler, a escrever e a adquirir competências e que, para assegurar a continuidade, todos os pais eram obrigados a ensinar os filhos a fazê-lo, o que constituiu um desenvolvimento revolucionário numa época em que a grande maioria da população era iletrada.
Ora os Impérios, à medida que se expandem, necessitam de profissionais educados e com competências intelectuais diferenciadas e é por isso que os judeus têm sido solicitados para os países nas épocas em que têm maior desenvolvimento.
Hipólito conhecia o poder e influência dos judeus no mundo ocidental, por serem dos principais banqueiros e CEOs das maiores multinacionais do mundo. Mas o que Moisés ainda não lhe tinha dito era os porquês das perseguições, e insistiu:
- Já vi que falas debaixo do conceito do “povo escolhido por Deus”, mas as perseguições e as mortes como as do Hananias, do Misael e do Azarias, podem ter outra explicação, à luz do conhecimento actual, que aquela que vem na Bíblia. Há milénios que se fala dos judeus como uma comunidade com grande cooperação dentro do grupo (etnocêntrismo), mas com um código ético muito laxo para com a restante população onde se inserem, que os leva a ser considerados, uns ferozes predadores especializados no crédito, na finança, nos bancos e em actividades tradicionalmente consideradas pouco éticas ou imorais como publicidade, entretenimento e pornografia.
O mais humilde dos homens sobre a face da terra, que um dia recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei de Deus, suspirou com enfado e respondeu:
- Olha que eu, levado por uma justa cólera, já matei um feitor egípcio. Questionares que o Hananias, o Misael e o Azarias, depois de terem sido nomeados superintendentes dos negócios da província da Babilónia, deitaram a mão ao dinheiro do Nabucodonosor, e que foi por isso que foram jogados na fornalha ardente, é grave! Foram conversas como essa que levaram ao Holocausto e aos pogroms! O verdadeiro judeu, embora faça a gestão de grandes valores, é frugal porque cumpre o desígnio que Deus lhe atribuiu. Escolhido, não significa superior. Significa que transporta o peso e a responsabilidade de O representar neste mundo. O que tem sucedido é que nem sempre quem nos pede ajuda, faz boa gestão e, quando as coisas correm mal e se necessita de um bode expiatório, encontra-nos sempre à mão. A realidade é que a ausência de perseguição que actualmente se verifica nos EUA, tem diminuído a nossa coesão tornando-nos mais americanos e menos judeus!
Hipólito retraiu-se. Arriscara questionar aquela história bíblica dos três jovens judeus levados para o Reino da Babilónia, que eram “dez vezes mais doutos que todos os magos daquele reino”, sem contar que Moisés estava habituado a lançar pragas e que até tinha capacidade para o extermínio em massa, como o fizera ao exército egípcio no Mar Vermelho, aquando do Êxodo. Decidira, agora, dar-lhe um pequeno elogio.
- Dizem que os judeus têm um Q.I. muito alto. Quando falei do que se tinha passado com aqueles judeus na Babilónia, não queria sugerir que eles tenham utilizado a vantagem que lhes fora concedida para enriquecimento ilícito. Estava a pensar em eventuais dificuldades de integração.
- Não foi isso que eu entendi!, respondeu o Profeta. – Tens de ter mais cuidado com o que dizes! Uma palavra desajeitada é como a pasta de dentes fora do tubo, já não a consegues voltar a meter lá dentro. De facto, os Ashkenazi, têm um Q.I. médio entre 110-115, maior que qualquer outro grupo étnico do mundo. Há quem o atribua à sua prática antiga de casamento eugénico, mas eu penso que é o grande envolvimento na educação das suas crianças que os leva a obter estes resultados. É notável que sendo cerca de 0,2% da população mundial, tenham ganho 22% dos Prémios Nobel e vencido 54% dos Campeonatos do Mundo de Xadrez.
Aparentemente eram os judeus os primeiros a questioná-lo e faziam-no de um modo “elegante”, convidando-o para uma Reunião com gente preocupada com as crenças humanas e com o modo de os levar a fazer coisas úteis mesmo que para isso se lhes tenha de dar razões erradas.
O desafio era claro. Quem estava na crista da onda era a gente do dinheiro. Uma reunião no deserto de Israel, no lugar mítico de Massada, onde Herodes “O Grande” construiu um palácio e uma fortaleza “inexpugnável”, até os romanos, no ano 70, o destruíram, depois dos seus defensores se suicidarem para não serem capturados. E quem seriam estes judeus? O Mark Zuckerberg do Facebook?, o Sergey Brin, da Google?, o multimilionário George Soros? o Jared Kushner, genro de Donald Trump?, ou algum dos banqueiros que mandam no mundo, das famílias Rothschild, Lehman Brothers, Goldmans-Saches, ou dos Kuhns, dos Loebs, ????…
O desafio era claro. Quem estava na crista da onda era a gente do dinheiro. Uma reunião no deserto de Israel, no lugar mítico de Massada, onde Herodes “O Grande” construiu um palácio e uma fortaleza “inexpugnável”, até os romanos, no ano 70, o destruíram, depois dos seus defensores se suicidarem para não serem capturados. E quem seriam estes judeus? O Mark Zuckerberg do Facebook?, o Sergey Brin, da Google?, o multimilionário George Soros? o Jared Kushner, genro de Donald Trump?, ou algum dos banqueiros que mandam no mundo, das famílias Rothschild, Lehman Brothers, Goldmans-Saches, ou dos Kuhns, dos Loebs, ????…
Antes de aceitar o convite, iria enviar uma carta a perguntar se quem estava por detrás era gente viva ou mortos influentes.
O nome do presidente era “sonante” - Benjamin Cohen. Bin-yamín: ben - “filho”, yamin, “mão direita” - "filho do lado direito", “o bem-amado”. Cohen indica que tem ancestrais sacerdotes no Templo de Jerusalém. Nada mal! Um judeu que, com grande probabilidade, tem registo do DNA para assegurar a sua origem genética.
Olhou em redor como se sentisse vigiado dentro da sua própria casa. Confirmou que o mail não continha nenhum anexo e pesquisou na Net “Sociedade Universal dos Novos Feiticeiros” sem qualquer resultado significativo.
Podia ser uma brincadeira. Mas quem? Se não contara a ninguém as suas entrevistas com os deuses! Tinha de haver ali uma estrutura com capacidade de vigilância suficiente para ter acesso aos seus movimentos. Tentou ligar para o seu amigo Saldanha, que vivia em Macedo de Cavaleiros e que era filho de um judeu antigo, na esperança de ele lhe poder dar alguma pista, mas ele não atendeu.
O nome do presidente era “sonante” - Benjamin Cohen. Bin-yamín: ben - “filho”, yamin, “mão direita” - "filho do lado direito", “o bem-amado”. Cohen indica que tem ancestrais sacerdotes no Templo de Jerusalém. Nada mal! Um judeu que, com grande probabilidade, tem registo do DNA para assegurar a sua origem genética.
Olhou em redor como se sentisse vigiado dentro da sua própria casa. Confirmou que o mail não continha nenhum anexo e pesquisou na Net “Sociedade Universal dos Novos Feiticeiros” sem qualquer resultado significativo.
Podia ser uma brincadeira. Mas quem? Se não contara a ninguém as suas entrevistas com os deuses! Tinha de haver ali uma estrutura com capacidade de vigilância suficiente para ter acesso aos seus movimentos. Tentou ligar para o seu amigo Saldanha, que vivia em Macedo de Cavaleiros e que era filho de um judeu antigo, na esperança de ele lhe poder dar alguma pista, mas ele não atendeu.
Tentava entender aquele convite, quando um velho de grandes cabelos e barbas brancas, lhe bateu à porta. Hipólito abriu-a e, parecendo-lhe alguém vindo do Médio Oriente, saudou-o com um "Salaam Aleikum!", ao que ele respondeu "Alaikum As-Salaam!".
Trazia duas tábuas numa das mãos e, na outra, um bastão que o ultrapassava em altura. Vestia uma túnica branca desbotada e, sobre os ombros, uma manta vermelho-da-Pérsia, dava cor à indumentária. O olhar era arguto e cada ruga parecia denunciar um grande problema resolvido. Apesar da idade, que se lhe deduzia, tinha o porte corporal de um haterofilista em fim de carreira.
O médico convidou-o a entrar. O ancião apontou o bordão ao fundo da sala e, de imediato, toda a mobília se arredou para os lados para o deixar passar. O médico seguiu-o e, para corrigir a gafe do cumprimento inicial, arriscou: Shalom! Desculpa não ter percebido logo quem eras! Tomei-te por um palestiniano e afinal, pelo jeito, tu és Moisés, o grande libertador dos hebreus.
- Vejo que estás atento! Respondeu o profeta. – Este truque de afastar as coisas à passagem, é a minha imagem de marca. Faço-o desde que abri as águas do Mar Vermelho. Funciona sempre! Não te esgacei a porta, porque venho numa boa! Estava no Jardim do Éden a apanhar kiwis, quando reparei que estavas atarantado com um convite feito por uma sociedade judaica e não resisti em descer, para te esclarecer as dúvidas que ele te possa ter despertado. Por isso, pergunta que eu respondo, de acordo com as nossas normas internas!
Trazia duas tábuas numa das mãos e, na outra, um bastão que o ultrapassava em altura. Vestia uma túnica branca desbotada e, sobre os ombros, uma manta vermelho-da-Pérsia, dava cor à indumentária. O olhar era arguto e cada ruga parecia denunciar um grande problema resolvido. Apesar da idade, que se lhe deduzia, tinha o porte corporal de um haterofilista em fim de carreira.
O médico convidou-o a entrar. O ancião apontou o bordão ao fundo da sala e, de imediato, toda a mobília se arredou para os lados para o deixar passar. O médico seguiu-o e, para corrigir a gafe do cumprimento inicial, arriscou: Shalom! Desculpa não ter percebido logo quem eras! Tomei-te por um palestiniano e afinal, pelo jeito, tu és Moisés, o grande libertador dos hebreus.
- Vejo que estás atento! Respondeu o profeta. – Este truque de afastar as coisas à passagem, é a minha imagem de marca. Faço-o desde que abri as águas do Mar Vermelho. Funciona sempre! Não te esgacei a porta, porque venho numa boa! Estava no Jardim do Éden a apanhar kiwis, quando reparei que estavas atarantado com um convite feito por uma sociedade judaica e não resisti em descer, para te esclarecer as dúvidas que ele te possa ter despertado. Por isso, pergunta que eu respondo, de acordo com as nossas normas internas!
E dito isso, sentou-se no chão, junto à lareira, e convidou Hipólito a sentar-se em frente.
- Ainda bem que vens com esse espírito! Sorriu o médico. - Tomas uma cerveja ou preferes um copo de vinho para acompanhar a conversa?
- Se o vinho fôr kosher, preferia! Senão, bebo um copo de água!
Hipólito trouxe água e dois copos e sentou-se, como ele, no chão, com as pernas cruzadas.
- Ainda bem que te disponibilizas. Desde jovem que procuro entender os porquês de há mais de três mil anos o povo judeu ter períodos de grande florescimento, seguidos de outros em que é vítima de perseguições. Estou-me a lembrar do Egipto Antigo, da Babilónia, do Império Persa, do Império Selêucida, do Reino dos Ptolomeus, do Império Romano, do Império de Carlos Magno, do Império Islâmico, da Península Ibérica, da União Soviética, da Alemanha … . Em todas essas épocas os judeus ocuparam lugares de grande influência económica e política, mas acabaram perseguidos e expulsos. O que é que, na realidade, se passou para estas reviravoltas?
Moisés rolou o bordão sobre as tábuas, como a procurar palavras para uma explicação resumida e, depois de uma pausa, falou.
- A história é longa mas, para abreviar, lembro-te que, depois da destruição do Segundo Templo em Jerusalém, no ano 70 da Era actual, a sobrevivência da nossa religião exigiu que todos os judeus aprendessem a ler, a escrever e a adquirir competências e que, para assegurar a continuidade, todos os pais eram obrigados a ensinar os filhos a fazê-lo, o que constituiu um desenvolvimento revolucionário numa época em que a grande maioria da população era iletrada.
Ora os Impérios, à medida que se expandem, necessitam de profissionais educados e com competências intelectuais diferenciadas e é por isso que os judeus têm sido solicitados para os países nas épocas em que têm maior desenvolvimento.
Desde que o mundo iniciou a “globalização”, que os judeus se concentram nas cidades com maior pujança económica, organizando a produção e o comércio, mantendo uma rede de influência altamente eficiente
Hoje em dia, dos treze milhões de judeus, 5,5 milhões vivem em Israel e 5,1 milhões EUA. Neste último vivem maioritariamente em Nova York, onde são 9% da população. Na Califórnia, Texas e Massachussetts, estados que geram o maior número de políticos influentes, são 7,6% dos brancos!
Hoje em dia, dos treze milhões de judeus, 5,5 milhões vivem em Israel e 5,1 milhões EUA. Neste último vivem maioritariamente em Nova York, onde são 9% da população. Na Califórnia, Texas e Massachussetts, estados que geram o maior número de políticos influentes, são 7,6% dos brancos!
Na época dos descobrimentos tinham forte presença na Península Ibérica, pois eles foram grandes financiadores dessa actividade. Quando foram expulsos levaram de Lisboa a industria de lapidação e o comércio dos diamantes para a Holanda.
Hipólito conhecia o poder e influência dos judeus no mundo ocidental, por serem dos principais banqueiros e CEOs das maiores multinacionais do mundo. Mas o que Moisés ainda não lhe tinha dito era os porquês das perseguições, e insistiu:
- Já vi que falas debaixo do conceito do “povo escolhido por Deus”, mas as perseguições e as mortes como as do Hananias, do Misael e do Azarias, podem ter outra explicação, à luz do conhecimento actual, que aquela que vem na Bíblia. Há milénios que se fala dos judeus como uma comunidade com grande cooperação dentro do grupo (etnocêntrismo), mas com um código ético muito laxo para com a restante população onde se inserem, que os leva a ser considerados, uns ferozes predadores especializados no crédito, na finança, nos bancos e em actividades tradicionalmente consideradas pouco éticas ou imorais como publicidade, entretenimento e pornografia.
O mais humilde dos homens sobre a face da terra, que um dia recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei de Deus, suspirou com enfado e respondeu:
- Olha que eu, levado por uma justa cólera, já matei um feitor egípcio. Questionares que o Hananias, o Misael e o Azarias, depois de terem sido nomeados superintendentes dos negócios da província da Babilónia, deitaram a mão ao dinheiro do Nabucodonosor, e que foi por isso que foram jogados na fornalha ardente, é grave! Foram conversas como essa que levaram ao Holocausto e aos pogroms! O verdadeiro judeu, embora faça a gestão de grandes valores, é frugal porque cumpre o desígnio que Deus lhe atribuiu. Escolhido, não significa superior. Significa que transporta o peso e a responsabilidade de O representar neste mundo. O que tem sucedido é que nem sempre quem nos pede ajuda, faz boa gestão e, quando as coisas correm mal e se necessita de um bode expiatório, encontra-nos sempre à mão. A realidade é que a ausência de perseguição que actualmente se verifica nos EUA, tem diminuído a nossa coesão tornando-nos mais americanos e menos judeus!
Hipólito retraiu-se. Arriscara questionar aquela história bíblica dos três jovens judeus levados para o Reino da Babilónia, que eram “dez vezes mais doutos que todos os magos daquele reino”, sem contar que Moisés estava habituado a lançar pragas e que até tinha capacidade para o extermínio em massa, como o fizera ao exército egípcio no Mar Vermelho, aquando do Êxodo. Decidira, agora, dar-lhe um pequeno elogio.
- Dizem que os judeus têm um Q.I. muito alto. Quando falei do que se tinha passado com aqueles judeus na Babilónia, não queria sugerir que eles tenham utilizado a vantagem que lhes fora concedida para enriquecimento ilícito. Estava a pensar em eventuais dificuldades de integração.
- Não foi isso que eu entendi!, respondeu o Profeta. – Tens de ter mais cuidado com o que dizes! Uma palavra desajeitada é como a pasta de dentes fora do tubo, já não a consegues voltar a meter lá dentro. De facto, os Ashkenazi, têm um Q.I. médio entre 110-115, maior que qualquer outro grupo étnico do mundo. Há quem o atribua à sua prática antiga de casamento eugénico, mas eu penso que é o grande envolvimento na educação das suas crianças que os leva a obter estes resultados. É notável que sendo cerca de 0,2% da população mundial, tenham ganho 22% dos Prémios Nobel e vencido 54% dos Campeonatos do Mundo de Xadrez.
A conversa ia longa e o médico ainda não chegara ao ponto que mais lhe interessava e que era saber quais os objectivos últimos daquela reunião em Massada e arriscou a perguntar-lhe.
O profeta levantou-se. Riscou no tapete uma linha, com o bordão e disse:
- Como sabes, são insondáveis os desígnios do Senhor! Mas está descansado, que quem está a liderar o projecto é o "povo de Deus"!, e dito isto, fez-lhe uma vénia e saiu, enquanto os móveis voltavam à sua distribuição habitual, fazendo com que um candeeiro de pé o atropelasse atirando-o ao chão.
- lehitraot!, ainda teve tempo de lhe dizer, antes que a porta se fechasse. - lehitraot! ouviu, como um eco, do outro lado.
Hipólito sentou-se no sofá. Esta entrevista não fora nada produtiva. As suas dúvidas continuavam mais que muitas!
1 comentário:
Um descanso saber que no Éden há kiwis! Se também tiver morangos, converto-me! 😉
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