Caro Maduro:
Para governar um país é necessário ter mundo e jogo de
cintura para não se refugiar numa solução que até pode ter sido boa, mas que a
mudança das circunstâncias provou “ad nauseam” que já não é. A pouca razão que
possas ter tido, não te irá servir para nada. A geografia e as enormes reservas
de petróleo contam mais que a ideologia. Quiseste continuar a política à Robin
dos Bosques, sem entenderes que a América do Sul é pertença
do “Ocidente”, que é como quem diz está dependente da política internacional
dos Estados Unidos. Esqueceste-te que Cuba não tinha petróleo e optaste pelo
caminho do Saddam, e o mais certo é teres o mesmo fim. A Venezuela é demasiado
importante para que a deixem ser um protectorado da Rússia ou da China.
Paraste no tempo. A globalização criou problemas que exigem
mentalidades abertas a soluções integradas com o sentir das outras nações. Deves
ter pensado que estar sentado sobre o petróleo te dava o direito de fazer uma “Arábia
Saudita” à Venezuelana, quando devias ir à missa e procurar o apoio
internacional que foste perdendo.
Se arrastares o país para a guerra
civil, vais ficar na História como mais um Vilão. Ouve o que te digo: marca as eleições que te
pedem, mas faz por perder! Depois, foges para a Rússia, voltas aos camiões (aquela terra tem extensões que nunca mais acabam) e acabas de criar os filhos. Daqui a uns anos, escreves um livro a contar as mágoas e vais ver que não te vão faltar compradores. Com sorte, até te fazem santo, quando morreres!
Vai por mim que, mesmo não sendo taxista, sou mais velho e já vi o porco a andar de bicicleta.
Passa bem!