segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Carta aberta a Nicolás Maduro




Caro Maduro:
Para governar um país é necessário ter mundo e jogo de cintura para não se refugiar numa solução que até pode ter sido boa, mas que a mudança das circunstâncias provou “ad nauseam” que já não é. A pouca razão que possas ter tido, não te irá servir para nada. A geografia e as enormes reservas de petróleo contam mais que a ideologia. Quiseste continuar a política à Robin dos Bosques, sem entenderes que a América do Sul é pertença do “Ocidente”, que é como quem diz está dependente da política internacional dos Estados Unidos. Esqueceste-te que Cuba não tinha petróleo e optaste pelo caminho do Saddam, e o mais certo é teres o mesmo fim. A Venezuela é demasiado importante para que a deixem ser um protectorado da Rússia ou da China.
Paraste no tempo. A globalização criou problemas que exigem mentalidades abertas a soluções integradas com o sentir das outras nações. Deves ter pensado que estar sentado sobre o petróleo te dava o direito de fazer uma “Arábia Saudita” à Venezuelana, quando devias ir à missa e procurar o apoio internacional que foste perdendo.  
Se arrastares o país para a guerra civil, vais ficar na História como mais um Vilão. Ouve o que te digo: marca as eleições que te pedem, mas faz por perder! Depois, foges para a Rússia, voltas aos camiões (aquela terra tem extensões que nunca mais acabam) e acabas de criar os filhos. Daqui a uns anos, escreves um livro a contar as mágoas e vais ver que não te vão faltar compradores. Com sorte, até te fazem santo, quando morreres!
Vai por mim que, mesmo não sendo taxista, sou mais velho e já vi o porco a andar de bicicleta.

Passa bem!

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