sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Menstruação

“São lágrimas de sangue de um útero desapontado”



Aprendi-o depois de ter ouvido disparates, fortalecidos por rituais religiosos que subalternizam a mulher, ou envoltos em confabulações populares que confrontavam as jovens com inúmeros impedimentos (não cortar as unhas, não lavar a cabeça, não sair para o campo, porque os lagartos cheiram as mulheres menstruadas e trepam-lhe pelas pernas, ...).

No judaísmo, a mulher, nestes períodos, é impura (Levítico 12.2). Passados sete dias do seu início, deve fazer um banho de purificação especialmente preparado - o “mikvá”. Todas as comunidades judaicas possuem uma casa de banhos para tal fim - (Mikveh), que é tão importante que a lei judaica estabelece que deva ser a primeira construção a ser edificada e só depois, a sinagoga. A imersão é efectuada quando as estrelas são claramente visíveis e deve ser total, pelo que a mulher precisa estar acompanhada de outra, de mais de doze anos, para garantir que o banho foi completo.
O catolicismo manteve o conceito sem o ritualizar.

A descoberta dos estrogéneos (1929), da progesterona (1934) e a aprovação dos anticoncepcionais orais em 1960, terminaram milhares de anos de confusão e permitiram que meio mundo pudesse caminhar a par do outro meio.

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