Podia
chamar um electricista para os colocar. Podia!... Mas não era a mesma coisa!
Gosto
de me sentir capaz de resolver os problemas da minha casa. Uma lâmpada que não
dá luz, uma torneira que não veda, um autoclismo que não funciona, uma pinga
que cai no soalho e não se sabe de onde vem.
Houve
tempo em que pagava esse trabalho. Chamava o “artista” e
ia à minha vida, que os afazeres eram muitos. Muitas vezes dei com
profissionais de segunda que deixaram o trabalho mal feito e uma avaria noutro lado. Um, chegou a responder,
quando o questionei sobre o lixo que deixou espalhado pelo jardim - “são as
migalhas que o pão deixa!”
A
vida foi-me dando horas aos dias e, de há uns tempos para cá, faço a manutenção da maior
parte das coisas da casa, e só chamo quando a obra é de monta. Tenho a
referência de dois ou três bons profissionais, mas têm tanto que fazer que me
inibo de os chamar para coisas menores.
Ando
agora a substituir os candeeiros no jardim, que o plástico dos velhos não
aguentou o sol, os encontrões dos cães, as boladas do meu neto … “desculpa avô,
foi sem querer!”, nem as múltiplas colagens a que foram submetidos, que a
fábrica “já não tem esse modelo”.
Um
à hora. Rever o apoio e pô-lo horizontal e seguro. Cortar e descarnar fios, fazer novos furos no granito (que é do mais duro), ligar e isolar fios, pôr lâmpada e ver se está bem. Depois, pegar nos alicates, nos
parafusos, nas chaves de fenda, no berbequim, nas brocas, nos fios eléctricos,
nas buchas e passar ao seguinte.
Por
fim, medir-me: "Ficou melhor do que o que estava!"
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